Tuesday, October 31, 2006

No dia 3 de Novembro, tem lugar no Centro Municipal de Cultura de Ponta Delgada o lançamento do livro de poesia "AMARGO LÍRICO" e a exposição de pintura "TERRITÓRIOS INTERIORES" da autoria de Victor de Lima Meirelles.
A obra literária será apresentada pela drª. Ana Maria Netto de Viveiros.
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Monday, October 30, 2006



O GENERAL SILENO À ZORRO ASSERTARÁ DAQUI A POUCO SOBRE A RTP/Açores

Oh! Oh! O general tem uma viseira! Não me fale homem, já não posso andar na rua sem ser reconhecido. Chamam-me sadomasoquista por causa da fotografia que o azorespublicum publicou. Aquilo era uma brincadeira enquanto não chegasse o sono. Agora é que dou valor ao Presidente Clinton. Calma general, vamos fazer um desmentido dizendo que o general tinha emprestado as botas para um filme! Que nome lhe vão dar? “Quando o Mar Galgou a Terra”. Eu já vi esse filme, mas não vi botas nenhumas. Todos nós sabemos que com a sua idade o general apenas pode teatralizar. Isso! Isso! Obrigado, é a pura da verdade. E daí para cá general? Olhe meu bom amigo, hoje, estive a assistir, logo de manhã, ao “Bom Dia do Pedro Moura”. E depois? Veio-me à torre do controlo uma ideia maluca. Melhor dizendo, foi o resultado de ter sonhado com a Tia Maria do Nordeste e o Pedro Moura a fazerem um programa do género do Herman José. Nele também colaborava a Solange Vieira vestida de preto (para parecer mais magra). O cenógrafo tinha colocado como pano de fundo uma grande fotografia do Osvaldo Cabral. Por baixo, apresentava uma legenda que dizia “Fazei humor sem política!”. Só isso? Não, tem mais! Vamos lá a continuar? A Solange fazia de Tia Maria do Nordeste e esta mascarava-se de Solange. O Pedro Moura imitava os políticos que eram levados ao programa só que como temos de obedecer ao Osvaldo os políticos imitados podiam falar de tudo menos de política. General, isto não tem piada nenhuma. Ainda não acabei. Aliás, não vejo grandes piadas actualmente nas estações portuguesas. Ora, continuando. Os políticos “convidados” eram obrigados a imitar a Tia Maria e a Solange. Para isso passava-se uma peça (das piores) dos trabalhos de cada uma e depois pedia-se ao Pedro para se pôr no lugar do político “vítima” que depois faria uma imitação de uma e de outra. Oh general, que raio de coisa! Você não percebeu nada! O Pedro mete-se na pele, por exemplo, do Antero de Quental, e ponha-se a imitar a Tia Maria que era a Solange e a Solange que era a Tia Maria do Nordeste, tal qual o político/poeta faria. Era tão giro! Estamos aqui estamos na barra do Tribunal a responder por estarmos a brincar com coisas sérias. A ideia é precisamente essa, mas sem maldade, só para divertir. Ele até havia de gostar! O Teatro é uma coisa maravilhosa. O Antero de Quental já morreu. Oh diacho! Então arranjemos um dos vivos que estejam à mão. Está a ver? Oh, se estou! Não tenho é lata para dizer o nome. Fica em aberto. Era só isso? Não, todos as semanas arranjava-se uma vítima, perdão uma personalidade que tivesse características que se enquadrassem no espírito da peça. O general quer ganhar dinheiro sem apresentar trabalho de asserção. O que eu proponho é uma revolução no teatro de comédia televisiva. Algo que nos faça acordar e que nos faça fugir das procissões, missas ao ar livre, lamúrias, saudades chorosas, gemidos e ranger de dentes. Que nos faça fugir de um humor importado como quase tudo que temos para consumir. O general, hoje, está com veia de esquerda! O quê!
O general Sileno é um heterónimo.

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Sunday, October 29, 2006

O general Sileno passou a noite nas Furnas. Esteve ao serviço do azorespublicum.
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DOMINGO

O GENERAL SILENO CRITICA A RTP/Açores

E daí para cá, general? Antes de começar a assertar, vamos fazer contas. Contas, a esta hora, meu general? Estive a fazer um levantamento/sondagem acerca da nossa estação e tive de me deslocar a vários sítios. Desloquei-me às Furnas, dormi nas Furnas, almocei nas Furnas. Como conduzi a minha viatura faço cada quilómetro a trinta escudos. Ida e volta de minha casa em Ponta Delgada até lá são setenta e dois quilómetros. Portanto, ora deixa cá ver: trinta vezes setenta e seis perfaz? Quer que telefone ao eng. Guterres? Deixe-se de brincadeiras. Já me têm prevenido que você gosta muito de gozar. Percebeu, então, a piada? Não! Bom a conta de multiplicar dá dois mil quinhentos e noventa e dois escudos antigos. Pagamos! E a dormida? Bem! Bem! Uma velha amiga deixou-me dormir no quarto de hóspedes e não paguei nada. Óptimo! Almoço? Duas sandes de chouriço regional e uma laranjada com gosto à Melo Abreu. Também nada paguei. Como assim? Um antigo subordinado meu reconheceu-me e teve muito gosto em pagar a despesa. Logo, o azorespublicum não tem nada a pagar. O general é um homem sério. Se fosse o tal apresentava facturas falsas... Por quem me toma? Velhos tempos em que eles iam parar ao Tarrafal, por muito menos. Vamos a isso? Vamos! Comece! Para já é assim: ninguém vê a RTP/Açores. De quatro pessoas inquiridas nenhuma delas quer saber dela. Só quatro? Depois você multiplica por mil... Oh general! Repare que das conversas que mantive retirei uma grande informação. A RTP/Açores é vista por dezenas e dezenas de milhar de açorianos. O general agora é que está a querer gozar. Nada disso! Na América e no Canadá os açorianos estão sempre com o olho em cima dela. Devíamos, então, chamá-la de RTPAE, não acha? O que é lá isso? O A quer dizer açorianos e o E emigrantes. Estou de acordo! General, e aqueles que não têm TV Cabo? Esses são obrigados a assistir aos seus programas. Mas dormem muito, porque desligam as lâmpadas do quarto para não pagarem mais electricidade e isso resulta numa soneira tremenda. Muito bem. E a seguir? Olhe, estive uma hora e meia à espera de assistir ao programa do Pedro Moura. Hora e meia? Estava anunciado nos jornais e no teletexto da RTP/A (379) para as 17h-30 e só foi para o ar às dezanove. Até parecia o horário do Cinema do Senhor Damião da Vila. Só começava o filme quando ele acabasse de jantar e de dormir uma pequena soneca. Claro que vou deixar o Pedro Moura sozinho porque tenho de assistir ao noticiário. Mais coisas, general? Oh, diabo! Tenho o relógio atrasado! Então, lá se vão as asserções maldizentes. Bem, afinal o atraso foi só de meia hora... Então, está bem. É já um hábito estes pequenos minutos de desconexão... Parece-me, já agora que estou com a mão na massa, que uma das coisas que faz com que ninguém se lembre de sintonizar a nossa estação é que ao mesmo tempo, por exemplo à hora do tele-regional, passam nas estações da primeira divisão programas de “eleição” tais como o Prof. Marcelo a conversar com a bonita e inteligente Flor Pedroso, a TVI a mandar para o ar o Açucar para a juventude e a SIC com reportagens incandescentes. Que fazer? Olhe, é fazer um programa de contra-ataque ao Herman SIC. Imitando quem? Olhe, em Portugal imita-se o que a América atira para as mentes do imbecilato europeu, se copiarmos o Herman José, talvez tivéssemos sorte. Não temos gente à altura! De graça ninguém quer esfolar o couro cabeludo. A RTP/Açores quer é receber algum dos artistas para lhes fazer promoção. A RTP/Açores passa a vida de repetição em repetição. E se inventássemos um programa original? Estou a lembrar-me de um. Diga! O encontro de casais divorciados que se voltaram a casar e arranjaram outros cônjuges e a fazerem comparações em todos os aspectos. Mesmo os mais íntimos? Sim, claro! Oh general, o Henrique Mendes já morreu! General, enviaram-nos uma foto antes de o senhor ter chegado e que dizia assim: publique-se. Estava assinado Sileno. Por isso mandámos para o ar. Quer ver? Oh Diabo! Alguém me fotografou quando eu estava a passar a noite em casa da minha amiga, nas Furnas. Grandes marotos são estes “papparazzi” açorianos... Não se pode fazer nada para impedir a sua divulgação? Não, general! Mas para quê tanto espanto se não se lhe vê a cara? São as botas, são as botas que me vão denunciar!
O general Silenos é um heterónimo
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Friday, October 27, 2006


AS ASSERÇÕES DO GENERAL SILENO
SOBRE A RTP/Açores

General, que mal vai dizer, hoje, da RTP/Açores? Antes de começarmos, você não nota nada de especial em mim? Para além de ter chegado tarde um minuto e dois segundos, só sei que traz na cabeça o quépi. Para além disso, trago duas Cruzes de Guerra. Uma no quépi, (Carvalho, Ouro, Espada e Diamantes) outra no peito um todo nada menos digna (Carvalho, Espada e Diamante). Ganhou-as praticando actos heróicos? Sim, e foram muitos. Aquela que está no quépi, merecia-a por ter participado na grande invasão. A que trago ao peito, ganhei-a com fuzilamentos. Já me tinham dito que o general era um grande herói. Obrigado! Vamos, então, falar mal? O que tem para realçar de mau? Muito pouco! Tenho de ressalvar o entusiasmo com que a RTP/Açores transmitiu a peça sobre turismo regional. Pensava eu que o dr. António Cavaco era só petiscos. E então? Bom, devo confessar em primeiro lugar que a Drª. Isabel Barata transmitiu uma imagem muito segura daquilo que vai ser o sector que ela comanda no futuro próximo. Foi uma participação muito rigorosa. O general só fala bem das senhoras. Deixe-se de cavalheirismos! Nada disso, o turismo tem dado muito pouco trabalho ao dr. Carlos César, daí o meu raciocínio. As empresas estão contentes, os turistas – mesmo arrastando os pés - também estão satisfeitos. O que é que quer mais? General, assim não vamos longe. E em segundo lugar? Depois de ter ouvido o António Cavaco fiquei com águas na boca. Gostei da forma como se devia fazer pedagogia com as nossas comilanças. Ora aqui temos um cozido das caldeiras, ali um inhame da Bretanha com pimenta. Gostei da disposição geográfica que permite orientar as pessoas. Quero, também, dizer que ele tem razão ao dizer que não basta profissionalizar os empregados do sector. É preciso educar os comedores. Nunca tinha pensado nisso. Trata-se de uma espécie de tango ao bom velho estilo do professor José Bento que costumava abrir os Bailes do Coliseu. Ele abria o baile com uma valsa, não era com um tango. O tango vinha depois, você não percebe nada! Então, general e falar mal, em que ficamos? Nem o Osvaldo Cabral leva nada hoje? Quando eu tenho de falar mal, não cuspo nas mãos. O Osvaldo não deixa de ser uma pessoa muito civilizada, educada e homem do diálogo. Oh, general! Você está a bater-se a um lugar de comentador televisivo. Está aqui está despedido do azorpress! Está aqui para falar mal e não bem! Você não percebe nada de nada. Eu estou a amolecê-lo para depois o desancar. Não se esqueça que eu preciso do que me paga o azorpress. O general além de reaccionário é um engraxador. Ou diz mal do Osvaldo ou ... rua! Bem, ele tem um penteado horrível e está a engordar. Por hoje escapou! Obrigado, meu bom amigo!
O general Sileno é um heterónimo

PS: o general Sileno tem dificuldades económicas. Só que a administração do azorpress não vai tolerar esta treta por muito mais tempo, estejam os leitores descansados. Safa
!
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Thursday, October 26, 2006

O GENERAL SILENO ASSERTA HOJE SOBRE :
"Moda Açores - 2006" e "Atlântida". Coisas da RTP/Açores.

General Sileno, vejo que está muito bem disposto. Até tem a boca aberta. Será que vai para a guerra? Não!, é que assisti à “Moda Açores 2006” e confesso que gostei. Lindas moças! Posso até dizer-lhe que elas até estão bastante gordinhas, isto, se compararmos com aqueles cabidos estrangeiros que na cama se devem confundir com uma prisão para o cabelo. O general só reparou na carne! Esqueceu a roupagem? Se quer que lhe diga foi isso mesmo. Neste caso a asserção fica-se pela cobiça? E que cobiça, meu caro! A moda é um fenómeno que eu não compreendo lá muito bem. Elas andam de um lado para o outro e sempre com vestidos diferentes. Onde é que vão buscar tantos vestidos? É uma indústria muito rendosa e serve vários sectores. E isso é bom para a malta. Vamos até à “Atlândida”? Gosto do programa do Sidónio. Ele põe os açorianos a falarem uns com os outros, mesmo que estejam longe. E isso toca-me muito de perto. Metade da minha gente está por esse mundo fora perdida de saudades. É uma dor que nunca me deixa. O general quer um lenço? Nada disso! Isto já passa! Bom, fiquemos por aqui. Vejo que hoje é um mau dia para o fazer falar. Antes de fechar esta edição tenho alguma coisa para dizer. Então, diga! As minhas últimas asserções têm levado a que muitas pessoas me escrevam cartas anónimas a desancar-me. Chamam-me nomes por dizer o que penso. Que raio de democracia é esta em que uma pessoa já não pode dizer o que pensa? Parece que estamos a viver na democracia do Professor Salazar. O Salazar não era democrata, general! Então, se ele não era democrata por que razão estão a copiá-lo? O quê? Olhe, um secretário de Estado do engenheiro Sócrates (um tal Castro) até disse que o povo é que era o culpado pela subida dos preços. Até parece um ministro do Salazar que disse que o povo não precisava de ir para além dos estudos que ultrapassassem os da terceira classe da primária. O general, hoje, está de facto sem veia. Até parece que lhe aconteceu algo de grave. Vou confessar-lhe uma coisa. Quando eu era um rapaz aí de uns vinte e um anos namorei uma moça com catorze anos e chegamos a fazer umas brincadeiras de pouca vergonha. Disseram-me que o abuso sexual de menores era crime. E como andam à caça dos desavergonhados eu tenho tido tremuras. Veja-me isto. Só os menores é que se podem comer uns aos outros e ainda por cima os professores dão-lhes preservativos para eles se consolarem. Parece que me vou esconder. Não quero ser preso! Tenha calma general, o seu crime já prescreveu! Naquele tempo... até Santo Agostinho papou uma rapariga com treze anos. E acha que lhe aconteceu alguma coisa? Não, o crime dele também prescreveu. Oh, ainda bem! Estou mais descansado! E se a minha antiga namorada apresentar queixa? Aí é que vai ser o bom e o bonito. Que idade tem ela? Cinquenta e dois. Acho que não vai dar em nada... Deus o ouça, bom amigo. Santo Agostinho, homessa... não esperava. .
O general Sileno é um heterónimo.
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Wednesday, October 25, 2006


RTP/AÇORES (SÓ) VISTA PELO GENERAL SILENO

Senhor general, que achou da prestação de Zenaide Soares no programa “Meia Hora”? Deixe-me acender o meu cachimbo, último grito em Stil. Para já, jantei tarde porque o horário/calendário foi alterado como de costume e eu esperava ver “O maior português” na RTP1 para poder votar em consciência. Mas, compromissos são compromissos. Ora, se não estou enganado a doutora disse que a lei era repressiva e perseguia as mulheres. Ora no meu tempo a lei não perseguia as mulheres. Elas eram propriedade dos maridos. Nem podiam viajar se nós não as autorizássemos. Elas estavam escondidas em casa e protegidas por nós. E também, valha a verdade, pela Santa Madre Igreja. Ela propõe a despenalização do aborto. Aonde íamos parar, Santo Deus! Elas já conseguiram poder viajar sem autorização, que mais querem?
O que pensa o general do aborto? Eu sou pela vida! O senhor, que já esteve em várias batalhas, quantos inimigos já matou? Imensos! E não precisava de gastar muitas munições. Até ganhei um primeiro prémio em pontaria. Era tiro e queda! E acertava sempre na cabeça. Na cabeça? Sim, por causa dos coletes de protecção. O que pensa o general do corpo das mulheres? Quando são belos é que nos encantam. E isso vale por tudo o que a natureza nos dá. Será que elas poderão dispor dos seus corpos a seu bel-prazer? Só para aquilo que estou pensando e você também. Não é essa a questão. Pergunto-lhe se podem ou não rejeitar a junção do espermatozóide com o óvulo que às vezes as incomodam tanto? Claro, e porque não! Basta lavarem-se e pronto. Aquela junção não será vida? O saudoso Salazar e o Cardeal Cerejeira diziam que uma vez agarrados os dois nada se podia fazer. Que era pecado. Mas, o senhor como intelectual permitiria que os médicos as lavassem? Bem, agora percebo onde você quer chegar. Sou contra o aborto! Totalmente! Aquilo é um crime. Não podemos dar às mulheres o corpo delas! E com que é que ficávamos? Elas já têm tanta liberdade. Basta, digo eu! Aliás os senhores bispos já se pronunciaram contra esse assassinato. E desde quando? Desde que o Padre Américo engravidou a Amelinha. Então, será melhor fazer-se o aborto clandestino? Claro, desde que com discrição e com bons médicos, senão dá para o torto e fica muito feio.! Eu próprio conheço senhoras da alta que já o fizeram em óptimas clínicas. Até posso recomendá-las. Mas isso é crime! Só para as pobretanas! Põem-se a fazer sexo esfomeadas e sem classe e dá no que dá. Nesse caso o senhor está contra a posição de Zenaide Soares? Completamente! A gente de esquerda quer dar cabo do país! Não podemos aceitar. Então, o general está a favor do dr. Melo Alves, protector da infância intra-uterina? Sabe, os infantários estão cheios e somos nós todos que pagamos a despesa da gentinha com os nossos impostos. Eduquem os filhos em casa! Dêem-lhes educação familiar que bem precisam. General, toma mais um uísque? Se faz favor! Vamos ouvir a gravação para podermos depois analisar o pensamento dos “meias horas”.Interrupção voluntária da gravidez”, não acha que isso devia ter em conta a consciência individual de cada mulher? Meu caro amigo eu não sou o erudito Professor Marcelo. Você está a falar de aborto com falinhas mansas. Comigo vem de carrinho. Senhor general, quantas vezes foi comido por mulheres? Comido eu? Nunca, eu é que as comia! Olhe que não general, olhe que não! E se o general tivesse engravidado várias mulheres nas suas campanhas não gostaria que elas resolvessem o assunto da melhor maneira para que a sua falecida “esposa” não ficasse desgostosa? Aqui para a gente que ninguém nos ouça. Eu é que sei o quanto me custou em escudos antigos cada assunto resolvido. Houve uma vez que até tive de recorrer à Banca, pois tinha comprado um carro novo. General, hoje, não falou mal da RTP/A? Ia-me esquecendo. Pois é, general não temos mais espaço para tratarmos da infância intra-uterina. Fica para a próxima. Claro, olhe que o meu copo está outra vez vazio.
O general Sileno é um heterónimo
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Sunday, October 22, 2006


O GENERAL SILENO
DISSERTA SOBRE A RTP/AÇORES
DOMINGO DIA 22

Senhor general, o que temos para hoje? Muito pouco. A Patrícia Tavares vai abandonar a Ernesto do Canto. Ela merecia! Nós não. Como pivot deixou uma marca indelével nos olhos dos pacientes da nossa estação. Desejo-lhe boa sorte na sua nova etapa. Deixa saudades. O senhor general não vai começar a chorar, pois não? E daí para cá? Olhe, pela primeira vez o "Açores VIP" não me disse nada, reformulando, não percebi a razão porque não se fez uma peça sobre a Patrícia, em vez de transmitir um chá ajantarado dos colaboradores da RTP/Açores e ainda por cima a dizerem disparates. O maior foi o do Osvaldo Cabral.
O senhor é uma pessoa muito difícil. Não gosta da nossa estação? Gosto quando ela desliga com o hino da Natália Correia. Um hino que deixa muito a desejar. A poetisa/poeta devia estar a lavar os pés quando deu início àquela versalhada. A Solange Vieira não lhe disse nada? Para aquilo a que nos habituou esteve medíocre. Não preparou os diálogos convenientemente daí que não se lhe descortinou nada a salientar. Que nota atribui ao Açores VIP? De um a cinco dou-dou não satizfez, logo dois. O general, de certo, viu o “Hilariante”, não me diga que não gostou? Vou ser sincero, aquilo é uma cópia já muito gasta. Também não admira a RTP/Açores não tem ideias. Por acaso a peça do porco atrelado podia ter sido melhor explorada. As pessoas perceberam que aquilo era brincadeira, o que deixou o entrevistador sem graça e a sua intervenção não merece realce. No entanto, aquela cena da venda da disquete musical teve nota alta. Qualquer museu especialista em antropologia pagaria um bom preço por ela. Gostou? Imenso! Devo confessar que até chorei. Aquilo é uma peça única, embora, para ressalvar a nossa imagem na Europa devia ser bem fechada no cofre e levar até aos próximos vinte anos o selo de TOP SECRET. Senhor general... Agora, mais nada! Vou marchar, que bem preciso!
O general Sileno é um heterónimo


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Saturday, October 21, 2006

O general Sileno volta hoje ao nosso blogue para mais "dissertações" televisivas.

Senhor general, o que cozinhou para hoje? Depois se verá. Espere para mais logo.
Minutos depois...

Senhor general, e daí para cá? Quando liguei a RTP/Açores, era aí pelas Trindades ou pouca chuva, ouvi a voz do Pedro Moura e logo em seguida comecei a perceber uma festinha do tipo “O Padrinho I”. Mas logo vi que era uma das muitas cenas religiosas açorianas. O sacerdote mandava-nos em paz. Mais paz para cima de nós? Não, senhor padre. Vamos exportar a paz para as zonas de guerra e com isto vamos equilibrar a nossa balança sentimental. Mal o padre se despediu e após um pequeníssimo intervalo sem comerciais vejo-me a assistir a uma entrevista com um senhor que já foi mais novo. Augusto Ataíde. Um ricaço. Ainda bem que ainda os há entre nós. Augusto Ataíde era filho de Augusto Ataíde e, segundo o mesmo entrevistado, neto de Luís Bernardo que tem um busto nos jardins do Museu Carlos Machado onde corre uma exposição de Picasso e outros (não menos importantes). Augusto Ataíde, segundo o entrevistador é um escritor. Até agora escreveu um só livro. E ainda por cima escreveu acerca dele mesmo e para os netinhos. Quando ele escrever mais alguma história para a família corre o risco de apanhar com um Prémio Camões ou até mais alto. Diz o entrevistador que Augusto A. era um democrata. Aí, ponho-me de pé e faço a minha continência: a continência dos militares. Mais coisas senhor general? É um homem muito fino. Alta Finança, Alta Burguesia! Intervalo, senhor general. Vamos descansar. O livro a que se sujeita vir a ser premiado chama-se “O Percurso Solitário”. Tomai nota! Teve a coragem de ter pertencido ao Movimento Separatista Açoriano e ainda por cima o declarou. Bem, se ele toma conta disto, acabaríamos por ver reposta a moral antiga, o poder da Patrística e as criaditas de fora da cidade a invadirem este velho burgo para servirem como escravas do trabalho e do sexo (perderíamos as queridas brasileiras) nas casas dos pequenos, médios e altos burgueses. Mal pagas e muito bem comidas, valha-nos a verdade. Os homens a falarem com os senhores de chapéu na mão. Oh tradição, onde páras? Tomo nota do nome do entrevistador: Joel Neto. Espero ansioso para ver o próximo trabalho. Mudo de canal para fazer mais um intervalo. Tenho falta de publicidade. Pinto da Costa está na RTP 1. Reclama contra os impostos que vão de futuro apanhar os trocos dos jogadores da bola. Volto à RTP/Açores. Ninguém quer pagar impostos, senhor general? Ora bolas! Estamos na Ilha Terceira. Fico contente. É daqui que vai surgir o novo chefe do governo indígena. O senhor acha? Este taxista da Terceira tem mais tempo de antena do que o senhor doutor Carlos Costa Neves. São os sapadores políticos que já estão no terreno. O senhor general acha isso? Não pode ser senão uma nova estratégia. Eu o digo! Não sou eu que o vou contrariar, senhor general. Senhor general, onde é que viu a luz pela primeira vez ? Nos Açores inteiros. Então o senhor não se importa de ver um terceirense a dirigir os Açores? Claro que não! E tudo se conjuga para que os dois da Terceira (Sérgio e Carlos) venham a disputar no futuro o ceptro. Senhor general, vamos ficar por aqui. Se houver mais alguma coisa de registo voltaremos. Certamente, entretanto, vou descansar. Como sempre...
O senhor general Sileno é um heterónimo.
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Thursday, October 19, 2006

DISSERTAÇÕES TELEVISIVAS

Antigo general na reforma, o senhor Sileno, passará a dissertar sobre a RTP/A. A administração do "azorespublicum" tinha convidado o senhor general para fazer crítica televisiva, porque sabia das suas dificuldades económicas e financeiras. O senhor general escusou-se justificando ser a crítica um acto intelectual. Ele nunca poderia asumir-se como tal. Para ele existe o rigor no marchar e a obediência cega aos superiores como timbre da sua actuação. Não quisemos teimar, visto ser tempo perdido.
Senhor general quais são as suas dissertações para hoje? Bem, antes de começar, tenho de rebobinar para o dia de ontem. Estive muito atento ao proprama especial que transmitiu as sondagens do dr. César e pouco depois a mesa de jantar onde se encontravam o director da estação e os convidados. Estes, naturalmente, estariam lá para dizer da sua justiça. Deu-me a sensação que aquela sondagem foi elaborada para agradar ao Presidente. Digo isto porque o dr. César apareceu lá em plano de fundo ou de conjunto, já não sei. A antiga URSS também tinha uma (só) estação do Estado e que servia para promover os líderes soviéticos e a política socialista. Senhor general, afinal o senhor está a fazer crítica política! O dr. César não precisava desta encenação. Ele tem tudo e todos na mão. Ele dá emprego, subsídios, saúde de graça, educação de graça, transportes marítimos de graça, espectáculos... Ninguém tem nada contra ele! Ele merece uma boa sondagem! É de toda a justiça! Está a tentar dizer que aquela sondagem foi feita pelos amigos dele? Ele não tem inimigos! O único que eu conheço é o dr. Costa Neves. Logo... O que é que ressaltou daquela mesa de jantar? Que o Nuno Barata declarou que quando era preciso até falava bem do Presidente. E o que é que isso quer dizer? Que sendo uma voz incomodamente independente desenhou o perigo do unanimismo açoriano. E quanto aos outros intervenientes? São muito intelectuais para o meu gosto. Inclui Osvaldo Cabral nessa sua "dissertação"? Não! O Osvaldo é o Ramiro Valadão dos tempos modernos. É um jornalista paisagista do regime. Melhor dizendo, ele faz cada aguarela de Carlos César que até parece o saudoso Victor Câmara. Fica tudo bonito com as perguntas que ele faz. Bem, já vi que o general só quer é dissertar. E daí para cá? Ora, eu só vou falar da Lenda das Sete Cidades. É que depois do jantar dormi que nem um justo. Parecia uma reposição do Manuel de Oliveira. Lá de vez em quando acordava sobressaltado por causa do texto. Muito pobre! Os actores, até que não são maus. Penso que ainda não se reformaram, o que é uma penina. O meu médico até me disse para pedir à direcção da RTP/Açores para repetir. Porquê? Porque é muito repousante. Será que se poderá compreender os Açores através da sua estatizada-socializada estação televisiva? Penso que sim, sobretudo quando a Secretaria Regional da Agricultura mostra as vaquinhas a pastar através da publicidade paga (?)...
O general Sileno é um heterónimo.
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Saturday, October 14, 2006

A LÍNGUA DA LINGUAGEM DAS MULHERES

Já muito pouca coisa me espanta. Porém, lá de vez em quando acontece cada uma que é de bradar aos céus de um Magueijo ou de um Hubble. Num programa que dá pelo nome de “A Revolta dos Pastéis de Nata” e que tem como apresentador um rapaz de chapéu trocado que está sempre bem disposto encontrava-se Maria do Céu Guerra, monstro sagrado do teatro e da cultura portuguesa, mulher que tem contribuído para levar à grande maioria do povo e a preços módicos a arte de representar em palco. Mulher progressista e com bastante preocupação social, senhora de uma linguagem de emancipação a todos os títulos louvável, etc. , teve uma péssima prestação nos “pastéis”. Não que os tivesse comido. Nada disso. A cena descreve-se em poucas palavras. O apresentador, de repente, pede à atriz que mencione nomes de mulheres que ela julgasse serem capazes de ocuparem a cadeira de Belém. Apoderou-se de Maria do Céu Guerra uma branca, melhor dizendo um Buraco Negro. Só lhe veio à cabeça a saudosa Maria de Lurdes Pintasilgo. “Já morta” disse o apresentador. E pronto! Passou-se adiante. Ora bem. MCG demonstrou como é difícil ser mulher em Portugal. Fizeram-lhes a cabeça e vai ser muito, mas muito tormentoso desprogramá-las. E é pena que sejam os machos (mais conscientes da importância das mulheres neste mundo) quem irá orientar-lhes o caminho a seguir. Antes de continuar nestas alegações, devo dizer que me vieram à memória (quando assistia ao programa) uma série de nomes de mulheres que eu (pessoalmente) não me repugnaria ver como Chefe de Estado. (O raciocíno é simples: basta comparar com todos aqueles que já o foram...) Começaria por Maria João Avillez, Maria Barroso, Helena Roseta, Eunice Munhoz, Maria Belém, Rosa Lobato Faria, Odete Santos, Ferreira Leite, Teresa Patrício Gouveia. Foram estas apenas. Mas se formos à Universidade, de certo, encontraremos outras bem menos visíveis mas não menos importantes. Hoje, uma Maria José Morgado e uma Maria José Nogueira Pinto também me vieram à ideia. O mundo politicamente governado pelos homens é o mundo do crime e do genocídio. Acho que não é preciso repetir. Retirando alguns estigmas preconceituosos que elas injustamente carregam vamos reparar que elas são pessoas de eleição. Lutadoras por um mundo mais justo e pacífico. É certo, também, que são umas chatas apegadas a merdinhas. Mas bolas, isso não é impedimento para as aceitarmos sem estarmos a pensar em cotas. As centenas de milhar de anos passados fechadas na prisão do “lar” torna-as senhoras de um modo de pensar e de agir que sugere muitas dúvidas, até a elas próprias. Porém, existem milhões de mulheres que já entraram no canal do homem. E estão a superá-los, embora sujeitas a todo o tipo de “escravidão” que elas próprias criam. É a merda da preocupação no vestir, no pentear, etc. Metem-se na cozinha para dominar e não lhes dá para educarem o homem nas tarefas que a elas lhes impuseram. Têm de ser pedagógicas na transmissão de conhecimentos. Como viveram esses anos todos entre as quatro paredes ficam histéricas com o pozinho da mobília. Falam umas com as outras sem nunca se calarem porque se treinaram a fazê-lo contra as pobres paredes. Passaram a vida a preparem-se para satisfazerem o homem e muito dificilmente vão partir para outra. Quando alguma se liberta desse ridículo são elas mesmas a querem destruí-la. No meu tempo, no ensino secundário, elas tinham aulas de culinária para posteriormente ajudarem a encher a pança dos maridos nas melhores condições. Apesar de trabalharem os macho sentavam-se e eram servidos servilmente. Está na altura de se criarem nas escolas cursos de culinária e de costura para homens. Elas têm de começar a exigir o mesmo tratamento para os homens. As mulheres não podem substituir o homem sem lhes ensinarem o que sabem. De outro modo, cria-se um vazio e esse vazio acaba por ser preenchido por elas. O pior é que acumulam. E é nesta situação que se sujeitam a nem serem donas do seu próprio corpo. Que tristeza de mulheres! Não falo das coitadas, pois estas só entenderão o discurso para que foram treinadas! Falo das cultas. Que até parecem umas pobres tristes... coitadas...
manuelmelobento

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Tuesday, October 10, 2006

A partir de agora, passarei a colaborar neste blogue apenas aos sábados.
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Thursday, October 05, 2006


O PRESIDENTE-PRESIDENTE

Em 1918 foi assassinado em Lisboa Sidónio Pais – designado o Presidente -Rei - por um tal J.J. Costa. Em 5 de Outubro de 1910 a República entrou de serviço para substituir a Monarquia. Os anos que se seguiram à implantação da República transformaram Portugal numa espécie de Portugal logo após o 25 de Abril. Não vou dar muitas explicações senão numa mais chego a Cavaco. Ora bem! Só uma pincelada para nos situarmos. Sidónio chefiou um golpe de Estado e “ofereceu” pouco tempo depois ao povo a possibilidade de este se pronunciar através de um plebliscito acerca do golpe e por conseguinte elegê-lo Presidente. Começou, logo após a eleição, a fazer asneiras. Uma delas, foi tornar a aproximar a Igreja do Estado. Depois, como ordem lógica, quis brincar aos ditadores. Foi-se com um tiro "no meio da testa" em pleno Rocio. Não existe nenhuma relação com Cavaco Silva. Este foi eleito Presidente da República sem revolução e sem um único pensamento político a não ser o facto de repetir muitas vezes ao longo da campanha eleitoral que só queria ajudar. A sua postura de homem hirto ajudou muito aos indecisos. Ponto um: Cavaco é um homem sério. Este artigo não é para colocar em causa este seu aspecto. Tenho dito! Ponto dois: Cavaco não tem ideologia cultural. A sua ideologia provém da sua estrutura bio-psicológica. Digamos que ele é todo virado para a estabilidade económica que favorece a economia de mercado, a burguesia capitalista, o rigor nas contas do Estado à custa do contribuinte (o povo propriamente dito) e outras coisas que como dizem os críticos aristotélicos: improgressividade para muitos e progresso para alguns. Cavaco discursou. Que grande discurso comemorativo! A dinâmica deste foi toda voltada contra a corrupção e a dignificação do Estado. O Presidente Cavaco demonstrou o seu inequívoco amor pela República. Lindo! Até porque na semana anterior vimo-lo rodeado de reis, príncipes e princesas grávidas. Uma alegria para as revistas coloridas. Nada de confusões! A corrupção não dignifica o Estado. Estamos rodeados de corruptos. A comunicação social deve portar-se bem. Ora bem! A semana anterior a este discurso comemorativo-demolidor foi pródiga em denúncias feitas pela comunicação social. O último escândalo difundido descrevia minuciosamente uns truques acerca das compras de material para a Marinha de Guerra. Este escândalo era uma espécie de epílogo de uns outros que os jornais e as televisões vinham transformando em folhetim quotidiano. Todas as semanas os jornalistas dão de Portugal uma imagem que não estávamos habituados. São os corruptos activos e os corruptos passivos. Uns e outros devem ter muita força, pois se a memória não me falha o antigo ministro João Cravinho (PS) foi para o olho da rua porque quis actuar contra os corruptos. Cavaco com este discurso chamou a si o combate à corrupção. A partir deste momento ou ele ou os corruptos. E ainda bem, pois alivia a Polícia Judiciária que tem centenas de inspectores no terreno a ver se consegue apanhá-los. Se existem centenas destes à caça é porque devem existir milhares daqueles a serem caçados... Os jornalistas ouviram uns recadinhos. Vale a pena lembrar o escândalo do chamado “Envelope 9”. Segundo as regras da democracia os jornalistas estão obrigados a informar o público. Se assim não for não são jornalistas nem isto é um sistema democrático. Devia o Presidente ter evitado esta parte do discurso porque podemos pensar que ele quer disciplinar o noticiário. Nos Açores, já existe uma espécie de noticiário disciplinado e respeitador. Agora expandir este tipo de comportamento jornalístico ao país todo é que eu não gosto muito. Ah, eu! Cavaco agradou a todos os papalvos mas desagradou aos tubarões democráticos atafulhados de negociatas. Mas, senhor Presidente, a própria Assembleia da República ex-Nacional não quis atacar legislativamente o combate à corrupção. A questão ficou adiada. Para ocasião mais oportuna... Para já, Cavaco deu palmadinhas no rabinho dos corruptos (pelos OCS sabemos quem são), puxou as orelhas aos jornalistas atrevidos (que até já foram levados ao MP) e arrancou as orelhas aos representantes do povo porque fugiram às suas responsabilidades. Cavaco, como alguns já alvitraram, calendarizou os trabalhos do novo Procurador Geral e disse a Sócrates que também sabia mijar fora do penico. Perdão, isto é muito foleiro. Vou reformular: que ele Presidente estava a elaborar um pequeno “estado da República” e que ele era de facto o Presidente atento e orientador acerca do rumo que o destino da Nação estava a tomar. E não foi ele eleito para tal? Para ajudar o Governo, melhor dizendo: vamos trabalhar à minha maneira. Que se saiba o Presidente não deve meter-se a discursar sobre matérias que dizem respeito a outros Órgãos de Soberania. Ao fazê-lo esvaziou a actuação do Governo e criou um perigoso atalho para um presidencialismo à moda de De Gaulle. Não era o momento próprio nem o local adequado. Se o fez aconselhado pelos seus assessores só tem que os dispensar. Se pensou pela sua própria cabeça, então o caldo está derramado. Com este discurso comemorativo da implantação da República, Cavaco ultrapassou todas as expectativas. Tornou-se o Presidente-Presidente de tudo e todos.
manuelmelobento
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Tuesday, October 03, 2006


A ESQUERDA NOS AÇORES

Falar-se de uma esquerda nos Açores no tempo do Estado Novo dá origem a uma série de equívocos. A ideia de esquerda (esbatida tipo clara de ovo/ pinto) surge entre nós apenas quando os estudantes vinham a férias e traziam como novidade um certo tipo de conversa de contestação. Ninguém se atrevia a fazer crítica política seja de que ala ideológica se identificasse ou pertencesse, em público. A crítica não passava de conversas íntimas. Lá de vez em quando os tubarões do regime ou que viviam no regime cheios de mordomias faziam uma caricatura de combate caracterizado por tomadas de posição de interesses individualistas e barriguistas. Faziam-no nos nossos jornais que eram do tipo Crença da Vila (horários de missas, obituários, anúncios de venda de produtos agrícolas e conselhos aos agricultores). A malta dita de esquerda tomava partido. O partido era uma espécie de gosto mais daquele do que do outro sem perceberem nem reflectirem sobre os conteúdos das contendas. Certamente que havia gente ideologicamente bem preparada. Só que representava um número irrisório e risível. Alturas houve em que os consideravam leprosos. Era cá um certo risco acompanhá-los fosse por onde fosse. Existia uma ideia de repressão que pairava no ar e que paralizava de medo todo o ilhéu. Houve um caso que conheci bem de perto e que em poucas palavras referirei. Um certo senhor esteve preso durante quatro anos. Passou o tempo de prisão fora da ilha. Calculo que os tivesse passado em Caxias. Estávamos proibidos de lhe perguntar fosse o que fosse que dissesse respeito à sua prisão. Soube-se “por fora” que o motivo da prisão tinha sido político. Teria, em certo circulo, proferido frases inconvenientes ao regime. Assunto secreto! Nas aldeias e nas vilas açorianas então não se fala. Os chefes das cabeças e das paróquias - formados nos seminários menores - veiculavam uma série de ameaças bíblicas dominicalmente acerca dos pecados dos comunistas a tal ponto que só o termo assustava as beatas e os seus assistentes. Credo em cruz! Salvo seja! Era comum ouvir-se quando se descrevia o que o comunismo fizera aos que amavam a Deus Nosso Senhor. A acompanhar esta lenga-lenga que ajudava a capar o pensamento reflexivo apresentavam-se na segunda linha de combate pelos valores fidelíssimos da Santa Sé os professores primários e os dos liceus. Formavam um bloco de reaccionários que apesar de dispersos no terreno funcionavam como uma orquestra afinada ajudada pelos legionários de Maria e os outros que se fardavam em dias de festa em louvor da estabilidade e outras teses de alto valor patriótico. Não esquecer que a Virgem também era metida ao barulho oficial pois era a Padroeira de Portugal Uno e Indivisível. Havia duas fotografias que apareciam por tudo que era sítio: o Cardeal Cerejeira e o Salazar. Ambos aparentavam um ar sereno. O primeiro de santidade e segundo por lá perto. Se o 25 de Abril não acode eles estariam neste momento mais os pastorinhos com um processo de beatificação nas costas. E o povo português : ave, ave Cerejeira, ave, ave Salazar... Entretanto, o 25 de Abril apanhou os presumíveis e futuros esquerdistas ilhéus a frequentarem as sacristias e a baterem no peito feitos – como sempre o foram - fundamentalistas. De repente, como quem organiza um clube privado ei-los a agruparem-se e a defenderem valores importados do continente. Sem nunca negarem o sistema ideológico de que são estrutural e biologicamente constituídos saltaram para a esquerda do Estado. Alguns ainda por aí permanecem, mas, claro, sem nunca perceberem o que é o colectivismo, pois transportaram-no para as suas grandes apetências individuais e até fascizantes . Chamam fascistas aos fascistas mas actuam disfarçadamente na área. A verdade é que nem com o andar dos anos – e já lá vão trinta – perceberam o significado de esquerda. Usurpam um espaço que não lhes pertence e são os fautores de injustiças sociais gritantes. Por quanto tempo? Ora leiam Friedmann e percebam o que quero dizer... com o tempo...
manuelmelobento
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Sunday, October 01, 2006


ABORTOADA

O problema do aborto, nos dias de hoje, não é uma questão de moral, de bons sentimentos, de catolicismo e de outras baboseiras adjacentes. O problema do aborto diz respeito às famílias e às mulheres de poucos recursos. Sabe-se que centenas de mulheres morrem às mãos de curiosos que não oferecem cuidados médicos em condições. As que têm dinheiro vão para o estrangeiro e abortam em segurança, pois o apoio clínico lá é eficientíssimo. Os políticos sabem muito bem que é assim. Legislar a favor do aborto é uma coisa, porém aceitar que todas as mulheres o façam é outra. A mulher burguesa, perante o poder económico que detém, está autorizada pela lei a fazê-lo. Para a mulher burguesa existe uma Zona Franca, onde não presta contas senão a si e à sua carteira. A mulher burguesa comete um crime ao abrigo do privilégio de classe e nada lhe acontece. Não é perseguida por nenhuma autoridade porque o seu crime afinal não é crime. A mulher burguesa portuguesa concebe o filho em Portugal e “mata-o” no estrangeiro. Em Portugal matar é no estrangeiro desmanchar. Desmanchar no estrangeiro não é matar em Portugal... Os políticos portugueses – é aquilo que se pode arranjar – preferem “mandar” referendar o aborto? Não, o que eles querem é que se referende se as pobres podem ou não fazê-lo em Portugal! Às classes económicas bem providas de patacas nada lhes diz respeito. Mas votam contra os pobres que se permitem copiá-las. É crime! Dizem os moralistas burgueses. Crime para as outras mulheres, claro! A Igreja e os moralistas condenam o aborto. Estão cheios de razão! Então, não é preciso mão-de-obra? O que aconteceria se os pobres acordassem um dia e se permitissem a si uma planificação familiar ao nível da burguesia? O capital de assalto não permitiria. Onde iriam impingi-lo? Quanto não rende uma boa parideira? Os “abortos vivos” são de facto uma mais-valia. Os pobres quanto mais pobres mais filhos têm. Falar de pobres hoje em dia é um todo nada reaccionário. Deve-se falar de tesos. E estes são os que têm casa, carro e os filhos a estudarem. A casa é do banco enquanto viverem e o carro é às prestações comprado. Os filhos a estudarem, bem... para o desemprego. Na UE não conheço pobre mais pobre que o pobre português. Dele só se espera que procrie e à vontade. É como a vaca . E o que não falta por aí são as folhas de gavela.
manuelmelobento
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