ENTREVISTA COM O POETA VICTOR DE LIMA MEIRELLES
azorespublicum:
É poeta, pintor, escritor e genealogista, em qual destas áreas é mais conhecido?
Victor de Lima Meirelles:
Não acredito que seja muito conhecido em qualquer destes atributos, mas penso que alguns me conhecem mais como poeta.
az:
Vai lançar mais um livro. De que consta?
VLM:
O livro já se encontra na sua fase final e é para ser lançado em Outubro. É poesia, e tem prefácio da Prof. Doutora Margarida Maia Gouveia. Tem por título Amargo Lírico.
az:
Será que a Literatura Açoriana estagnou?
VLM:
Penso que não. Aliás, é notar a constante publicação dos vários títulos que se encontram no mercado. Publica-se muito, só que não existe informação suficiente sobre as obras e os seus autores. Quando sai um livro, este fica reduzido ao dia do seu lançamento e a um segundo de visibilidade nos meios de comunicação, quer televisiva, quer jornalística. Depois, fica ignorado nas prateleiras das poucas livrarias existentes. Não existe por detrás do livro uma promoção que o divulgue e que o faça existir. Não existe tradição neste campo. Os nossos criadores são uns heróis em persistirem na sua arte, geralmente trabalham no presente e para um futuro que por vezes só lhes traz dissabores e pouco reconhecimento, quer público, quer oficial.
az:
Que balanço faz sobre a arte nos Açores nos últimos dez anos?
VLM:
Penso que se tem feito alguma coisa, sem esquecer o período áureo com a pintora/escultora Luísa Constantina, tão esquecida. Aliás, tudo o que veio a acontecer depois, foi fruto da sua visão e do seu esforço, nem sempre compreendido e acarinhado. Há muita gente a querer fazer coisas. Há muita gente frustrada por não as poder realizar, porque não tem os meios. O dinheiro é sempre o empecilho à realização pessoal e, depois, o mecenato é escasso e se existe, é para coisas com maior visibilidade propagandística que possam atrair as grandes multidões. Por isso, o balanço que se pode fazer, é aquele que medianamente se vai somando nos diversos acontecimentos, mediante a capacidade de cada um e com as armas que dispõem, na maioria das vezes isoladamente, tentando contribuir com o seu esforço e talento, com aquilo que acham que pode engrandecer o lugar onde nasceram.
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