REMODULALADO POR COMPETÊNCIA???
Já não me lembro se escrevi, há tempos, que não havia outra solução senão demitir o governo "central" e manter Freitas ou demitir Freitas e manter o mesmo governo. Como isto não passa de uma baboseira, vou fazer um intervalo para pensar como descalçar esta bota. Até daqui a pouco...
Não me admirei nada quando o engenheiro Sócrates convidou o escorreito Professor Freitas do Amaral para chefiar a política externa portuguesa. Não sendo a mesma coisa, também o dr. Mário Soares convidara Jaime Gama para a mesma pasta. O dr. Soares era novato nas coisas da governação. Sempre fora um grande burguês. Não teve culpa. Nem estou a julgá-lo. Nasceu rico. A família possuía milhares de metros quadrados no centro de Lisboa e não na Buraca. De revolucionário tinha tanto quanto a minha prima Maria Ana. Também ela tinha um pobrezinho que lhe fora distribuído pelas donas de São Vicente de Paula. O dr. Mário Soares além de ser mais rico (a minha prima só deixara por alma setenta e cinco mil euros à Igreja Matriz de Ponta Delgada e ao cuidado do Monsenhor Ribeiro para entrar no Reino dos Céus) era mais culto, aberto e tinha muitos pobrezinhos. Nos tempos conturbados do pós 25 de Abril, o Partido Socialista tinha, como responsável pelos assuntos com o estrangeiro, Rui Mateus. De proveniências humildes. Quando ganhou as eleições por maioria relativa e foi convidado para formar governo, Mário Soares, em vez de escolher Mateus - formado em Sociologia por uma Universidade da Suécia e casado com uma sueca - para Ministro dos Negócios Estrangeiros, preferiu Jaime Gama. Razões? Mateus não sabia comer à mesa e fazia barulho com a boca. Pelo contrário, Jaime Gama filho de um tenente miliciano da II Guerra Mundial - e que metera “o chico” - comportava-se como um menino bem à mesa. Era preciso receber gente fina em palácios, e tinha de se ser fino ou fingir como tal. Jaime Gama ficou conhecido por ser um peixe de águas profundas. Nunca percebi a alcunha. Acho que era mais dado a ser mnésico-repetitivo. Uma espécie de aluno enciclopédico. Mas, diga-se em abono da verdade política, uma pessoa de fino trato . O Partido Socialista apresentou ao longo da sua existência uma série de Ministros Dos Negócios Estrangeiros. De que me lembre, Medeiros Ferreira foi o mais brilhante e clarividente. A cabeça ajuda-o! Este reparo é uma questão de colocar as coisas no seu lugar, porque eu não gosto dele. Já gostei. E, se aqui o incluo a custo, é porque não se pode fazer emergir a política externa socialista sem o referir. A questão da “inclusão” de Freitas do Amaral no Partido Socialista foi para dar continuidade ao estilo de Medeiros Ferreira. Freitas apesar de ser um beato de sacristia é uma das personalidades mais cultas deste país (em certas áreas, claro). Esta faceta obriga-o a ser senhor de uma forte personalidade... Às tantas, dizia ele uma coisa, e o seu chefe outra. O engenheiro Sócrates foi obrigado a engolir as suas leituras orais e bastante difundidas pelos media. Se Sócrates não o despede, Portugal, de incidente em incidente diplomático, ainda acabava por se meter em alguma guerra. A Austrália/Petróleo estava em lista de espera. Medeiros Ferreira também se impôs a Mário Soares e foi-se. O Professor Freitas começou a ter os dias contados a partir do momento em que soprou uma inconfidência contra os Polícias do Mundo. Ideia que Sócrates comunga mas chupa como bom liberal que é. São coisas da política. Sendo esta uma das muitas ciências do possível, também é possível eu escrever este texto desta maneira. É como diz Allan Hobson para quem o eu é uma consciência auto-reflectida. Não é o (eu) meu caso!E isso que interessa...
manuelmelobento
mmb
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