Friday, June 30, 2006

REMODULALADO POR COMPETÊNCIA???

Já não me lembro se escrevi, há tempos, que não havia outra solução senão demitir o governo "central" e manter Freitas ou demitir Freitas e manter o mesmo governo. Como isto não passa de uma baboseira, vou fazer um intervalo para pensar como descalçar esta bota. Até daqui a pouco...

Não me admirei nada quando o engenheiro Sócrates convidou o escorreito Professor Freitas do Amaral para chefiar a política externa portuguesa. Não sendo a mesma coisa, também o dr. Mário Soares convidara Jaime Gama para a mesma pasta. O dr. Soares era novato nas coisas da governação. Sempre fora um grande burguês. Não teve culpa. Nem estou a julgá-lo. Nasceu rico. A família possuía milhares de metros quadrados no centro de Lisboa e não na Buraca. De revolucionário tinha tanto quanto a minha prima Maria Ana. Também ela tinha um pobrezinho que lhe fora distribuído pelas donas de São Vicente de Paula. O dr. Mário Soares além de ser mais rico (a minha prima só deixara por alma setenta e cinco mil euros à Igreja Matriz de Ponta Delgada e ao cuidado do Monsenhor Ribeiro para entrar no Reino dos Céus) era mais culto, aberto e tinha muitos pobrezinhos. Nos tempos conturbados do pós 25 de Abril, o Partido Socialista tinha, como responsável pelos assuntos com o estrangeiro, Rui Mateus. De proveniências humildes. Quando ganhou as eleições por maioria relativa e foi convidado para formar governo, Mário Soares, em vez de escolher Mateus - formado em Sociologia por uma Universidade da Suécia e casado com uma sueca - para Ministro dos Negócios Estrangeiros, preferiu Jaime Gama. Razões? Mateus não sabia comer à mesa e fazia barulho com a boca. Pelo contrário, Jaime Gama filho de um tenente miliciano da II Guerra Mundial - e que metera “o chico” - comportava-se como um menino bem à mesa. Era preciso receber gente fina em palácios, e tinha de se ser fino ou fingir como tal. Jaime Gama ficou conhecido por ser um peixe de águas profundas. Nunca percebi a alcunha. Acho que era mais dado a ser mnésico-repetitivo. Uma espécie de aluno enciclopédico. Mas, diga-se em abono da verdade política, uma pessoa de fino trato . O Partido Socialista apresentou ao longo da sua existência uma série de Ministros Dos Negócios Estrangeiros. De que me lembre, Medeiros Ferreira foi o mais brilhante e clarividente. A cabeça ajuda-o! Este reparo é uma questão de colocar as coisas no seu lugar, porque eu não gosto dele. Já gostei. E, se aqui o incluo a custo, é porque não se pode fazer emergir a política externa socialista sem o referir. A questão da “inclusão” de Freitas do Amaral no Partido Socialista foi para dar continuidade ao estilo de Medeiros Ferreira. Freitas apesar de ser um beato de sacristia é uma das personalidades mais cultas deste país (em certas áreas, claro). Esta faceta obriga-o a ser senhor de uma forte personalidade... Às tantas, dizia ele uma coisa, e o seu chefe outra. O engenheiro Sócrates foi obrigado a engolir as suas leituras orais e bastante difundidas pelos media. Se Sócrates não o despede, Portugal, de incidente em incidente diplomático, ainda acabava por se meter em alguma guerra. A Austrália/Petróleo estava em lista de espera. Medeiros Ferreira também se impôs a Mário Soares e foi-se. O Professor Freitas começou a ter os dias contados a partir do momento em que soprou uma inconfidência contra os Polícias do Mundo. Ideia que Sócrates comunga mas chupa como bom liberal que é. São coisas da política. Sendo esta uma das muitas ciências do possível, também é possível eu escrever este texto desta maneira. É como diz Allan Hobson para quem o eu é uma consciência auto-reflectida. Não é o (eu) meu caso!E isso que interessa...
manuelmelobento
mmb
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Thursday, June 29, 2006

NÃO COMPARÊNCIA DE CÉSAR NO POLÉMICO PROGRAMA "LÍNGUA AFIADA" FOI UMA MEDIDA ECONÓMICA

A SOCIOLOGIA DO CONHECIMENTO APLICADA À TOMADA DE POSIÇÃO DO PRESIDENTE DOS AÇORES FACE AO CONVITE QUE A TELEVISÃO DO ESTADO LHE REMETEU OFICIOSAMENTE...

(Já a seguir. Isto é, quando me apetecer...)

Aprendi já muito tarde que o fabuloso Teorema de Pitágoras era tão dele como o Palácio de Santana é meu. Pitágoras (de Samos?) encontrou o teorema, da qual se “apropriou”, incrustado numa pedra na Mesopotâmia. O contexto cultural dos pensadores gregos permitia-lhes olhar o comportamento de “povos inferiores” e deles traduzir o que mais lhes interessasse e aproveitasse. No tempo de todas as reivindicações açorianas pós 25 de Abril, o emprego não estava tão generalizado como hoje se apresenta. A segurança de um satisfatório emprego e vencimento fazia parte do roteiro partidário. Os investimentos que damos conta nessa altura estavam praticamente todos na mão do sector público. O Governo Regional era sócio da Fábrica da Cerveja, das Fábricas de Tabaco, da Banca, dos Seguros, da EDA, das Cooperativas, dos Sindicatos, da Universidade, das Fábricas de Lacticínios, de Plantações de Ananases, da Lavoura, da Agricultura, da Igreja de Roma (em cotas não reversíveis), de Transportes Marítimos. E finalmente (devo estar a esquecer-me... ah, já me lembro da imprensa escrita, da Rádio e da Televisão)... era o maior empregador Regional. Casos houve que muitos empregados comerciais (da privada, claro!) eram pagos pelo governo regional. Era muito difícil encontrar, se não impossível, alguém que não estivesse ligado aos dinheiros públicos. Até a Indústria de Panificação comeu do erário do Estado. O Governo Regional chegou até a avalizar grandes negociatas. Algumas apresentam o estado de degradação característico das sociedades socialistas. Quando há muitos anos escrevi que o nosso regime era do tipo soviético chamaram-me estúpido... Os meios de produção eram pertença do Governo Regional... Diz, às vezes, a sociologia do conhecimento que diferentes contextos sociais geram diferentes formas de conhecimento. Os açorianos broncos, como é seu apanágio, já passaram pelo sistema comunista sem o sentirem. Era chefe desse regime o doutor Mota Amaral. A ele se deve a única e verdadeira Revolução Cultural... Ninguém calcula o gozo que me dava ver as beatas e os sacristães a defenderem tal sistema com a benção do imbecil e reaccionário bispo de Angra (o outro). Desse “produto” político-económico proveio uma forma de conhecer o social que só se desviou do sentido colectivista quando César conseguiu abrir a Região ao exterior. Este texto não condena Mota Amaral! Não é minha intenção. A ele se deve a maior alteração social e justa das gentes semi-escravas deste território. Bem, avancemos. César soltou algumas amarras capitalistas com o cuidado que lhe é característico neste tipo de política. Aos poucos granjeou créditos no mundo empresarial. Deu segurança aos investimentos internos e externos. E capitalizou a sua imagem num modelo liberal deixando algumas pontas socialistas na mão de alguns colaboradores insuspeitos. Só o facto de ir ao programa de Nuno Barata (Língua Afiada) era um risco para os investidores. Podia ser tomado como uma forma perigosa de ser socialista dos velhos tempos. Custou muito criar a sua actual imagem. O seu actual perfil e o seu comportamento são a garantia de credibilidade no mundo dos negócios em que apostou e arrastou a Região. Penso que não tinha outra solução. O pensamento científico do actual César só pode ser explicado por um modelo condicionado pelo contexto dos fenómenos formais e sociais. Quem sou eu para escrever mais sobre Sociologia do Conhecimento se até obtive uma nota mais ou menos na cadeira?
manuelmelobento
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Wednesday, June 28, 2006

FICA FEIO ROER AS UNHAS


NÃO SIGAM O CONSELHO DO DR. CARLOS CÉSAR! EU EMPRESTO UM CORTA-UNHAS. PERDÃO, ALUGO...
Quando em 1985 concorri como cabeça-de-lista por um partido democrata-cristão, com pouca implantação na Região, soube por portas travessas que houve quem do PPD/PSD tivesse dito: “E, se o Mélito ganha as eleições?” Depois, riram-se muito em delírio como perdidos da cabeça. Vieram a perdê-la mais tarde... Hoje, sem cérebro (perderam-no primeiro do que a cabeça), oferecem ao seu eleitorado motivo de pena e a seguir de riso auto-didáctico. Ninguém os tinha ensinado a rir de si próprios nas derrotas... Como as coisas estão a caminhar contra o PSD não me admira muito, que se eu ainda estiver vivo, me hei-de rir quando perguntar a algum socialista amigo (por acaso ainda os tenho): e se o Costa Neves ganhar? Neste momento, estou efectivamente a rir. Não do PSD. Mas da minha figura caricata a tentar desviar a intenção do voto, naquela época. O PSD encontra-se na mesma situação. Só que existe uma pequena diferença: as propostas e as críticas que eu mandei para o ar, difundidas pelos jornalistas de serviço à Região, tinham substância, apesar de terem sido ridicularizadas. Muitas delas aí estão para açoriano ver. Foram realizadas pelos executivos e votadas em consciência na boca das urnas. Nunca critiquei o poder por aquilo que ele fazia, mas pelo que ele não tinha coragem para realizar. Os socialistas deram continuidade ao projecto social-democrata. Porém, e isso tem de se dizer (embora me custe), o dr. César rodeou-se de pessoas mais competentes. Não tinha outra solução. Pois os exemplos da era do dr. Mota Amaral primaram pelo arregimentar de raposas desdentadas das sacristias. Não mordiam. Era cada anedota que era ridicularizada à surdina até por elementos mais capazes de entre os social-democratas que vegetavam na margem do poder. Essas raposas eram companheiros fiéis de Mota Amaral, daí a sua projecção política. Só salivavam. Hoje, utilizando dentuça postiça – de que nada lhes serve – fazem contas à sua desastrada falência. Falência económica, diga-se. Este texto está grande como a merda. Estou armado em escritor. Que se há-de fazer? Bem. Disse o Presidente do Governo Regional que a oposição rói as unhas por causa do sucesso da sua gestão. Não é mentira, não senhor! Daí o meu contributo com esta “crónica” para o bem estar das unhas dos que já estão sem dentes. Lima e tesoura acompanham o aluguer, em moldes de “leasing”.
manuelmelobento
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Tuesday, June 27, 2006

ESTE NOJO REPRESENTA UMA ESTRATÉGIA POLÍTICA?

SÓ POR UMA QUESTÁO DE VINGANÇA POLÍTICA SE PODE MANTER ESTE FEDORENTO SÍMBOLO
NUMA ZONA HITÓRICA!

ARTIGO DE OPINIÃO: A JANELA INDISCRETA... NA COLUNA ABAIXO
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A JANELA INDISCRETA...DA MINHA CATEQUISTA

DENTRO DE MOMENTOS SAI UMA CRÓNICA AQUECIDA PELA MEMÓRIA...


Hoje, dia 27 de Junho, estou na minha saleta, com o aparelho de televisão sintonizado para a RTP/Açores. São 22 horas e 51 minutos. O programa das “São Joaninas” está a ser repetido e está no fim. O Apresentador, Carlos Alberto Moniz, acolitado por Álamo de Oliveira e por uma mulher bonita de nome Joana, deu vida a um espectáculo que me agradou. Apenas uma questão: às 22 horas e 53 minutos o realizador que estava a presentear-nos com a fachada da Sé de Angra em grande plano, desviou as câmaras e apontou para um touro que marrava um terceirense numa rua de Angra. Uma tourada à corda é coisa de que não gosto. Lembra-me as jovens que eram sacrificadas ao Minotauro. Um desperdício! Festa é festa, e já me me calo. Já o disse, e volto a repetir: entre as lamúrias, a piedade, os rituais sacro-paganizados, a violência desmedida e nocturna, as penosas romarias, o falar bruto (como eu também o pratico) e a vivência terceirense eu escolhia a Ilha de Jesus Cristo para viver. Este “Deus” que em Angra só aparece nas igrejas e capelas dos fidalgos, em São Miguel está em todo o lado. E foi ao subir a rua onde nasci e moro, para vir jantar, que “O” vi, hoje, através da janela cuja fotografia ilustro este texto. Naquela janela, há uns bons cinquenta e nove anos, estava quase sempre à janela a minha catequista. Era uma senhora alta e quarentona que vestia umas saias muito compridas. Nunca vi dela senão as mãos e a cara e um pouco de canela revestida por meia grossa. Todo o resto era uma espécie de camuflado. Nunca ouvi daquela boca uma palavra que indicasse qualquer falta de postura cristã. Naquela altura os cristãos de São Miguel eram uma espécie de gente que não pecava. Lembro-me de as igrejas estarem sempre cheias de gente. Gente boa que deixava as criadas irem à missa de manhã bem cedo. Não ficava bem ao mesmo tempo assistirem aos ofícios religiosos patrões e criadas. Que Deus não era permissivo nestas coisas. Ao domingo, as criadas, nunca tinham folga. O que iam elas para a rua fazer? Perder-se? Em casa é que se estava bem. Missa e casa. Depois de me diplomar na catequese cristã, continuei a frequentar a igreja paroquial todos os domingos. Até aos catorze anos mais ou menos tive de marcar o ponto nas ladaínhas judaicas expressas em latim pelo pároco de serviço dominical. Quando surgiram as leituras proibidas, o tesão e o pecado em prática, as coisas mudaram e muito. Comecei a perceber que toda a gente freudava sempre que podia. Que freudar fazia parte de tudo, embora fosse tratado com recato e pudor. A primeira punheta que bati foi um fiasco. A segunda foi melhor. A terceira muito melhor ainda, pois tive ajuda. Voltemos à segunda. Tinha acabado de vir de uma sessão da paróquia e vira uma moça engraçada sentada a dois bancos de distancia. Era parecida com a “partenaire” do Carlos Alberto Moniz. Como faltava ainda uma boa hora para a próxima refeição fui para o meu quarto. De repente, veio-me à ideia a rapariga da missa a quem quando sentada vira o joelho de fora. Excitei-me. Tinha vindo de um templo sagrado onde tudo que era desejo era condenado. Como era possível? Fechei a porta do quarto e pus-me a ler as instruções que meu primo Zeca me dera e que para não esquecer passara a escrito. Ao mesmo tempo praticava onanismo. A janela do meu quarto ficava em frente à da minha antiga catequista. Distraído com as minhas práticas pecaminosas esqueci-me da possibilidade de ela estar à janela. Pelo canto do olho vi que ela lá se encontrava. Disfarcei. Tudo bem. Quando me fosse confessar apagaria mais aquela nódoa. Posteriormente, ao contar o facto a meu primo, ele disse-me que eu fizera uma obra de caridade. É que aquela pobre nunca tivera na vida inteira uma única oportunidade de ver um homem a vir-se. Era uma escrava. Pois vivera sempre rodeada de missais. Nunca lera um livro e nunca tinha visto o “Século Ilustrado” à sua frente, porque às vezes apareciam mulheres de “maillot”. Vivia recolhida no dormitório do Convento de Santa Bárbara. Bem, senti-me bem comigo próprio. Daí para diante, e sempre que estava com tesão colocava-me de modo a que a coitada da minha catequista gozasse um pouco. E, às vezes, quando o tesão fugia eu, para a compensar, despia-me e passeava disfarçadamente pela janela do meu quarto. A piedosa janela, hoje, é uma ruína. Peço à Direcção Regional da Cultura que deixe estar aquela recordação como está por mais uns quarenta anos. Ao menos servirá para recordar as minhas boas acções de adolescente sempre que por ela passar. De outro modo, terei de esperar por mais umas “São Joaninas” que são como a Primavera. Só chega de ano a ano. E com a minha idade não dá para esperar tanto tempo. ´Para mais a minha catequista já morreu, eu moro mais acima e já me custa bater uma punheta a solo.
manuelmelobento
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Monday, June 26, 2006

A COMUNICAÇÃO SOCIAL TAMBÉM SE VENDE

COMO SOBREVIVE A COMUNICACÃO SOCIAL NOS AÇORES?

Para se somar as verbas que o Governo Regional e as Câmaras dispensam com os jornais, revistas, rádio e televisão enfrentamos uma muralha da China de silêncios e cumplicidades só verificáveis em exemplo lá para os lados da Itália do Sul. Existem jornais que estão de tal maneira dependentes, empenhados, descapitalizados que mais não passam de associados (sem papel passado – ainda não se chegou a tal descaramento) dos poderes local e governamental à descarada. Cada secretaria, instituição, departamento, repartição, gabinete, escola básica, secundária, universidade, empresa pública, etc. têm todos uma verba disponível para presentearem esta ou aquela redacção/administração de órgãos de comunicação social regional. Para a RTP/Açores a questão quase se não dá pela “marosca”. O melhor cliente é o Estado português. Este, fora o reforço de verbas que lhe são canalizadas via serviços da empresa mãe, ornamenta um “bouquet” que ronda seis milhões cento e tal euros anuais. O braço alongado nos media do Estado por estas bandas dá pelo nome RTP/Açores, a quem cabe promovê-lo. As autarquias no seu global despendem à volta de quatrocentos mil euros. Estas são as contas controladas oficialmente. Tanto as secretarias regionais quanto as câmaras conseguem pedir auxílio a outras rubricas através de uma engenharia financeira que não lembra ao diabo. São clientes muito exigentes. Nunca telefonam a dizer seja o que for. Já não precisam. Já treinaram os acólitos. E estes sabem que os erros pagam-se caro. A publicidade e as avenças acabam de um dia para o outro... De avenças nada transpira para o público. Alguns jornais da nossa praça não se importam de mostrar raparigas de quase rabo ao léu em suas páginas, mas uma crítica mais “feroz” faz com que certos directores se encolham e se armem em azul turquesa. A Igreja, através dos seus “diáconos”, também tem os seus jornais. Tratando-se de uma organização semi-secreta torna-se difícil saber-se algo sobre ela. Lá de vez em quando o chefe religioso envia os seus recados pelos velhos canais que ainda dão muito jeito às pretensões esmoleres. O negócio é mais da área da influência subterrânea. O Estado português e a Igreja de Roma têm tratos secretos. O dinheiro que sai de cá (Portugal e Ilhas) para a Santa Sé não obedece a regra nenhuma. Não paga impostos nem é declarado por ninguém do mister. O PS bem tenta repor a legalidade. Por enquanto e a medo só quer os bispos fora das farras republicanas. Já não é mau! Ainda há tempos a Igreja de Roma, por cá, berrava que estava cheia de dívidas. Cerca de um milhão e duzentos euros. A imprensa toda servil aprestou-se para enviar o chamado de atenção a César. Estão calados os dois compadres. Apoiam-se mutuamente. Os tempos estão difíceis, é preciso fazer a coisa pela calada da noite. E pela calada andamos todos enquanto esta parte do território administrado por Portugal se regular pela cartilha de um “público” proprietário dos meios de produção. Com a separação dos bispos nos festejos oficiais, vamos assistir à vingança dos prelados. Isto é: na procissão do Santo Cristo, por exemplo, a Igreja deixará de mostrar os espécimes oficiais domesticados que dão colorido ao sagrado. Não será a mesma coisa. Os socialistas não fazem a mínima ideia naquilo em que se estão a meter. O povo também gosta de adorar os seus ídolos civis. Alguns deles até têm carisma.
Nota final:
Existe uma câmara municipal que compra os jornais concelhios por cento e cinquenta mil euros ao ano. Têm dúvidas? Leiam como eu li a notícia esta semana numa revista do continente (Portugal Continental). ...Aquele município possui à volta de cem mil almas...
manuelmelobento

Sunday, June 25, 2006

OUTRA VEZ... Maria!


Existem dois assuntos que não me deixam em paz. Eles são: a intromissão intempestiva da ministra Rodrigues no sector educativo e as verbas que são gastas pelas instituições oficiais com os media. Já muito se disse e escreveu sobre estes. Eu próprio já me debrucei sobre eles. Umas vezes fi-lo sem objectividade (do que desde já me penitencio), outras à procura de encontrar algo substancial. Tendo em conta alguns anos de experiência no sector do ensino, no ciclo e no secundário posso fazer referência a factos ocorridos na escola, que não deixa de ser um agente social, altamente credenciado na socialização dos indivíduos=crianças. Constitucionalmente os pais são os primeiros responsáveis pela educação dos seus filhos. Até porque são eles quem primeiro dirige o processo inicial de aprendizagem. As crianças, logo que saem do seio da família, integram-se no meio escolar. Muitas vezes, resulta, por questões de estratificação social, uma interacção muito elaborada e positiva entre estes dois importantes agentes sociais. Aqui refiro-me a famílias que vêem a escola como um caminho para os filhos “vencerem” na vida. Pais de certas camadas sociais (classe média e média alta) não deixam a escola em paz (os professores melhor dizendo). Desde o início do ano lectivo estão sempre atentos. Quase perseguem os professores que avaliam os filhos de um modo diferente daquele que esperavam. Olham a escola como um antro de competição. E querem-nos o melhor avaliados possível. São pais “preocupados”. Esta palavra está entre aspas porque a preocupação não está a nível de conteúdos, de formação crítica, de solidariedade, de liberdade, de cooperação, de democratização, de intervenção, etc. Isto é secundário se as “notas” forem altas. Para eles (pais) é quanto basta. São poderosos e querem os filhos nessa senda. A senda do poder e da continuidade do poder. E os outros? Aqueles que pagam impostos que sustentam as despesas do ensino e que são a maioria? O que é que eles percebem do sistema onde o Estado democrático enclausura os filhos? Poucos deles se dão ao trabalho de acompanharem as suas crianças. Quando aparecem é porque existem queixas por mau comportamento. São obrigados a isso. São obrigados a acompanharem este “processo de avaliação” para, se possível, actuarem correctivamente, posteriormente em casa. É o que se lhes pede. Depois são informados do característico insucesso que é quase sempre paralelo. Se o ensino é público e obrigatório, qual a razão de existirem elites de alunos nesse mesmo ensino? Culpa dos professores? Fui professor de “várias classes de alunos”. As crianças são na generalidade todas inteligentes e capacitadas para a aprendizagem. Porém, apresentam motivações e vivências diferentes que as desviam do que pretende este Estado. Uma motivação numa unidade lectiva não é o suficiente. Pouco ou muito pouco ultrapassa os objectivos para o confronto extramuros escolares. Quando o funil aperta para finalmente prosseguirem estudos as tabelas das notas e as respectivas motivações vêm ao de cima. Surge de novo uma fornada de elite pronta a integrar-se no ensino superior. No entanto, dezenas e dezenas de milhar ficaram para trás. Que grande desperdício! Mas, afinal, quem preparou essas mesmas elites? A polícia?, os hipermercados?, o Ministério da Educação?, as autarquias?... Onde mete aqui a ministra Maria Rodrigues os professores? Não contam para o sucesso? Só contam para as estatísticas do insucesso? Era bom destruir a burguesia! Talvez, com ela levada para os campos de recuperação à moda chinesa da época da Revolução Cultural, se conseguisse igualizar a população estudantil portuguesa... Mas, falta-nos o Grande Educador Arnaldo de Matos... E, pior ainda, falta-nos o ex-primeiro-ministro Durão Barroso da mesma linha ideológica, para levar à práxis o ideário de todos os jovens, “malucos e bem intencionados”, que depois de ficarem grandinhos se tornam em verdadeiras pústulas sociais. É melhor olharmos o terreno real como um todo de outro modo a dona Maria Rodrigues passará a ser conhecida pela ministra-cacique. E que eu saiba os caciques também se abatem. Sobretudo com o voto...
(Estendi-me... Amanhã, cabe a vez aos media e ao dinheiro que cada organismo deposita nesta “instituição” . O primeiro a declarar o quanto gastava com jornais foi um autarca... A ver vamos por cá quanto gasta o governo, o Representante, as autarquias, etc.)
manuelmelobento
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UMA LIÇÃO DE CIVISMO E DE INTELECTO

"Uma coisa era declararem que perante o período do terrorismo destruidor da civilização era aceitável usar meios contrários à própria civilização, como faz a América, outra é fazê-lo às escondidas. A acrescentar a tudo isto, assistimos ao silêncio comprometido dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos países europeus acusados no relatório parlamentar com a recusa de darem explicações das suas atitudes. Nós açorianos pela nossa parte, vemo-nos envolvidos nesta tramóia e nem o enfatuado e palavroso ministro Freitas do Amaral dá explicações, nem o nosso Governo Regional as pede, mesmo sabendo que assim se torna conivente. É a versão da conspiração do silêncio."
REIS LEITE, in "Expresso das Nove" - 24/6/06 Posted by Picasa

Saturday, June 24, 2006

AS MINHAS PANATENEIAS


Ninguém sabe ao certo quanto dinheiro é que se gasta(ou) com a nossa tragicomédia futebolística. São milhões de euros gastos atrás de uma bola e milhões de euros que se irão gastar se o raio da bola, num pontapé enviesado, se desviar vinte e um grados para a esquerda (ou direita) e entrar no intervalo de dois postes. O futebol é necessário para os portugueses como pão para a boca. Vinho na boca, segundo o nosso último guarda-livros, alimentava um milhão. O futebol ainda não apresentou contas. Mas deve alimentar alguém, creio eu que para além dos jogadores muitos irão meter a mão nas massas. Nunca vi um ministro a querer fazer do futebol um exemplo de honestidade, como o que a ministra da Educação, por exemplo, quer fazer do ensino. Nunca vi um ministro querer meter o nariz na contabilidade da Igreja. O que eu vejo são figuras do Futebol e da Igreja sempre que há festivais nas suas áreas ao lado dos governantes numa cumplicidade que já vem do tempo da construção das pirâmides. Alguém não tem vergonha na cara! Quando os trabalhadores se envolvem em greves (que são os seus festivais) os governantes desaparecem. Os homens do futebol nunca estão por perto e os párocos estão nas capelas a cuspir nos dedos para voltarem as páginas sebentas dos oráculos de todas as salvações. Eu estava convencido que o “25 de Abril” vinha trazer a dignidade perdida das classes trabalhadoras, a quem o Estado Novo reduzira à infíma espécie. Quando comecei a estudar com outros olhos o exemplo da democracia grega, verifiquei que de democracia o que eles tinham era uma verdadeira merda. E digo isto, porque eles matavam os que pensavam livremente. Dezenas de pensadores foram condenados à morte. O exemplo de Sócrates é o mais gritante. A democracia grega vivia sustentada pelo trabalho escravo de muitos povos. Só uma classe tinha direitos de cidadania como agora se diz. O resto nicles. O voto era um direito de uns quantos privilegiados. Ninguém pode condenar um governante que queira limpar a casa. Num universo de tanta desonestidade, o que me parece é que a ministra mais falada do Reino dos Apedeutas (passe a publicidade) está a fazer é varrer a casa e pôr o esterco debaixo do tapete. E, então, senhora governanta, onde está a interdisciplinaridade que V.Exª. devia impor/solicitar a toda a governação socrática (do nosso, está claro...) e que não se vislumbra? Parece que não passa de uma manobra de diversão para os fins que se hão-de ajustar aos desejos de uma classe que começa a emergir com todos os sinais exteriores de riqueza vindos das profundezas do sangue, suor e lágrimas daqueles que só agora perceberam que votar é ficar desarmado como costumam dizer os simpáticos anarquistas. Vamos avaliar professores? Papás e mamãs? Sim! Vamos avaliar os médicos? Sim, sobretudo pelos que lhes morrem às mãos com doenças incuráveis! Enfermeiros, polícias (estes, sobretudo pela classe dos bandidos que é enorme, – é quase um agente social – cabeleireiros, massagistas (um horror, eu que o diga), gestores de empresas públicas, profissionais do sexo (já cá faltava), motoristas, promotores de desfalques no erário público, dentistas, secretas, padeiros, vinhateiros, bruxos, etc.,...
Até amanhã, pois tenho de me preparar para as panateneias e com certeza vou gemer até ao fim.
manuelmelobento
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Friday, June 23, 2006

"LÍNGUA AFIADA" - ANÁLISE DO PROGRAMA QUE FOI PARA O AR NO DIA 22 DE JUNHO


O programa “Língua Afiada” que passa na Televisão/Açores às quintas-feiras justifica a nossa atenção. Num quadro de dezenas e dezenas de canais ligar o nosso canal é um acto de coragem. Primeiro, porque o canal oficial (e único ainda por cima) dá a ideia de que estamos num país do leste europeu. A cassete dos dirigentes está bem patente quando se trata de política. A RTP/AÇORES, assim se designa a estação de Portugal “Democrático” ex-Colonial por cá, é exímia em contribuir e criar uma História Contemporânea Açoriana para português ver e açoriano comer. Gente despolitizada que nós éramos, gente despolitizada que continuamos a ser. A nossa história mais recente é adulterada por aquele dispositivo de propaganda. É o único que temos a nível televisivo. A imprensa escrita está mais ou menos manipulada também. Está ainda muito rafeira e sabuja para o meu gosto. Vive de subsídios, está tudo dito. Segundo, por falta de quadros competitivos e qualificados, os programas não passam de alguns chouriços e morcelas saudosos para fazer chorar os nossos emigrantes. Se há festas religiosas chupamos com horas a fio de passeatas de beatos, lamúrias de penitentes, santos, paparocas e balhos furados. A “Língua Afiada” saiu dos eixos. Nuno Barata fez fogo descontrolado. O objectivo foi o Governo Regional. Atirou feio e forte. O seu convidado, Carlos Costa Neves, chefe da oposição, se tinha algo a opinar foi abafado pelo fogo cerrado de Nuno Barata. Passou a figura de segundo plano. Entrou como chefe da oposição e saíu adjunto de Nuno Barata. Um colega do apresentador (Pedro Arruda, deviam lá de vez em quando colocar o nome dos intervenientes em legenda para não haver confusão) interveio para defender a liberdade de expressão regional. O que para Costa Neves e Nuno Barata não existia. Haver há, mas condicionada pela maneira de ser dos açorianos. É um fenómeno mais da área do psicológico do que do expressivo. Neste programa, ninguém do poder eleito escapa. É mesmo “língua afiada”. Se os responsáveis políticos (de cá e de lá) por esta estação adivinhassem que aquele programa valia por toda a oposição junta tinham-no censurado, argumentando falta de cabimento orçamental. Nuno Barata pode-se gabar de que a partir dele as amarras do bico-calado-porta-te-bem estão desfeitas. Esta televisão é nossa! É o que ele quis dizer. Falou grosso e disse o que lhe veio à cabeça no que diz respeito à política e aos dirigentes no poder. Não acredito que Carlos César tenha a coragem de comparecer neste programa para o qual foi publicamente convidado. Este programa foi o mais à micaelense que a TV-Açores “aceitou” difundir. Está de parabéns a liberdade de expressão nos Açores. Sugestão a Nuno Barata: e que tal convidar o Representante no caso de Carlos César recusar o convite? Não perco não, nem mesmo que esteja a dar ao mesmo tempo os ranhosos dos ingleses na final contra Portugal na 1.
manuel melo bento
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Wednesday, June 21, 2006

"SEXO, JÁ SE SABE!! - JÁ A SEGUIR CRÍTICA AO PROGRAMA DA DRª. FERNANDA MENDES NA AÇORES-TELEVISÃO

jAS SOCIEDADES EVOLUEM! AS MENTES TAMBÉM (?)
... Que a Drª. Fernanda Mendes faça o favor de entender este texto como de apoio à sua actuação. Perdoe se eu não conseguir deixar de brincar com as palavras... Entenda-as como um aplauso à característica científica do seu programa!... Ora micaelense que se preze não tem falta de tesão. A médica diz disfunção eréctil (devido ao afluxo de sangue no falo). Conheço mais homens do que mulheres. Nas conversas que temos tido, e somos (alguns) já velhotes, ninguém se confessa. Para já, somos todos sérios ( eu não sou assim tão sério) e homens de postura. Eu penso que muitos se enquadram na foto que está por debaixo do seu convidado. Esta ilustração da maioria dos machos micaelenses (elas é que o dizem) se tivesse aparecido no tempo da democracia do doutor Mota Amaral os padres, as beatas, os fundamentalistas iriam manifestar-se pelas ruas da nossa sagrada terra. O bispo da altura, o senhor Granada Escudeiro, oficiava certamente uma missa ao ar livre. E, na homilia daquela, pediria o fecho da estação televisiva à imagem do que fez no tempo de Salazar. Isto é, ordenou que se fechasse o Eden (saudoso "cabaret") onde a malta ia dançar e se esfolava quando se aconchegava demasiado às moças, devido, como é óbvio, ao alevante da segunda ilustração. Os fundamentalistas e as beatas estão muito mais habituados à primeira ilustração . E porquê? Porque nas estátuas que representam o Filho de Deus nu na cruz é esta que se vê. Fora disso é pecado. A outra ilustração é muito rara. Beata que se preze nunca viu nada parecido. Os exemplos católicos abundam de santinhos em permanente disfunção eréctil. Pobrezinhos! Fumariam demasiado? Abusavam no álcool? Artérias, veias e vasos capilares rotos? Se o orgasmo é uma verdadeira benção, qual a razão de a Igreja não o abençoar? No tempo em que eu era obrigado a confessar-me dizia ao padre que a coisa estava quase sempre na segunda ilustração. E que como tinha criadas novas em casa tinha desejos irreprimíveis. A receita que ele me deu foi que eu pusesse gelo no coiso para não pecar. Eh, senhora doutora que dor! Não vou fazer-lhe a pergunta que se segue, senão a doutora atropelava-me quando me visse na rua. Vou aproveitar as chamadas para a doutora Marta Crawforf e perguntar-lhe: doutora Marta: o gelo conserva?
O meu aplauso ao seu programa!
manuel melo bento Posted by Picasa

Tuesday, June 20, 2006

AS VIRGENS DO MEU TEMPO


NO TEMPO EM QUE AS MULHERES ERAM VIRGENS

No tempo da minha juventude ai da mulher que tivesse perdido a virgindade. Estava condenada para todo o sempre pelos machos, pelo grupo social, pelo padre da paróquia, etc. Nem que o desfloramento tivesse tido lugar a andar de bicicleta, como aconteceu a algumas que conheci, isso não as tornava menos desgraçadas. Os rapazes tinham a preocupação de se informar sobre a qualidade do hímen das suas pretendidas. A regra de ouro era que a toda ela tinha de estar pura antes de casar. Além de puras, elas não podiam fumar, beber, conduzir automóvel. Tinham de ser caseiras, recatadas, prendadas na costura e na feitura de doces, etc. Tudo isto para que não perdessem casamento. Não havia empregos para mulheres como os há hoje. Para uma certa liberdade de movimentos no exterior permitia-se a algumas (segundo cotas fascistas) que fossem professoras primárias. Isto se pertencessem a uma classe média baixa com aspirações. As das classes baixas eram colocadas nas fábricas, na criadagem e pouco mais. Algumas ficavam em casa fechadas e muito bem acompanhadas. Tanto ricas como pobres davam-se ao respeito. Mulher sozinha na rua passava a ser suspeita. Porra, que rigor! O macho que se prezava não tocava na namorada (não o podia fazer com facilidade). Muitos deles só estavam autorizados a falar com elas à janela. Às vezes estavam elas num primeiro ou segundo andar e o paspalhões com o pescoço torcido a dar-lhes conversa. Acabada esta e excitados pela imaginação (muitos deles sabiam lá o que era uma vagina e como funcionava) lá se recolhiam a casa pensando no dia do casamento que era quando lhes podiam saltar para cima do pêlo com a licença diocesana da ordem. Os padres davam conselhos sobre o casamento mesmo sem saber como se batia uma punheta de aquecimento a elas(nos seminários não havia vaginas). Os pais e as mães também aconselhavam, mas era coisa pouca e leve. Não entravam em pormenores. Quem entrava em pormenores, mas depois do casamento, eram os párocos nos confessionários. Diziam eles às suas paroquianas que não deixassem os maridos copularem com elas pelas traseiras, nem fizessem (porcarias) sexo oral como aconselha a sabida doutora Marta Crawford na TVI (ex-Igreja de Roma) minha grande referência. Pois ela excita-me e muito quando entra em pormenores que eu com o andar do tempo vou esquecendo. Pobres mulheres. Depois de mantidas virgens à força da violência física por um lado e manobradas “intelectualmente” por outro, ei-las transformadas em poedeiras logo a seguir. Mas por que é que eu, hoje, em vez de escrever sobre política como faço quase sempre volto às vaginas e aos falos? É porque estou a ler livros sobre sociologia e esta disciplina diz que estuda os fenómenos humanos em várias situações e interacções. E, freudar, é um acto humano que às vezes toma formas económico-sociológicas. Mas antes de seguir o rumo desta conversa vou transcrever um extracto de uma crónica de uma mulher, a doutora Maria Filomena Mónica, que me surpreende sempre que escreve. Julgava eu que era ela uma snob-imbecilóide quando li dela “Bilhete de Identidade”. Precipitei-me na primeira análise. Fui estúpido. Peço desculpa. Acho que ela, hoje, pertence a um grupo de pessoas de excelência num país de excrescências. Em BI diz ela que “papou” Vasco Pulido Valente, entre outros. Achei aquilo horrível. Fui preconceituoso. Trata-se, nos dias de hoje, de uma questão banal. Ela enfrentou o touro pelos cornos e mandou-nos a nós os filhos-da-merda-do-preconceito lavar o cu depois de o utilizarmos. Coisa que muito poucos fazem. O Mundo mudou, o preconceito luta ingloriamente para subsistir. Toda a mulher de agora freuda quando quer e onde quer. Haja pau! O que me parece é que com esta permissividade toda já estão a faltar “homofálicus” (se esta palavra não existe será a minha coroa de glória ortográfica) à altura das necessidades. Ora bem: “Na década de 1960, contudo, o mundo foi virado de pernas para o ar. Não nego que o período trouxe benefícios, entre os quais, e à cabeça, a pílula anticoncepcional, mas o espírito do tempo reforçou a noção de que toda a autoridade era , por o ser, maléfica.”MFM, In Pública-18/6/06. Fui pelas aparências do discurso de MFM e regredi intelectualmente. Vou ter de me penitenciar. Percebo porque existem reaccionários. Não raciocinam sobre os dados da análise (decomposição) que exige a leitura sobreposta da racionalização. Porra! Não peço mais desculpa. Ora, as virgens do passado que vão à merda pois fizeram-me a vida negra. Suas virgens!!!
manuelmelobento
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Monday, June 19, 2006

A AMÉRICA NÃO É ASSIM? A PAZ A QUE TEMOS DIREITO!














Em 28 Agosto de 1933 forças militares alemãs invadiram o território da Áustria para prenderem um elemento das forças paramilitares deste país, residente na cidade de Innsbruck. Depois de preso foi levado para a Alemanha. No mesmo ano, milícias alemãs detiveram e prenderam um jornalista francês impedindo-o de fazer uma reportagem em Niederwald.. A 31 de Agosto de 1939 os alemães invadem a Polónia depois de terem combinado com os russos a divisão deste país. Fica assim marcado o início da Segunda Guerra Mundial, com esta invasão. Eh pá, já se passou tanto tempo! Para quê chatear os leitores com esta chaga história? Tenha calma leitor. Imagine só o motivo (falso) que levou Hitler e os seus militares (que só queriam marchar e dar tiros) a invadir a Polónia? Não imagine. Eu digo-lhe. O leitmotiv baseia-se na seguinte informação: aquele país teria progredido no território alemão com o seu exército e provocado a soberania da Alemanha. (E a Polónia estava doida?...). Resulta daqui que a Alemanha ripostou. Em quatro dias apenas, a Polónia fica de rastos, claudicada e dividida em duas partes. Cada uma delas fica a pertencer a alemães e a russos. Dizem que a Segunda Guerra Mundial vitimou 56 milhões de pessoas. Os alemães criaram campos para prisioneiros. Nesses campos morreram cerca de 6 milhões de judeus. No final da guerra descobriram-se fogos crematórios onde algumas centenas de milhar de prisioneiros foram cremados. Um verdadeiro genocídio. Não foram só os alemães que perseguiram os judeus. A França (da vergonha) governada por Pétain também os perseguiu e entregou muitos à morte. A França de Pétain era aquela que foi conhecida por República de Vichy... Hoje, os campos de concentração de prisioneiros são o motivo de visitas de pessoas de todo o Mundo. O coração comprime-se quando se percorre aquelas escabrosas instalações. Genocídios houve-os em todas as épocas. Não foram os alemães que os inventaram...
Façamos o seguinte raciocínio: viajemos até ao ano de 2039...
Fidel está morto e enterrado. Raúl de Castro seu irmão, idem. Cubanos e americanos voltam a dar-se à custa dos dólares,da prostituição, do jogo e da droga. Uma espécie de república democrática à imagem de Imelda Marcos e seu Ferdinando dos tempos modernos. Um Fred Astaire actual salsando com cubana dengosa pelas avenidas latinas de Santa Clara ilustra o cenário desta coesão... Empresário americano de sucesso transforma a prisão de Guantânamo em museu. A seu lado monta um casino e constrói vários hotéis. No museu, uma neta de Fidel de Castro é nomeada guia turística e preparada para explicar todo o tipo de sevícias aplicadas aos prisioneiros islâmicos pelas tropas democráticas americanas. Ilustrações encontram-se nas paredes. As fotos foram cedidas pela CIA num gesto de boa vontade. Um neto mestiço de prisioneiro árabe de nome Abu-Ghraib bin Bush explica num anfiteatro contíguo à sala das torturas e através de slides como é que os americanos e ingleses forjaram provas para invadirem o Iraque, hoje, transformado num deserto rico em vestígios arqueológicos. E diz bin Bush aos visitantes: os iraquianos possuíam muito petróleo. E por isso estavam a preparar uma invasão... meu avó paterno já tinha deixado de beber e de freudar (neste preciso momento está no palco o Fernando Rocha que o manda para a puta que o pariu SIC) com a sua esposa (ele é rico mas é saloio) . Invadir a Santa América? Nunca! Atacámos primeiro. Pediu ajuda a um lacaio europeu (referia-se a Durão Barroso) para preparar a cama onde se ia deitar com um chefe inglês. Preparar a cama aqui quer dizer preparar a guerra...(Continua a explicação). Mais adiante fica o espaço onde guardamos os aviões que serviram para raptar islamitas em qualquer parte do Mundo. Trazíamos os crentes para eles se confessarem a “sacerdotes” cristãos. Foi assim que soubemos onde estavam os explosivos que eles metiam na barriga. Mais adiante temos aqui uma múmia que conseguimos matar antes que rebentasse com os explosivos que trazia escondidos nas nádegas...
Nota final: se escrevesse um texto a sério estava sujeito a que os aviões da CIA me viessem pegar (ao colo) com a autorização do governo português: Fernando Rocha, já!...
Termino. Quem resistia aos alemães eram chamados de resistentes. Em França, estes preparavam acções “violentas” e de morte ao invasor. Em França, a Resistência assassinava os franceses traidores preparando-lhes alguns quilos de trotil nas gamelas onde comiam os restos de comida que os alemães atiravam aos cães...
Fernando Rocha, por favor, cumprimenta o senhor Blair e o senhor Bush... Por mim, enquanto não negociarem a paz a que temos direito: Fernando Rocha! Que o mesmo é dizer: puta que os pariu. A Bush e a Blair... está claro!
Manuel Melo Bento Posted by Picasa

Sunday, June 18, 2006

CULTRETA

Não me apetece deixar passar em claro a entrevista de Lima Meirelles sem dizer uma ou duas palavras. A questão levantada pelo poeta açoriano é pertinente. Que sabemos nós acerca das obras e do pensamento dos nossos autores? Estão, naturalmente, emparedados em camadas de pó deixadas por relaxe dos responsáveis da cultura na Região? Claro! Digo eu. São centenas de obras a apodrecer nas prateleiras de organismos oficiais e nas caves dos poucos livreiros ainda existentes. A nossa Biblioteca Pública (Ponta Delgada) está a ser dirigida pelo espírito galináceo. Oca e perene de actuação imbecilóide. De há tempos a esta parte não pariu senão festinhas para embalar australopitecos. Com a criação de uma subdirectoria da Cultura (para São Miguel) espero que Carlos Martins (não é preciso ser-se literato) crie uma secção de levantamento de toda a obra literária existente a Oriente e dê a publicidade que ela merece. Temos quilos e quilos de trabalhos que são desconhecidos. A Secretaria da Educação e Cultura mandou publicar milhares e milhares de livros no tempo dos governos PSD. Alguns desses livros ainda estão em caixotes. Um dia propus àquele organismo a edição de textos de uma das mais competentes pedagogas da região e obtive como resposta oficial de que aqueles textos não eram do interesse ... deles. A pessoa em causa era opositora política... Critérios destes só mesmo caras de cu o têm. O que eu sugiro à "Cultura" oficial é que se crie ao menos uma comissão que passe, depois, ao público o que temos. Não é preciso gastar dinheiro. Não é isto que está em causa. Porque se o fosse só seriam publicados os livros dos compadres. Estávamos caídos na mesma. Há muito candidato a professor no desemprego. Que sejam aproveitados! Eu, que tenho o vício de ler, gostaria como medida económica de possuir um volume onde pudesse consultar anualmente toda a obra açoriana publicada para saltar para dentro dela sem ter de recorrer a outras fontes menos à mão. E se possível com crítica. Acho que é pedir muito. Retiro!
Notas culturais: a) Um conselho para ler no começo do Verão: "Não Chores pela Minha Morte". Descanse um ou dois dias. É necessário! Tempere com " O Nascimento da Tragédia e Acerca da Verdade e da Mentira". Abra depois: "Nova relação de bordo". Quanto ao nome dos autores ... telefone a perguntar para a Biblioteca "Pública" de Ponta Delgada. Se faz favor! b) Mudei de penteado. Pedi à minha cabeleireira para me fazer uma "mise en scène" para intelectual. Depois coloquei um par de óculos a condizer. A máquina de fotografar é minha! Por que é? , não posso? Este "jornal" não pertence à S.R.C...
manuel melo bento
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Friday, June 16, 2006

ENTREVISTA COM O POETA VICTOR DE LIMA MEIRELLES


azorespublicum:
É poeta, pintor, escritor e genealogista, em qual destas áreas é mais conhecido?
Victor de Lima Meirelles:
Não acredito que seja muito conhecido em qualquer destes atributos, mas penso que alguns me conhecem mais como poeta.
az:
Vai lançar mais um livro. De que consta?
VLM:
O livro já se encontra na sua fase final e é para ser lançado em Outubro. É poesia, e tem prefácio da Prof. Doutora Margarida Maia Gouveia. Tem por título Amargo Lírico.
az:
Será que a Literatura Açoriana estagnou?
VLM:
Penso que não. Aliás, é notar a constante publicação dos vários títulos que se encontram no mercado. Publica-se muito, só que não existe informação suficiente sobre as obras e os seus autores. Quando sai um livro, este fica reduzido ao dia do seu lançamento e a um segundo de visibilidade nos meios de comunicação, quer televisiva, quer jornalística. Depois, fica ignorado nas prateleiras das poucas livrarias existentes. Não existe por detrás do livro uma promoção que o divulgue e que o faça existir. Não existe tradição neste campo. Os nossos criadores são uns heróis em persistirem na sua arte, geralmente trabalham no presente e para um futuro que por vezes só lhes traz dissabores e pouco reconhecimento, quer público, quer oficial.
az:
Que balanço faz sobre a arte nos Açores nos últimos dez anos?
VLM:
Penso que se tem feito alguma coisa, sem esquecer o período áureo com a pintora/escultora Luísa Constantina, tão esquecida. Aliás, tudo o que veio a acontecer depois, foi fruto da sua visão e do seu esforço, nem sempre compreendido e acarinhado. Há muita gente a querer fazer coisas. Há muita gente frustrada por não as poder realizar, porque não tem os meios. O dinheiro é sempre o empecilho à realização pessoal e, depois, o mecenato é escasso e se existe, é para coisas com maior visibilidade propagandística que possam atrair as grandes multidões. Por isso, o balanço que se pode fazer, é aquele que medianamente se vai somando nos diversos acontecimentos, mediante a capacidade de cada um e com as armas que dispõem, na maioria das vezes isoladamente, tentando contribuir com o seu esforço e talento, com aquilo que acham que pode engrandecer o lugar onde nasceram. Posted by Picasa

ENTREVISTA COM LIMA MEIRELLES A PARTIR DAS 20 HORAS DE HOJE

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Wednesday, June 14, 2006

ENTREVISTA A MONSENHOR WEBER MACHADO PEREIRA

azores publicum:
Que pensa fazer a toda a experiência e conhecimentos adquiridos até aqui?

Monsenhor:
Agrupar um certo número de pessoas que também tenham adquirido conhecimentos e experiências nos vários sectores da vida (fenómenos sociais, por exemplo), no sentido de ser possível aprofundar a nossa realidade, indicar soluções, tentar estabelecer prioridades e levantar problemas em ordem a uma afirmação consentânea com a vivência das pessoas que aqui vivem de modo que a nossa Região seja, de facto, um sítio onde todos tenham um lugar ao Sol. Sendo, assim, apetecível viver nesta terra.

ap:
Contava com a grande homenagem que lhe fizeram?

Monsenhor:
Sinceramente, não! Estava muito longe de pensar que tanta gente aparecesse na iniciativa promovida pela Diocese através da Cáritas dos Açores.

ap:
Para si o que é esquerda e direita?

Monsenhor:
Nunca me deixei orientar por critérios de esquerda ou de direita. Apenas tive a preocupação de defender a dignidade da pessoa humana, encarnada nas diversas pessoas que ia encontrando no meu caminho.
mmb
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Tuesday, June 13, 2006

AS PRESIDENCIAIS



Ao assumir-se como Presidente dos Açores, César arrumou para sempre (até às próximas eleições legislativas) qualquer veleidade interpretativa de calendarização nas suas aspirações governamentais. Veleidades a nível de comentadores, claro. Como não obedeço a ninguém, vou ver se descubro algo que o Presidente tenha deixado como pista para escrever, já que é a única coisa que mais ou menos ainda petisco. O dr. Carlos César (leva o dêérre, porque com o Tratado de Bolonha na forja não se pode negar à reconversão das suas cadeiras no diploma académico do primeiro ciclo universitário europeu) um dos mais inteligentes e pragmáticos políticos açorianos, senão o mais inteligente em funções. Mota Amaral recolheu às Ordens Honoríficas, onde intelectualmente se esgotará; Natalino Viveiros não passou no exame do seu próprio partido e José de Almeida, meu amigo íntimo e do coração, perde dia após dia a sua grande energia muito propensa ao palco e à boa dicção. Não refiro aqui Berta Cabral porque a apoio até à vitória final pois consirero-a como a única capaz de aglutinar intenções e aspirações de maior serviço claramente vocacionado para uma identidade que não se quer diminuída nem posta em causa. Adiante! Pelas ilhas fora, eis César a preparar o caminho para a maior vitória de sempre do Partido Socialista nos Açores. Vou elaborar uma breve pincelada pelo interior deste partido. Por mais ataques que sofra o governo regional, mais César o reforça. Ninguém é demitido. Mesmo os mais fracos. Resultado? Tornam-se fortes e incondicionais do chefe. Melhoram com os erros. César não deixa cair nem amigos nem colaboradores. Valoriza-os! Com a casa arrumada há que partir para as batalhas que aí estão para vir. As ilhas centrais estão a cair no seu regaço como azeitonas nos aventais dos/as ratinhos/as alentejanas. São Jorge, a esguia, anda a derreter-se como tarte de queijo no forno. No dia das eleições até ficará mais comprida (aeroporto...). O governo de César foi bombo da festa por causa de um barco que nem foi para o fundo nem varou. A culpa não foi dele meus senhores. Aguardassem mais um pouco nas bordoadas e veriam que se transformaria numa derrota socialista. Berrou-se muito antes do tempo. Isso acordou o líder, a quem António Lagarto denominou "El Dulce"(?) . A este desaire respondeu César com um golpe de mestre tribunício: estão na forja quatro barquitos ultra modernos para satisfazer as apetências do Grupo Central e Ocidental. Nós os do Grupo Oriental vamos ficar com as "Portas do Mar" para os receber e que a par do "Triângulo das Cidades" (Ribeira Grande, Ponta Delgada e Lagoa que César pensa unificar economicamente) vão colocar os Açores em alguns mapas e rotas turísticas. Bem já estou a estranhar-me. Isto até parece o texto de um bajulador. Acaba aqui! Quem tiver inteligência para o perceber que perceba, senão passe bem.
Manuel Melo Bento
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Monday, June 12, 2006

DA IGNORÂNCIA

Quando pela primeira vez comprei um computador ou coisa parecida , já lá vão uns quinze ou vinte anos, experimentei a mesma sensação que tive quando no meu terceiro ano liceal me calhou um professor de matemática que não sabia ensinar. Cheguei a dar dentadas no compêndio da disciplina tal era a raiva que eu sentia por não poder acompanhar tal pedagogo. Nessa época, os alunos do Liceu Nacional de Ponta Delgada tinham explicações de Matemática com o Dr. Ricardo Ferreira. Era ele, afinal, quem ensinava a disciplina do tal mestre. Eu tinha arrancado nos anos anteriores quinze valores. Não queria explicações porque elas representavam aprisionamento. Fui sempre arrastando a matemática copiando um ou outro colega mais habilitado e que frequentava o explicador... Peguei nas instruções do "Spectrun" (?) e comecei a lê-las. Era uma tradução do japonês para o inglês. Este passava desta língua de bárbaros para o francês e finalmente para a língua da Atlântida Latina=o luso-açoriano. Pior não se encontrava no mercado! Seguia muito calmamente os dizeres. Depois aplicava o que lá estava. Resultado? Nicles. Desta vez não pensei em abocanhá-lo. Imaginem, eu até era professor! Peço desculpa, foi o que me calhou ser. Não estou arrependido. E sabem porquê? Porque já estou reformado dessa profissão que a par da prostituição é a mais antiga do mundo. Se duvidarem, perguntem a Jeová, que foi o pior professor de sempre. Ensinou os primeiros habitantes do Paraíso (Eva a primeira virgem confirmada e Adão aquele a quem ninguém pode chamar de filho de puta) a não freudar=fornicar (é a última vez que traduzo este verbo inventado por mim...). Ora, os desgraçados, ambos nus e cheios de tesão, como poderiam seguir os ensinamentos do Mestre? Não podiam porque o mestre era tão mau como o meu professor de Matemática. Eles não perceberam que podiam ter resolvido essas pertinentes apetências - que levam ao orgasmo sem penetração regular - pelas costas . O patego perdeu o emprego. Foi expulso juntamente com a Eva. Jeová utilizou a paridade para castigar ambos pela perda no exame. Foi daí que nasceu o "comunismo-socialismo-social-democracia-democracia cristã-fascismo" que de queca em queca até chegou a Portugal. Sem explicadores, ficaram como eu. Se a doutora Marta da TVI/ex-Igreja existisse nessa altura, eles tinham compensado a falta de jeito do Criador para ensinar com as suas (dela) explicações. Não se pode saber tudo, apesar de se ser divino. Eu ia escrever uma coisa tão simples e acabei por complicar tudo. Vou abreviar, senão nem eu próprio me lerei. Ainda há coisa de três meses eu era um analfabeto. Não me falassem em computadores que eu ficava raivoso apesar de já ter sido vacinado. A velha máquina de escrever deu o berro e eu não tive outro remédio se não ir para a escola de adultos. Os meus alunos tinham idade para ser meus netos. Foi assim que aprendi. Até já tenho um blogue e colaboro em mais dois... Esta crónica é para vos dizer que hoje descobri por mim próprio como se entra num jornal (no caso o New Yorker) e se mete o nariz em tudo que é notícia do presente e do passado. Uf! A vaidade mata-me! Tenho o MUNDO nas mãos sem sair do meu quarto. Um espectáculo! Quando morrer (sou já idoso) vou mais sábio! Como é gostosão? , não, não tem nada a ver com as brasileiras. Como é gostosão a sabedoria!!! Digo que sim!
Manuel Melo Bento
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Sunday, June 11, 2006

BATAS PRETAS

Os Açores são na primeira segunda-feira do mês de Junho um espectáculo de identidade, de festa, de folia, de comes e bebes, de sopas especiais. Esta festa prolonga-se por muitas semanas e caracteriza-se por incluir nela o culto a uma das entidades que a Igreja Católica admite ser um Deus: o Espírito Santo, que juntamente com o Deus Pai e o Deus Filho formam uma trindade muito ao gosto de sociedades e de juramentos secretos. No caso em questão o imbróglio filosófico passa para as massas populares em forma de milagre. Daí que não necessite de explicação aprofundada para os crânios da ignara populaça. Em todas as civilizações nota-se a propensão para festividades. Fomos bafejados pela sorte do nosso mentor festivaleiro ser a surpreendente Civilização Grega que não dispensava nem o teatro, nem dança, nem coros, nem coreutas, nem deuses , nem bebidas nem comidas, etc. Que componentes teríam as festas gregas? Tal como nós, elas distribuíam-se pelo aspectos profano e sagrado. O Deus Dioníso e as suas "admiradoras/bacantes" faziam uma perninha nas folias. O primeiro era dado mais ao gozo propriamente dito. As bacantes: gozadas Era deus porreiro para a festa. Era só alegria! O nosso povo (como todos os outros) sempre propenso à farra e sem precisar de orientadores espírito-pedagógicos organiza-se para a alegria sem grandes preparos. O que é preciso é que haja o de comer e sobre tudo o de beber e muito. Cada terra tem o seu santo folião. São Pedro, São João, Santo António, por exemplo, dão cara à farra, ao berro histérico, ao pulo, ao abraço, etc. Na cabeça do povo, passar de Dioniso, o das libidinosas loucuras, para o Santo António, não tem problema. Adaptar a paródia ao Espirito Santo tanto melhor. O povo das ilhas açorianas viu-se, de repente, a ajuntar-se aqui e ali para comer carne em forma de pão molhado. Solidário, às vezes, até gosta de dividir o que é seu com o semelhante. Alguns até contraem enormes dívidas para serem os reis da festa. É a loucura generalizada que de ano para ano se institucionaliza e aperfeiçoa. O símbolo é o bezerro. Espírito Santo sem este seria missa fúnebre. A morte do bezerro ultrapassou fronteiras e eis que a saudade se torna seu fan. O Espírito Santo se não desse paparoca transformava-se num templo sem fiéis à imagem daqueles que vemos pelas madrugadas onde duas ou três beatas fanáticas tomam lugar extasiando-se com as mãos pálidas e puras dos párocos. Nas festas em honra de Dioniso, lê-se em Rocha Pereira: "... os rapazes e as raparigas que saíam da infância usarem então uma coroa de flores."In "Est. de Hist. da Cultura Clássica. E a malta por cá?... Os gregos matavam touros. A malta mata bezerros. Os Gregos bebiam em honra do deus Dioniso. Nós também o fazemos mas dirigimo-nos ao Espírito Santo. Os Gregos adoravam o teatro. Os terceirenses (açor-portugueses) também. Tudo é Grego! Tudo é pagão? Sim! Porém, tão depressa os Batas Pretas se aperceberam que a festa em honra de Dioniso/Espírito Santo era algo de muito poderoso, ei-los quais sacerdotes helénicos a oficiar as libações aos novos deuses da voraz populaça. Pudera não! Os templos passaram a casas do Deus para orientação dos novos ritos e os adros à praça das farras. O paganismo tornou-se de um momento para o outro num acto de elevada postura idealista. Comer, beber e bater no peito eis a nova culinária, perdão a nova face do cristianismo popular abençoado por Deus e turibulado pelos sacristães de todas as paróquias deste reino de todas as crenças oficiais.
mmb
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Saturday, June 10, 2006

O 10 DE JUNHO VISTO PELO COLUNISTA DE SERVIÇO

Acordei ao som da fala do Presidente da República. Sempre na postura de muita respeitabilidade, Cavaco pede um reforço na reconcialização nacional. É de considerar a aspiração do mais alto magistrado da nação portuguesa. Devemos todos fazer esse sacrifício. Pois, só assim alcançaremos o promontório do desenvolvimento a que aspiramos desde o longínquo ano de 1415. Não vou entrar pelos aspectos históricos pois, outro, mais credenciado, já o fez. Refiro-me a Avelino Meneses, o Magnífico, a quem foi dada a palavra no paço de todos os ditirambos: o Palácio dos Capitães em Angra do Heroísmo. Continuando a sobrevoar o discurso presidencialista verifiquei que S. Exª., numa de família, pede aos pais para educarem convenientemente os filhos. Também aqui nada a objectar. É um bom conselho! Só que tenho dúvidas sobre o tipo de pais a que se refere o Presidente. Pais biológicos, tóxico-dependentes, encarcerados nas prisões, desempregados, os divorciados, os que trabalham e raramente contactam com os filhos? , etc. Ou estaria o lídimo estadista a pensar nos pais que são professores e que por força da sua actividade têm de educar os filhos dos outros? Alguns, por via das circunstâncias sociais, mais não são do que espécimes neanderthalistas. Pais que se demitiram de educar os filhos porque também o não foram pelos seus. Cavaco falava para um país que já não existe. Desses pais existem muito poucos. Portugal, hoje, é o país da liberdade, do sexo nas escolas a quem os professores devem ensinar a colocar o preservativo. Muitos desses professores nunca os viram. Muitos desses professores têm vergonha de os comprar nas farmácias... Ah!, senhor Presidente, como era bom o sexo discreto do nosso tempo. Biologicamente seguro. Nada daquilo que as estações televisivas nos impingem: sexo quase ao vivo. Palavrões e mais palavrões que ruborizariam a Irmã Lúcia, a verdadeira Virgem Portuguesa. Portugal mediático é o Portugal pornográfico. V. Exª. devia pedir às mães de Portugal que voltassem para a cozinha e para o dever de passividade sexual obrigatória. Há mulheres que já se queixaram à polícia acusando os maridos de as terem violado. Onde já se viu isso? Elas que até para viajarem tinham de nos pedir autorização. Que o 10 de Junho traga mais educação e ouçam V.Exª. mais vezes... Saltemos para os festejos que tiveram lugar na terra mais portuguesa de Portugal: a Terceira! O Mágnifico Reitor falou. E falou bem! Sendo oriundo das Ilhas de Baixo, em dando-lhe a palavra nunca mais se cala. Substituíu o prof. Hermano Saraiva tal foi a garra com que prefaciou um novo perfil histórico para Portugal. Na sua extensa e anestesiante prelecção Avelino, às palavras tantas, disse: Entre 1580 a 1583 Portugal é Portugal devido ao patriotismo dos terceirenses. Homem baixo subiu-lhe certamente a borla ao penteado. Onze mil habitantes, mais quatrocentas vacas selvagens mantiveram a bandeira da monarquia em frente ao restaurante Beira Mar como símbolo de uma pátria livre a dois mil quilómetros de distância? Heroísmo o quanto baste. Quantos dias de barco ficava a Terceira longe do Reino? Que interesse estratégico teria Angra que outros portos açorianos não tivessem? Só da mania das grandezas poderia sair tal afirmação! Quem na altura queria saber se Portugal estava escondido na Terceira? Era para a malta rir? Talvez não! Estou em acreditar que o síndrome do 10 de Junho à imagem dos despautérios nacionalistas do Estado Novo tivessem toldado o pensamento de Avelino. Prestou-se a um papel ao nível dos antigos reitores. Sabujar. Outra vez o medo de assumir, como académico que julgo é, os horizontes e aspirações do Povo dos Açores. Não há limites para a liberdade. Nem para a assumir. Ninguém lhe passou procuração para falar em nosso nome. Devia ter-se ficado pela mistela histórica oferecida de mão beijada à situação actual portuguesa. Até porque em termos universais há quem tenha outra versão dos acontecimentos. Leia a História Espanhola... Passemos, então, à actuação do Representante Mesquita. De repente, julguei-me com a Marqueza de Alorna. Eis Vate Mesquita declamando Pessoa no seu pior. "Quantas noivas ficaram por casar para que fosses nosso ó mar..." Por acaso nenhuma. Voltaram todas a casar, segundo registos da época. Camões morreu! Viva Pessoa! A princípio pensei que o Representante se tinha passado. Foi uma impressão passageira. O Representante é mesmo assim. Um espectáculo! Zeca Medeiros terá oportunidade de alargar o seu elenco de verdadeiros artistas. É só haver conjugação de esforços. Todos ao Teatro Micaelense! Mas todos! Todos juntos faremos um Portugal melhor. Nem que seja em verso!
mmb
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Friday, June 09, 2006

CARLOS CÉSAR E AS BRASILEIRAS

De repente, ao ligar a nossa única fonte televisiva, ouço César, o Presidente dos Açores, acusar as Câmaras Municipais de estarem a importar brasileiras. César estava entre o povo a quem acabara de distribuir 24 casas. Só pouco depois é que me apercebi das ligações entre o discurso do chefe do executivo e a alusão às brasileiras. Tremi! Será que vamos ter mais uma campanha contra as morenas gostosas do país irmão? Tipo "Mães de Bragança" que coitadas ficaram sem freudar (inventei agora mesmo este verbo) por causa das opções dionisíacas dos esposos, fartos de mulheres de bigode ao bom estilo lusitano... Pensei... Era de facto uma boca contra elas. Todavia o palco era outro. Não se tratava das bailarinas dos clubes semiprivados que pululam pelos Açores, mas das que pulam nos palcos ao ar livre para alegria da juventude que por cá não tem para onde ir, a não ser para os escuteiros ou para os copos. É dinheiro mal gasto? Não sei. Só me estou lembrando da gorducha que pulava nos palcos para os comícios do Partido Socialista e que dava pelo nome de Fáfá de Belém. Aquilo era boa voz tremida à base das gorduras e carnes que lhe saltavam abundante e copiosamente pelo tronco de mamelões arrojados e que acompanhavam os dós sustenidos saídos daqueles beiços carnudos e apetitosos. A opção dos socialistas não era destituída de todo. O micalês gosta delas em gordura-beleza e formosura. A ela deve o PS algumas vitórias nas urnas... Agora, o nosso Presidente (verificar o que digo reparando no seu semblante carregado da foto) deu uma de estadista (ouvi em "Língua Afiada") e eis que a coisa toma forma de poupança e de moralidade. É claro que estando na cadeira do poder tem de haver respeito. É a reforma (evoluçao?) dos bons costumes na continuidade. É a moral amaralista tão criticada pelos modernaços, chegando à nossa terra pelas mãos dos antigos oposicionistas quais libertadores da Atlântida Latina. Aquele andar circunspecto na última procissão do Senhor Santo Cristo não augura nada de bom. Temos missinha diária, papa-hóstias reconvertido? Amen!
Sou Manuel Melo Bento para o Azores Publicum
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Thursday, June 08, 2006

UM GENERAL QUE SUJOU A FARDA NOS AÇORES


As prisões do 6 de Junho de 1975 colocaram Portugal numa situação muito melindrosa. Depois de terem em 1974 deposto o regime ditatorial, os militares foram incapazes de controlar o descalabro a que deram origem. Pessoas que pareciam gente de bem tornaram-se verdadeiros facínoras. Militares condecorados por feitos heróicos de um dia para o outro passaram a guardas prisionais. Passaram a perseguir civis inocentes. De um dia para o outro destruíram uma das instituições mais credíveis do país. Passaram a lacaios de uma política persecutória. Perdida a honra ei-los a fazerem de polícia política. Alguns até pactuaram com torcionários. Num Estado de Direito ninguém vai preso por delito de opinião. Os militares deixaram encher as prisões com gente que com eles convivia; que com eles se sentava à mesma mesa e que não tinham cometido crime nenhum. Deixaram prender os que os tinham condecorado num passado recente. Acobardaram-se perante uma corja de falsos democratas e de gente sem formação que os passou a comandar. Nos Açores, terra de gente pacata, os militares sujaram a farda ao alinharem num tipo de actuação muito utilizada pela Gestapo. Denúncias caricatas levaram oficiais das Forças Armadas de Portugal a assaltarem casas de civis a altas horas da noite. Só faltou prenderem as mulheres e as crianças que encontraram a dormir no colo dos pais, para melhor mostrarem de que calibre eram feitos. Um general distinguiu-se ao ordenar este tipo de prisão. Um general do Exército Português emporcalhou a farda que vestia assim como a imagem de Portugal no Mundo. Esse general ainda não foi julgado. Nem ele nem uns tantos civis cuja cumplicidade os tornaram passíveis de processos-crime. Assaltar casas à noite é-o. É preciso sentá-los no banco dos réus. Pinochet está a contas com a Justiça do seu país e de outros. Correm processos sobre ele. O general Altino com a sua acção sediou os Açores de Portugal. Deu um grande golpe na Pátria. Também devia ser julgado por mais este crime.
MANUEL MELO BENTO

DO TRINITÁRIO - CONCLUSÃO

Quero saber, não quero saber, quero estar presente, não quero estar presente, quero poder, não quero poder, implicam uma subserviência ao hierárquico querer. Logo e nesse sentido o omnisciente depende para sê-lo do factor vontade.
A vontade implica actividade, o que contraria o conceito de omnisciência, porque tudo sabendo nada poderia ser tornado menos conhecido depois de ter sido conhecido. Ser menos omnisciente não nos conduz senão à contradição. Depois do conhecimento do facto, para onde iria este parar na esfera do omnisciente uma vez tornado não conhecido?
O omnisciente guardaria em si o "espaço" para o não conhecido?
Não é próprio da estrutura do pensamento humano tal incongruência.
Do mesmo modo se pode afirmar da omnipresença e da omnipotência.
Numa presença total onde estaria o não presente depois de ter sido emborcado e percebido pelo omnipresente?
E do omnipotente? Podido depois de não ser podido no podido. Como?
O mesmo é dizer-se: querido depois de não ser querido, querido.
Querer poder tudo não é ser omnipotente.
Omnipotente é poder tudo sem condição. É um contrato pré-estabelecido. Assim como a omnisciência é um contrato pré-estabelecido com o conhecimento o qual abrange o pós-estabelecido também.
O pré-estabelecido e o pós-estabelecido pressupõem o absoluto. Mas que absoluto é este que se obtém com a junção de três absolutos, considerados separadamente nas suas características do saber, do estar presente e do poder?
Não corramos o risco de rebuscarmos o conceito de substância para nos salvar destas questões nem dos princípios de causalidade que não passam de subterfúgios da mente humana. De onde ela vê causas a nível do sensível abstrai causas no inteligível. De onde nada vê retira a "substância invisível" e indivisível. De onde vê forças naturais deduz as "não naturais". (A mente humana mente). Ela tem necessidade de solucionar, de dominar. Por isso mente e inventa. De algumas invenções surgiram leis que se confirmam na natureza...
Nem sempre é assim. As loucuras das soluções e do domínio condicionam o ver das coisas que nos rodeiam. Por que afinal somos seres rodeados, melhor dizendo cercados, cercados pela luta da sobrevida e de químicos que nos formam e que uma vez desequilibrados nos fazem percorrer caminhos esquisitos. Retirar de palavras, que nada mais são do que meras desorientações, a bússula que nos levará a outros estádios, onde viveremos felizes ou infelizes para sempre, não passa de uma baboseira de todo o tamanho. É a fábrica da liberdade da composição humana transformada em prisão alargada.
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PRISIONEIRO DE ALPORTUGAZ

O texto que inseri com esta foto foi-se.
Vou tentar refazê-lo.
mmb Posted by Picasa

Wednesday, June 07, 2006

O GENERAL AUTOPASSO

Esta foto será acompanhado por um texto que se pretende saia no próximo dia 9 de Junho. Entretanto, poderei já adiantar o tema: esquerdo, direito, esquerdo, direito, "ópe" "dóiis", "ópe", "ópe"...
Manuel Melo Bento
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POLÍTICOS NO AR - SEGUNDA NOMEAÇÃO

Acerca da nomeação de Bruno Pacheco, em "Língua Afiada - RTP/A - 07/06/06

NUNO BARATA:

"Ele é um jovem ou um boy?"

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