Thursday, June 08, 2006

UM GENERAL QUE SUJOU A FARDA NOS AÇORES


As prisões do 6 de Junho de 1975 colocaram Portugal numa situação muito melindrosa. Depois de terem em 1974 deposto o regime ditatorial, os militares foram incapazes de controlar o descalabro a que deram origem. Pessoas que pareciam gente de bem tornaram-se verdadeiros facínoras. Militares condecorados por feitos heróicos de um dia para o outro passaram a guardas prisionais. Passaram a perseguir civis inocentes. De um dia para o outro destruíram uma das instituições mais credíveis do país. Passaram a lacaios de uma política persecutória. Perdida a honra ei-los a fazerem de polícia política. Alguns até pactuaram com torcionários. Num Estado de Direito ninguém vai preso por delito de opinião. Os militares deixaram encher as prisões com gente que com eles convivia; que com eles se sentava à mesma mesa e que não tinham cometido crime nenhum. Deixaram prender os que os tinham condecorado num passado recente. Acobardaram-se perante uma corja de falsos democratas e de gente sem formação que os passou a comandar. Nos Açores, terra de gente pacata, os militares sujaram a farda ao alinharem num tipo de actuação muito utilizada pela Gestapo. Denúncias caricatas levaram oficiais das Forças Armadas de Portugal a assaltarem casas de civis a altas horas da noite. Só faltou prenderem as mulheres e as crianças que encontraram a dormir no colo dos pais, para melhor mostrarem de que calibre eram feitos. Um general distinguiu-se ao ordenar este tipo de prisão. Um general do Exército Português emporcalhou a farda que vestia assim como a imagem de Portugal no Mundo. Esse general ainda não foi julgado. Nem ele nem uns tantos civis cuja cumplicidade os tornaram passíveis de processos-crime. Assaltar casas à noite é-o. É preciso sentá-los no banco dos réus. Pinochet está a contas com a Justiça do seu país e de outros. Correm processos sobre ele. O general Altino com a sua acção sediou os Açores de Portugal. Deu um grande golpe na Pátria. Também devia ser julgado por mais este crime.
MANUEL MELO BENTO

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