Wednesday, August 30, 2006


O IMPÉRIO AÇORIANO

Apesar de os textos legais informarem que a Região Autónoma dos Açores é parte integrante do território português regendo-se por leis expressas constitucionalmente, a bagunça ainda não fez assentar o pó das indefinições. Há alturas em que não sabemos se somos independentes politicamente falando ou se andamos por aqui a ver as bandas passarem, para depois seguirmos a que toque melhor a nossa modinha preferida. Segundo dizem, o Governo português fez aprovar uma lei que vai diminuir apoios económicos a que a malta das lapas e das cracas já se estava a acostumar. Dizem que se chama Lei das Finanças Locais ou Regionais. Já não me lembro. Cada dia que passa dá-me cada branca nos nomes. Troco inesperadamente Brasil por Ucrânia que até fico desesperado. Se vamos apertar o laço, que irá acontecer? A esta parte não posso dar continuidade porque estou de branca outra vez. Com o substituto de César, Sérgio Ávila, a negar que vamos sofrer reduções na nossa bela vida; com as aves agourentas do PSD/A a dizerem o contrário, o cidadão açoriano detentor de futuro passaporte electrónico fica atónito. Afinal como é? Será que vamos mesmo ter de trabalhar? Já não nos resta mais nada para fazer senão isso... Como é que vai ser meus senhores? Em quem acreditar? As ilhas continuam separadas geograficamente e nos tempos mais próximos não se prevê que se aproximem uma das outras, isto porque o tempo em que os vulcões criavam terra no meio do mar já deu o que tinha a dar. Daí que as ilhas se juntem em esforços mentais umas aqui outras ali para se preparem na defesa dos seus interesses. Em vez de parecerem um reino com um só chefe elas transformaram-se em peças de um império onde o poder está dividido por chefes tribais que já não juram vassalagem ao imperador apesar de este ainda ser o único elo de ligação e de informação de alguns ilhéus. O ilhéu manhoso só morde na sua rua, pois é nesta que tem as costas quentes. A opinião pública nos Açores desapareceu para se refugiar nas forças partidárias. Ficam aí entrincheirados e toca daí a fazer fogo num só sentido. É uma espécie de batalha de limas que não faz muito mal , mas molha muito. Os meios de comunicação social têm os seus patrões a quem devem muita obediência. O mesmo é dizer: os jornalistas deixam de o ser pois as suas prosas passaram a redacções. E estas têm sempre avaliação. Como é que um jornalista pode criar uma notícia que afecte um cliente de publicidade regional? Não pode! Os jornais são, hoje, prolongamentos de empresas. Já o foram no passado com ou sem censura. Entre a censura da antiga ditadura e a actual forma de seleccionar as notícias, existe uma pequena diferença: a informação que desapareceu só possuía uma verdade; a que já nos habituámos tem duas. Se as somarmos ficamos com três. Quanto mais verdades, mais democracia, mais ilhas, mais tribos, mais sobas, etc. A última foto de César que tive ocasião de olhar bem nem estava desfocada. César ao lado do Congressista Barney Frank, o mesmo que abraçando José de Almeida... cumprimentava Mota Amaral. Outros tempos, outras verdades. É somá-las... talvez se encontre uma quarta...
manuelmelobento

Sunday, August 27, 2006


MACHISMO BIOLÓGICO

À ESQUERDA E À DIREITA

Maria de Lurdes Pintasilgo - que já tinha sido primeira-ministra de Portugal – candidatou-se à Presidência da República na década de oitenta. Católica, cientista de renome internacional, mulher imensa de qualidades humanas, provadas aquando do seu ministério, saiu derrotada nas urnas. Metade do eleitorado é composto por mulheres... Não lhe serviu de nada. Passaram-se quase vinte anos. Daí para cá pouca coisa mudou em relação à projecção das mulheres na vida política. Tem sido uma espécie de apagão aquilo a que têm sido sujeitas. Porque estão a invadir todos os espaços de actividade com um elevado espírito de missão e rigor, alguns machos da corte de assessores da consciência nacional pressionados pelos cálculos de uma economia futura iniciaram uma caminhada para as neutralizar. Incluíram-nas nas listas partidárias para as melhor controlarem. Existia a possibilidade de elas se começarem a reunir à parte e a fazer de contrapeso aos bem instalados homenzinhos em tudo que é do grosso do lucro e do “mensalão”. Uma vez consciencializadas, a onda feminina tornar-se-ia imparável e devastadora. A corrupção, os crimes e delitos económicos a que a sociedade portuguesa está sujeita não têm mão feminina. Basta somar para rectificar esta afirmação. Nas estradas, onde os portugueses se suicidam, não consta do comportamento nem falam as estatísticas delas. Nos crimes de sangue, a sua participação é mínima! A Igreja com o seu estatuto de cumplicidade nos crimes da ditadura nunca as acolheu a não ser para encher as naves vazias das homilias reaccionárias e para as manipular. O “futebol nacional” - que bem se tem saído em tudo que é desprezível e não recomendável – não tem dedo de mulher. No passado, nada a apontar a não ser a escravidão a que estavam sujeitas. Nas Forças Armadas, aquando das acusações internacionais dos “feitos” heróicos, nada lembra a elas. No seu corpo não mandam e ainda por cima estão sujeitas às leis de uma cambada de ratazanas que as deixam morrer nas mãos de curiosos depois de as engravidar. São elas que mais contribuem para o produto interno bruto metidas em fábricas que as despacham para o desemprego depois de as sugarem. O discurso português é tipicamente machista, imbecil, e proxeneta. Não contabilizando o que a elas é de direito, depois de as comerem e utilizarem, delas se esquecem para as ouvir nas grandes questões nacionais. Este arrazoado vem a propósito da ausência de qualquer nome de mulher para a Procuradoria Geral da República. Nenhum cronista macho ou fêmea sequer levantou a questão. Sofrem todas e todos de virilidade iletrada. Nem lhes passava a idéia pela cabeça de tão "amachados" que estão. A Procuradoria Geral da República não tem dado bons exemplos. Desde Cunha Rodrigues até agora que existe um folhetim anedótico tão bem descrito pela imprensa de todas as cores. Está na altura de substituir os machos por fêmeas. E isto porque elas ao longo deste périplo democrático (3o anos circulares) são as que menos manchas apresentaram na dignidade comunitária. Eu que sempre tive um discurso machista-científico, isto é, comer e ser comido, estou farto de homens. Que venham elas para bem fazer.
manuelmelobento
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Friday, August 25, 2006

POLÍTRICOS


PARTIDOS? MESMO PARTIDOS? OU GRUPO DE POLÍTRICOS?

O noticiário oficial e o outro que é subsidiado pelo Estado transpuseram para a cascata de notícias de inutilidade geral um rol de disparates para contentarem o povoléu. A mais “importante” dizia respeito às multas de todos?, (13, quais são os outros?) os partidos. Estes não prestaram as contas a que estavam obrigados e vai daí o Tribunal Constitucional publicou no Diário da República os calotes. Portugal, agora, é o país das publicações das más acções quer digam respeito tanto ao individual quer tanto ao colectivo. Não são os Tribunais – Órgão de Soberania – quem faz de legislador. Só servem para interpretar e mandar aplicar as leis. Quem legisla são os políticos. Estes fazem-escrevem-limam-aparam as leis num outro Órgão de Soberania – a Assembleia da República. Esta está por sua conta desde que esta Terceira República foi para o ar. Só perfeitos saca de aparas é que aprovam leis contra si para depois não as cumprirem. Tanto não as cumprem que se tornaram caloteiros apregoados pelo incumprimento daquelas. Como fazer cumprir as leis se os que as fazem não as reconhecem na sua exequibilidade? Teriam os militares fugido para os quartéis antes do tempo? Tudo leva a crer que sim! A Revolução dos Cravos foi mesmo dos cravos. Com este perigoso comportamento de quem devia ser exemplo há duas coisas (entre muitas) a retirar para pensar: Portugal sempre foi assim, uma espécie de deboche risível, em regimes democráticos, onde os políticos se transformaram numa caterva de musgo que cresce por tudo que é incultura pantanal. Numa outra leitura, parece-me que só nas ditaduras a maioria das leis são cumpridas. Se assim é, que se providencie uma ditadura especial só para políticos, enquanto o povo se esfrega na democracia bancária que nos coube por herança. Senão isto não tem conserto ou então somos mesmo assim. Se assim é, o melhor a fazer é ,de facto, nunca desenterrar os ossos do fundador da nacionalidade. O que tem a ver uma coisa com a outra? E eu sei?
manuelmelobento
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Thursday, August 24, 2006


“Sonhei que a vida era sonho
e sonhando despertei
para entrar num outro sonho
de que jamais acordei”

Agostinho da Silva

Foi ao tentar reler Agostinho da Silva, neste Verão de todos os calores, que me encontrei mais uma vez fugido do que eu penso ser a terra onde devia ter nascido sem complexos do tacto, da visão, do sexo, e outros... Aprender com quem quer aprender. Que grande lição esta que nos arrasta para os desafios que não queremos assumir porque estamos sentenciados – até ver – à criatura que nos transformámos na irresponsabilidade de uma cultura que construímos mas que nunca queremos ajuizar. Isso tornava-nos olheiros do outro. Na sua compreensão para os socorrer... Muitas vezes podíamos fazê-lo. Olheiro do outro? Não! O nosso sentimento do Só conta mais do que alargar para contribuir, para realizar. Se o destino parece não ter destino, a não ser por dentro, que outra solução apregoar o que não seja senão a circular pessoal de onde sair custa porque nos perderíamos. Pelo menos em pensamento. Eu quero despertar para sonhar. Será que entendi Agostinho? O Mestre que sem o ser – por não querer – me quer tornar responsável por aquilo que eu não quero porque desconheço e porque isso faz de mim o percursor de mim mesmo. Por que me hei-de empurrar a mim mesmo? Agostinho disse: “.. quando chegou a minha hora de nascer no céu das ideias, estava atento ao globo terrestre que ia passando pela frente à espera de encontrar uma terra que me agradasse. E, como eu, estavam outros: quer dizer, toda a gente escolhe o lugar onde nasce.” Que Verão este! Viajei por entre “canaviais prenhes de letras” (a) que não eram as minhas e não me fiquei. Julguei-me mestre de mim mesmo e fiz a pior opção. O olheiro do outro que eu julgava estar atento, era apenas aquele que não sonhava. Não estava desperto!
(a) – J.A. In Canaviais dos Remédios - 1950
manuelmelobento
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Wednesday, August 23, 2006


CONVERSAS DE VERÃO II

Mal acabei de escrever o texto de ontem lembrei-me das muitas falhas que apresentava. Os liceus nacionais portugueses foram os maiores responsáveis pela estreiteza de vistas e da imbecilidade da maioria da população estudantil daquela época. Desde professores de Filosofia que repetiam conceitos de compêndio sem dominarem as matérias que leccionavam a não ser como modelos mnésico-repetitivos e professores/as de Português que passavam as horas a dividir Camões de tal maneira esquartejando-o que no final de tudo tínhamos dificuldade em encontrar as partes genitais do vate mais odiado da minha geração, tínhamos de tudo. Sempre que me lembro de Camões vem-me à ideia o complemento circunstancial de lugar e a professora a coçar os peitos por cima da camisa com as longas unhas pintadas de roxo. Os professores de Ciências Naturais eram os mais porreiros. Embora alguns quando falavam de primatas estivessem muito próximo desses nossos companheiros de infortúnio terráqueo, como foi o caso de um mamífero que era coronel do exército e que deu numa de professor com a cumplicidade do então reitor, que muitas e regulares vezes enviava para a PIDE relatórios sobre alunos e colegas. Um dia ao ler um livro que meu pai trouxera de Lisboa deparei-me com uma informação sobre a língua espanhola dizendo que ela era considerada uma língua de salão. No meu primeiro ano de liceu tinha como professora de Francês uma tal dona Lígia Matos (dona era o título que elas levavam por cá, pois só os homens podiam ser doutores), solteira apesar de bonita. Aproveitando uma brecha perguntei-lhe porque não aprendíamos antes o espanhol em vez do francês, pois aquela era uma língua muito falada no mundo e como dizia o livro: de salão. Tinha doze anos. Foi a segunda bofetada que apanhei naquele ano. A primeira levei-a do professor Vicente que tinha por hábito bater em toda a gente menos nas alunas. Um dia ia-se lixando pois apanhara um aluno pendurado na janela do laboratório de Ciências a olhar para as colegas a brincarem no intervalo das aulas e dera-lhe com o ponteiro na cabeça com tanta força que até fez sangue. Ia-se lixando porque o aluno era filho de uma das mais importantes figuras políticas da época. O crime foi abafado. O padre Rebelo que se exprimia pedagogicamente em Religião também me bateu por causa de uma pergunta sobre os bonecos nas igrejas. A última bofetada que apanhei e de que me lembro foi a do professor de ginástica por causa de uma denúncia do “mané do jardim” que tomava conta do Campo de Jogos. Tinha estado a jogar futebol, o que era expressamente proibido. Do reitor Anglin retenho na memória o facto de me ter expulsado dois dias por causa de uma suposta ameaça por mim proferida numa aula de Francês. Era professor da disciplina Armando Cortes-Rodrigues, para além de parecer um anormal – passava as aulas a fazer incontroláveis caretas – ninguém aprendeu aquela língua para a poder falar com as francesas. Como falava com a boca fechada eu nunca percebi se estava a falar francês ou “micalês”. Os que lhe davam graxa passavam. E eu só passei porque um dia ele precisou de um favor de meu pai. Por acaso, se algum “graxente” duvidar eu ainda tenho a literatura desse poeta a expressar-se não em verso mas em prosa predicatória-apelativa. O escritor Cristóvão de Aguiar – pessoa de quem gosto – no tempo em que ainda não se tinha aburguesado elaborou algumas aguarelas bastante críticas acerca do Liceu Nacional de Ponta Delgada numa das suas bem conhecidas obras literárias, crítica que subscrevo inteiramente porque realista. Vou terminar não sem antes contar mais duas. A professora de Português, a dona "Jorgina" Leitão, que não ia com a minha cara porque quando ela se coçava eu arrepiava-me (tinha doze anos) chumbou-me várias vezes. Certo dia consegui uma cópia de um teste de Português com antecedência ilegal e fui ter com um professor que o resolveu. Resultado, a pedagoga atribuiu a classificação de sofrível menos ao meu/nosso esforço. Já morreu, mas ainda conseguiu em vida ter-me como colega durante os quatro anos que leccionei no Liceu de Ponta Delgada e que eram os anos revolucionários do pós 25 de Abril... Quanto ao outro caso (há mais) aconteceu na então disciplina de Introdução à Política. O professor, um português do continente, atribuiu-me nove valores no primeiro período. Não entregou os testes aos alunos porque não os tinha corrigido e foi para o conselho de notas sem ter avaliações a atribuir a não ser as de olhão. Deu as notas paralelamente e conforme os colegas as iam vomitando nas suas disciplinas. Naturalmente, como eu era mal visto (o meu crime predilecto era namorar) os professores penalizaram-me. O continental foi atrás. Vem o segundo período e o saca de aparas devolveu os testes "avaliados" e "corrigidos". O meu estava quase todo a vermelho. Apeteceu-me bater-lhe. Aguardei cheio de nervos o fim da aula e com ele sozinho demonstrei-lhe que tudo, mas tudo que estava riscado estava conforme o livro. Ele não teve outro remédio senão reconhecer o erro e a sacanice que me fizera. Voltei-lhe as costas. Faltei várias vezes às suas aulas sem que ele me marcasse as faltas e até ao fim do ano não fiz teste algum. A minha nota subiu para catorze. Catorze em Política! Foi por essa razão que vim a adorar muito mais tarde a política.
PS:
Professores tive-os à balda. O melhor foi o meu primo Zeca, a quem já tive ocasião de elogiar. Naquele tempo as farmácias não vendiam preservativos nem os professores/as do Liceu de Ponta Delgada nos informavam acerca dos preparativos higiénicos para actos sexuais como os de hoje que são obrigados a dar sexo lectivo... A professora de Francês em vez de me bater na cara a colocar-me o preservativo e a dizer-me: faz pau para colocar... E o professor da mesma língua sem habilidade para desenhar a tentar à base de giz no quadro preto a dar-nos instruções de como utilizar a bexiga de porco na língua francesa... Nem para isso serviam. Meu primo sempre disse: mal acabes de te servir delas, mija e lava-te. Era remédio santo. Evitava as doenças. Aquilo é que era um verdadeiro mestre. Sempre me deu nota positiva, não era como a professora de Português que se coçava como uma danada nas aulas e atribuía-me sempre nota negativa.
manuelmelobento

Tuesday, August 22, 2006


CONVERSAS DE VERÃO...

No tempo dos governadores civis, o Verão açoriano era uma verdadeira pasmaceira. As praias ainda não tinham sido descobertas pela plebe ordinária (há-a desordinária!!!) nem as viaturas estavam ao preço da batata da Holanda. Uma ou outra veraneante continental, com um maillot centímetros acima mais ousado era tema de conversa e de lucubrações dos machos virgens de tudo menos de sonhos. Depois vinha o almoço aqui e ali em casa dos amigos e quando os pais mais liberais permitiam voltava-se para a praia para aproveitar ainda o que restava do Sol que naquele tempo era muito companheiro das nuvens. Pelo menos assim parecia. Não falávamos de política, e se o fazíamos era coisa pela rama. Ninguém percebia do que se passava a não ser a desconfiança que tínhamos de um ou outro ser bufo e colaborador da polícia política. Lia-se pouco, mas mais do que hoje apesar de haver mais livrarias e traduções por tudo que é supermercado. À noite, íamos passear para a Avenida Marginal. Aos fins de semana tínhamos a dança no Solar da Graça o que permitia chegarmos mais tarde a casa. Por volta das duas horas da madrugada, esclareça-se. Chumbava-se muito nos exames e muitos como era o meu caso nem chegavam a fazê-los, pois alguns professores indicavam logo no começo do ano lectivo quem teria êxito nos estudos. Os professores, dos então liceus, eram uma espécie de membros da secreta dos bons costumes. Impecáveis socialmente eram os sofistas do regime. Regulavam-se pelos compêndios e dele nada mais eram do que porta-vozes anualmente repetitivos. O Mundo rolava, andava para a frente e eles ano após ano diziam sempre o mesmo com a mesma cara de carrascos eticamente aprovados pelos notáveis e beatas do regime. A juventude estava nas suas mãos. Só os grandes alunos conseguiam fugir ao seu crivo. Frequentavam as missas dominicais, confessavam-se periodicamente e eram considerados pessoas de bem. Nunca os conheci como boas pessoas. Com duas excepções que recordo de bom grado, o grosso dos professores não passava de uma reles matilha mais preocupada com a vida íntima das famílias dos seus alunos a quem chumbavam baseados não nas competências mas nos seus estratos sociais. Filhos e parentes dos professores liceais, por mais burros que fossem – havia-os na percentagem do costume - tinham sempre êxito nos estudos. Muitos desses burros esbarravam nos estudos superiores tornando-se depois em excelentes balconistas colocados à base das cunhas tão ao gosto dos progenitores quais chantagistas pedagogos. Os estudantes de fora da cidade eram umas das muitas vítimas preferenciais. Só os de excelência conseguiram singrar. O resto deles ficou para trás. Parecia que actuavam como professores despeitados. Eram uma espécie de revisores da Lista de Schindler.
PS: também havia professores no feminino. Pouca diferença faziam dos machos. Traziam para as aulas os traumas da alcova. Melhor dizendo, do que a alcova não lhes facultava.
mmb
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Monday, August 21, 2006

DINAMITE-NOBEL-DINAMITE


DINAMITE-NOBEL

Eu não vou investigar a vida do senhor Nobel para abrir a torneira do palavreado que segue aos tropeções para escrever mais este acervo de Verão quente e húmido. Ficou muito rico o sueco a vender dinamite. Depois, instituiu um prémio para galardoar os melhores dos terráqueos. Foi o que se viu. Prémio a este, prémio àquele. Mulheres cientistas de alto gabarito foram impedidas de receber os chorudos prémios, só porque eram mulheres. O prémio Nobel chegou a ser considerado a trampa do Ocidente. Os premiados tinham de ser da casa. Quando se politizou ainda mais a sua entrega, então é que foi o bom e o bonito. Vou apenas referir três espécies que embolsaram um milhão de euros e que em qualquer parte de um mundo minimamente imparcial ainda estariam na bicha de qualquer sorteio de escritores premiados por uma qualquer Junta de Freguesia, enquanto o terceiro estaria ainda a contas com as autoridades. Ei-los: o senhor José Saramago comunista-saneador de escritores após o derrube do “fascismo” português; Herr Gúnter Grass militante das Waffen-SS - forças especializadas no extermínio de “raças inferiores” - quando “só” tinha 18 anos e por último o senhor Ramos Horta – actual primeiro-ministro de Timor Lorosae – militante de uma força terrorista – Fretilin – responsável pelo fuzilamento de 25 militares portugueses desarmados numa estrada de Dili. Quando o senhor Saramago , Herr Grass e o besuntado Horta foram levados em triunfo toda a gente sabia de quem se tratava. Daqui, deste pequeno exemplo se pode retirar a seguinte conclusão: nem todos os premiados são gente decente. Alguns até podem ser, mas só depois de investigados. O Herr Grass levou tanto tempo para confessar um crime. Confessa-o já muito velhinho. Ainda estará bom da cabeça? Ou quis publicidade barata para pôr no mercado ferozmente concorrencial o seu último livro? O senhor Saramago escreve e lança um livro em todas as estações. Também precisa de publicidade barata, pois os seus intragáveis livros têm poucos leitores. Alguns dos livros só servem para enfeitarem as estantes dos “esquerdistóicos” e de alguma direita de mão estendida ao subsídio. Quanto ao último, o seboso Horta, que recebeu o Nobel da Paz. Sim, esse mesmo que esteve envolvido com a sangrenta Fretilin em Dili! É a comunidade humana no seu melhor.É aplaudir! É aplaudir!
manuelmelobento
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Sunday, August 20, 2006

SÓ FALTA A PICARETA


SÓ FALTA A PICARETA

Ainda não tem duas semanas os jornais relatavam nas suas primeiras páginas a visita à América do Norte de Berta Cabral para inaugurar uma réplica das Portas da Cidade de Ponta Delgada em Fall River. A RTP/Açores também relatou o acontecimento, tendo até feito a cobertura do evento através de uma enviada especial. Tratando politicamente a visita, dir-se-ia que Berta Cabral não deixa o seu futuro político nas mãos do acaso. Um político tem de aparecer sempre, por causa do esquecimento popular. E, se juntar à sua aparição factos concretos e válidos, tanto melhor. À Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada não é fácil fazer sombra, quer a nível do PSD/A quer no exterior, ou seja, no Partido do Poder. Pelo contrário, ela faz muita sombra onde está ou por onde passa. Por vezes fala-se dela tanto quanto se fala do chefe do Governo Regional. Há que acompanhar as suas actividades para se congeminar estratégias para as anular o mais possível, não vá o Diabo tecê-las. Assim, já para os próximos dias 27 e 28 o Presidente do Governo Açoriano estará na mesma América para apadrinhar as Grandes Festas do Espírito Santo, onde se reúnem milhares de açorianos (que não votam!) numa romagem de saudade e unidade. César será, naturalmente, o centro das atenções oficiais já que as das simpatias são favas contadas. Para além dessa romagem político-espiritual, Luísa César, mulher do Presidente, chefiará as intenções materializáveis do Banco Mundial Contra a Fome. Há muito que a Drª Luísa César orienta, com êxito, actividades de ordem social. Na América terá naturalmente sucesso. Para além destas duas participações de relevo, o Secretário Regional da Presidência do Governo dos Açores terá contactos a nível oficial com entidades americanas na conjugação de esforços e interesses mútuos. Uma trindade de peso para anular o que for possível dos êxitos da Drª Berta Cabral alcançados no mesmo mês e fora da Região. Como a réplica das Portas da Cidade são de pedra bastante sólida só resta a picareta... Bem, mas não ficava nada mal se a nossa edilidade enviasse para Fall River uma das nossas “bertinhas” para que o nosso povo lá pudesse reviver em pleno o percurso de uma Fall Delgada ou de uma Ponta River. Depois, o nosso executivo mandaria um motorista para a conduzir, vestido à maneira... Isto enquanto as Portas do Mar não competirem com a Marginal de São Roque...
manuelmelobento
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Thursday, August 17, 2006

RTP1 - HISTORIETA


MARCELO VOLTOU

O último meio ditador português voltou à pantalha na memória da filha Ana Maria que muitas vezes o acompanhou em cerimónias oficiais. Para introduzir humanamente o chefe autocrático que sucedeu politicamente a Salazar nada melhor para quebrar quaisquer animosidades. A nossa RTP1 é uma merdia! Vamos ao que interessa respeitando os sentimentos da familiar que mais não fez do enaltecer seu pai. Boa filha! Humilde de nascimento cresceu amparado a uma capacidade intelectual brilhante. Saltando de escalão em escalão, melhor dizendo de estrutura em estrutura fascista alcançou o posto máximo de serviçal dos grandes monopolistas e capitalistas portugueses. Antidemocrata assumido, católico piedoso (em Portugal significava na altura os que apoiavam a guerra de África em nome da civilização), militante e chefe máximo de organizações fanáticas como a Mocidade Portuguesa, colaborador do ditador Salazar, colonialista de formação, quem melhor do que ele para servir a reacção e os ultras que tinham como “arquiduque” o cabeça dura do almirante Américo de Deus Rodrigues Tomaz, após o vazio do poder? À PIDE deu-lhe uma nova designação, à censura reforçou-lhe a acção impedindo a liberdade de expressão de forma continuada. À repressão fechou um olho. Faz cem anos que nasceu! E depois? Parabéns! Foi um grande professor! Parabéns! Não entendeu o problema colonialista em que Salazar e a canalha nos metera. Colaborou na destruição do Império Português não permitindo a sua adaptação aos novos modelos de relação entre povos de raças diferentes. Quando falava da Nação não tinha em conta os explorados indígenas africanos nem as suas aspirações de autodeterminação e autogoverno. Quinhentos anos de ocupação militar e de constantes assassinatos de chefes tribais não podiam ser resolvidos com uma guerra interminável que tinha apoios internos. Há muito que os africanos eram maltratados e presos. Os heróis portugueses de África foram aqueles que subjugaram e dizimaram as populações autóctones numa sanha que nada tinha de civilizada. Estou a lembrar-me de Mouzinho de Albuquerque, Paiva Couceiro e cala-te boca! Homem culto? Se o fosse tão quanto nos querem fazer crer não teria cometido tantos erros de interpretação social. Homem culto? Sim, escrevia tratados de Direito e lia muitos livros! A vida real, às vezes, é madrasta para os que aspiram o transcendental. A sua Justiça era parecida com a de Platão: uns tantos (poucos) têm de prevalecer sobre muitos para haver harmonia. Pois seja!
manuelmelobento
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Tuesday, August 15, 2006

COMO AFUNDAR O RESTO


O país está a sofrer de inquietude a todos os níveis. Ora,digo eu! A Justiça está num caos! Todo o mundo está de acordo. Que faz o governo? Penaliza os juízes. Corta-lhes um mês de férias dizendo que os magistrados gozavam não de um mês mas de dois. Coisa que ainda está por provar e por provar ficam os efeitos positivos de tal medida. Faltam efectivos à Polícia de Segurança Pública para se poder debelar o crime violento que está quase incontrolável. Alguns polícias já foram assassinados em serviço. O Presidente do Sindicato da Polícia pronuncia-se. Que lhe acontece? Leva com um processo às costas. Fica a aguardar recurso de uma decisão que o “transporta” de imediato para a reforma compulsiva. Os alunos batem nos professores. Não estudam e não deixam que se leve os programas até ao fim. Que medidas toma o Governo? Corre com os professores dos sindicatos, impede-lhes a progressão na carreira e obriga-os a estarem nas escolas de braços cruzados quais utentes dos serviços prisionais. Os Ministérios estão transformados numa máquina que emperra por desajustada às solicitações do progresso. Que faz o Governo? Penaliza os mal pagos funcionários, obrigando-os a trabalhar até aos setenta anos. E não contente com as drásticas medidas ainda lhes retira direitos adquiridos. Morrem seis mil portugueses nas estradas todos os anos. Medidas? Implanta-se o combóio de alta velocidade em direcção ao centro da Europa. Ardem milhares de hectares todos os anos! Soluções? Compram-se três submarinos a custos incomportáveis. Esta está mal metida! Mas deixa estar. Quando se fala mal não se pode desaproveitar nada... Os Açores “vivem” da importância da sua Área Económica Exclusiva (cerca de um milhão de quilómetros quadrados). Que fez o Governo à nossa riqueza? Diminui-a para metade, pois trocou-a por escassos balões de oxigénio a fornecer pela União Europeia. E nós? A chupar caranguejos, porque as lapas já estão proibídas para os açorianos. Governar é uma arte muito difícil. Assim, também eu governava e nem precisava de sair de casa porque utilizava o correio electrónico para questionar o fugitivo António Guterres acerca de como afundar o resto?
manuelmelobento
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Friday, August 11, 2006

MULHERES


MULHERES NA POLÍTICA POR DECRETO-LEI

Sempre tive esperança que as mulheres para além de poderem parir pudessem ir na moda da paridade com os homens em tudo. Com a aprovação pelo Presidente da República da lei que “obriga” os partidos a incluírem uma determinada percentagem de mulheres nas suas listas, o primeiro passo está dado para outros voos. Com a tendência dos políticos a tornarem o possível no impossível estou aqui estou a adivinhar o seguinte: pai, mãe e filhas serão a futura classe dominante. O que iremos ver nada será de estranhar. A natureza humana não engana, é feita de truques. E os portugueses que há quase novecentos anos sobrevivem de expedientes irão tornar tão ou mais ridícula uma lei que obriga indirectamente as mulheres a participarem fisicamente nas listas e no campus da retórica. Mais, segundo a lei, as mulheres não podem ser colocadas na casa da folha. Têm de intercalar com os homens. A política é porca no sentido ético do termo. As mulheres não fazem falta na pocilga! As mulheres fazem falta para trazerem para a política uma maneira de ser que é a sua não experiência nas trapalhices tão ao hábito do homem. Vão ser obrigadas a ir fazer política? Claro! Por isso é que eu digo que elas se irão juntar aos homens para se organizarem numa nova aristocracia devido às condicionantes económicas. É típico da procriação, da apetência sexual e da economia. Há anos atrás as mulheres não estavam proibidas de estudarem no secundário. Todavia, elas não prosseguiam nos estudos. Um dia o mercado precisou delas e ei-las a formarem-se e a ocuparem os lugares sem qualquer cerimónia. Ocuparam o lugar a que tinham direito e não só. Demonstraram capacidade teórica e técnica. Ainda hoje uma grande parte de actividades estão vedadas a elas numa prova de um machismo imbecil. Na religião, por exemplo, durante muito tempo eram elas o receptáculo das interpretações das falas dos homens com Deus. Embora se mantenha uma certa política de entraves algumas já pensam ir até ao pelouro máximo, isto é, ao papado. E ainda bem, que é para ajudarem a desmascarar o mito do Deus Macho e de falo espigado, copulador de virgens e de raparigas ingénuas. O que levou os políticos a terem de incluir as mulheres à força nada tem a ver com a sua consciência humanista, que não a têm. Esta mudança tem a ver com o peso que neste momento elas atingiram no conhecimento e reflexão. Saber é poder mudar também a sociedade. E ainda bem. Uma coisa posso afirmar cientifica e biologicamente: quando o exército for composto por maioria de mulheres nunca mais haverá violações... sim, são essas que pensais! Não podem! Há, esquecia-me daquela soldada americana que martirizou os prisioneiros iraquianos. Retiro tudo o que escrevi, embora não apague. Senão não publicava nada hoje. Elas são iguais em quase tudo! As diferenças é que as tornam um pouco melhor.
manuelmelobento
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Thursday, August 10, 2006

BUSH ME

FASCISTAS ISLÂMICOS

Quando logo de manhã comecei a ouvir o noticiário acerca da presumível acção dita islâmica num aeroporto inglês (Reino Unido?) disse cá para mim: bruxo! Do modo como esta guerra está a ser conduzida é de prever e de esperar todo o tipo de acção “vingativa” contra quem está a actuar, a apoiar e a perfilhar o que se passa no Médio Oriente. Há países que estão em guerra. Não houve nenhum armistício nem acordos de paz, de modo que alguns países (eles são bem conhecidos) estão em estado de guerra permanente. Não há da parte do EUA/Ocidente intenção de fazer a paz enquanto o mundo islâmico não aceitar (subjugado) o seu modelo “económico”. Como o Islão não aceita vergar-se a esse tipo de acordo a guerra não terá fim à vista. Só uma mente doentia aprova a morte de civis. Feita esta declaração empírico-racionalista de princípio emotivo, “entremos” pelas mentes de alguns actores desse maldito palco. Penso ser muita ingenuidade dos islâmicos prepararem uma acção deste tipo, mais a mais em Londres, onde até as pulgas são passadas a pente fino a toda a hora. Os ingleses, povo muito desenvolvido no domínio de outros povos, são capazes de tudo. Para acabarem com as acções do IRA prendiam inocentes, pois não conseguiam desmantelar a organização que se queria ver livre do colonialismo britânico. De certo modo com esta repugnante actuação (prendiam pais e filhos, acusavam-nos e condenavam-nos nos seus tribunais de direito só para eles) conseguiram alguns êxitos. Das duas uma. Ou encenaram o espectáculo (mais adiante direi porquê) ou de facto estão a actuar na legalidade baseados em investigações periciais e forenses. Se é verdadeira a acusação aos fundamentalistas islâmicos, este texto não é válido e retirarei as deduções a que me proponho propalar. Analisemos a segunda hipótese. Nas guerras é sempre necessário um “óptimo” motivo para um grande e alargado envolvimento. Este motivo foi pôr o Ocidente preparado para uma guerra generalizada, onde ninguém pode ficar de fora. Tem sido prática americana colar Estados islâmicos ao terrorismo para os destruir alargando assim o seu domínio “comercial e industrial”. A Inglaterra é sua aliada, uma vez que a União Europeia já a comeu por tola. Tanto é assim que ela faz de conta que é europeia umas vezes outras nem tanto, consoante as “suas aspirações”. O motivo em vez de ter lugar nos EUA, veio a calhar como ginjas ter acontecido no Reino Unido. A Europa e América democráticas “odeiam” todo o tipo de fascismos. Dizer-se terroristas islâmicos aos “Mártires de Alá” já não faz mover intenções e a UE está dividida. O discurso mudou. E eis Bush ao chamar de fascistas islâmicos a quem ainda não foi formalmente acusado de criminoso: o mundo islâmico e as suas organizações políticas (Estados). Alargou o termo horrível de fascista ao Islão. Bush pode ser um imbecil, mas em coisas de alta política só diz o que lhe mandam dizer. Penso que a partir daqui o Islão está feito ao bife, o que quer dizer está aqui está envolvido numa grande guerra. Pelo menos o Irão (o Iraque está meio arrumado e se o deixarem a falar sozinho come-se a si mesmo), a Síria e talvez a Jordânia tendo em conta as últimas declarações do seu monarca estão aqui estão debaixo do fogo dos EUA+UE. E os outros países islâmicos que fervilham de ódio contra o Ocidente putativamente unido e inimigo? Não sendo um bruxo encartado fico-me por aqui que a guerra é já ali.
manuelmelobento
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Wednesday, August 09, 2006

DE RABO DE FORA


DE RABO DE FORA

“Calças arreadas e com o rabo voltado para Lisboa...” Ainda estou a ouvir o líder do PSA/Madeira no Chão da Lagoa... Quando hoje, de manhã (na primeira vez que acordei ), tomei os jornais diários para dar uma primeira e ensonada leitura/vista-de-olhos, julguei estar a ver algum político a consubstanciar a acusação do Dr. Alberto João. Com mais atenção prestada à primeira página do Açoriano Oriental, verifiquei tratar-se de um elemento social do fenómeno de exclusão, naturalmente a treinar-se para quando o Presidente da República chegar aos Açores na sua humanitária e cristã missão a que já habituou os continentais portugueses. Um ser humano estava fisiologicamente a aliviar-se em plena zona turística pontadelgadense. Melhor dizendo, o posto oficial de atendimento, que dá pelo nome de Delegação Regional de Turismo de Santa Maria e São Miguel distava apenas 47 metros do dito cidadão – no caso cidadã, que tinha posto o rabo de fora. Este mesmo rabo de fora encontrava-se à distância de 28 metros da sede da Polícia de Segurança de Ponta Delgada. O mesmo rabo de fora distava da entrada das instalações da Polícia Judiciária apenas 19 metros. Com estas três coordenadas creio poder instalar uma geográfica, do tipo da geodésica italiana. Um fotógrafo amador apanhara uma das mais interessantes características da liberdade que nos coube: fazer cocó onde melhor der jeito. Nada tenho contra a função fisiológica apelativa de cada um. Penso, todavia, que é preciso lavar o local por causa do mau cheiro e de qualquer possível virose infecciosa que advenha pela falta de higiene. Aquele que nunca mijou ou defecou em lugar público que atire o primeiro penico. No Largo de Santo André, geralmente aos fins de semana, é possível observarmos o que fazem alguns que tendo vindo de recintos luxuosos, de dança, onde se podiam servir dos lavabos, fazerem o mesmo. Julgo que a diferença está na marca dos calções... Eu penso que com humor ou sem ele que toda a gente se está a cagar para toda a gente. Ainda bem que há liberdade. “Vá aos Açores e cague livremente e onde quiser!” Podia ser um cartaz de propaganda turística com origem em São Miguel. “Vá à Madeira, divirta-se com os rabos de fora dos políticos!” “Vá passar férias a Portugal, ver um povo de tanga!” Não me digam que não atrai o turista curioso? Sempre é melhor do que ser apanhado debaixo de um bombardeamento com as calças nas mãos e por conseguinte com o rabo de fora.
manuelmelobento
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Monday, August 07, 2006


O ENFEITANÇO PARA O BONECO

De repente, Portugal começou a ler livros de História através dos seus ministros e responsáveis políticos. Que livros? Precisamente aqueles que enaltecem os feitos geográficos, isto é, para além das descobertas ao longo da costa africana e dos saltos no “escuro” Atlântico a maneira como tratou os povos indígenas que foi encontrando nas descobertas. Estas tinham como único objectivo a procura de riquezas. Encontraram-nas em todo o lado e delas usufruíram até que ingleses, holandeses, franceses e outros que tais os correram das terras mais rendosas. Criaram um verdadeiro Império, apesar das vicissitudes. Este Império durou até ao dia 25 de Abril de 1974 que foi quando tudo começou a desmoronar. A riqueza foi substituída pela democracia. Já não é mau! Tudo mudou com esta, menos a mentalidade. No plano internacional os governantes portugueses fazem figura de animadores culturais . E para manterem este papel dão-se ao luxo de permanecerem autistas. Disseram os merdia portugueses que o ministro dos Negócios Estrangeiros enviou uma carta que escrevera (pudera!) “exigindo” que a União Europeia se pronunciasse sobre a guerra no Líbano e que tomasse medidas interventivas. Resultado? Caixote do lixo com ela, para além do gozo que suscitou o facto de o rapaz de Porto de Mós não ter mais nada que fazer do que tornar-se ridículo. Uma outra cabeça pensante e alto dirigente socialista que andou a provocar o líder madeirense na Madeira - e que dá pelo nome de José Lello - veio para os jornais alertar para que Portugal se prepare para outro palco de guerra. Mais concretamente vir a fazer parte de uma Força de Paz para a zona tampão do Médio Oriente. Assim que há uma guerra ou uma escaramuça no cu de Judas levantam-se as vozes dos governantes portugueses e ala que se faz tarde rapazes (e agora raparigas) para os tiros pacificadores. Neste momento, centenas de militares portugueses estão no Kosovo, no Afeganistão, em Timor,etc. Um país com oitenta e nove mil quilómetros quadrados de superfície, com dez milhões de habitantes, que tem uma dívida monstra e em que quase todos os dias surge uma legislação que – tal como no Estado Novo – aperta com a vida dos mais desprotegidos dá-se ao luxo de permitir-se ser salvador do mundo. Nos Açores, mercê de uma política de abertura sem controlo da fronteira – são bem-vindos os que vêm para nos ajudar -, do aumento escandaloso de crimes contra cidadãos, de os índices de insegurança estarem no pico das estatísticas - não há política que nos ajude. A Polícia de Segurança Pública está atada de mãos e pés. Não dá para as encomendas do crime violento. Os habitantes de São Miguel já temem pelas suas vidas. Com o conhecimento oficial desta crise, que faz o Governo Central? Enviou para a Horta e Angra meia centena de agentes. Para São Miguel? Abóboras! É claro que temos um governo local, mas de que serve este em termos de segurança dos cidadãos? O mesmo para que serve o rapaz de Porto de Mós! Para se enfeitar pró boneco e permitir o riso, já que Hermano José está de folga. Quer dizer, há dinheiro e homens para fazermos figura de palhaços da ONU, mas não há dinheiro para pagar agentes de segurança para actuarem no país. Ou será que nós só servimos para Portugal poder sentar-se em mesas de negociações com os grandes à custa da nossa cota de importância nos mares e na hipotética zona estratégica de guerra?
PS:
Tenho um amigo meu que quando me telefona a primeira coisa que diz é: acorda! E isto muito depois do meio-dia. Amigo, em vez de me atazanares todas as madrugadas, experimenta acordar o governo local para este e outros assuntos...
manuelmelobento

Friday, August 04, 2006

O SEGREDO INTESTINAL


OS INTESTINOS
Nunca pensei que um revolucionário transformasse os seus intestinos em propriedade nacional quando operados. Só assim, se compreende que os mesmos sejam considerados “Top Secret”, isto é, Segredo de Estado. Sendo Fidel de Castro um chefe de Estado, é lógico que todos os chefes de Estado enquanto tal e uma vez postos à disposição das facas dos médicos também requeiram o máximo sigilo quando os seus intestinos - que estão cheios de merda ao contrário do cérebro - forem sujeitos a tratamento. Os presidentes do Império Comunista Russo não chegavam a tanto. Eram embalsamados depois de mortos e diziam-se vivos para consolo do povo até se arranjar um substituto à altura . Eram cadáveres imprescindíveis. Faziam muita falta! Só percebo este tipo de “diplomacia” na medida em que se queira subjugar ou continuar a subjugar os papalvos. Para mim, Fidel tem a seu favor o facto de ter conseguido na Educação e Saúde cubanos um alto grau de exequibilidade. Para isso, sacrificou a iniciativa privada e impôs uma ditadura que acabou de vez com a liberdade do povo e o relegou a um certo tipo de miserabilismo. Conseguiu sobreviver (alimentando ódios) apesar do boicote indecente dos EUA e sua política de intervenção nos assuntos internos de Cuba, que é uma nação independente segundo os estatutos da ONU, pelo menos. Os ditadores são assim. Já quando o nosso querido Salazar bateu com o malote no chão, a sua companheira de missas a arranjos de cama ameaçou o médico que o foi examinar para que este nada dissesse cá para fora. O coiro da velha também sabia de política! Vejam só! Imaginemos que o Salazar mandasse o velho almirante Tomaz ler um comunicado acerca dos intestinos do ditador tranformados em segredo de Estado. Oh, quanta anedota contariam os portugueses nos cafés e nas casas de putas acerca disso! Rir-nos-íamos até às lágrimas acompanhados à viola pelo cântico dos fadistas, a nossa antiga canção nacional. E nos tempos modernos? O Cavaco Silva operado aos intestinos! Lá ia a Igreja fomentar uma peregrinação a Fátima já que ir a Jerusalém não seria muito agradável, pois os intestinos dos peregrinos não aguentariam tantas roqueiras do Hezbollah. Iríamos todos rezar pelos intestinos do Presidente. Não é que ele não merecesse, mas ficaria ridículo. E mais ridículo era ouvirmos o primeiro-ministro (ou até mesmo Marques Mendes o proponente do Dia do Cão e chefe da oposição) na RTP (que pagou a Emídio Rangel um milhão de euros para o ver pelo cu) a transformar uns simples intestinos em segredo de Estado. Vivemos numa democracia. Isso nunca poderia acontecer. E ainda bem para nós democratas! As ditaduras são ridículas. Nas ditaduras o povo é pobre. Sob a ditadura de Salazar o povo era pobre. Na ditadura de Fidel, idem aspas aspas. Que grande porra! E Bush? Todo ele intestinos! Como seria? Seria de gritos se o Bob Hope ainda estivesse por cá, lá isso seria! Havíamos de rir muito mesmo cheirando a merda dos ditadores por todo o lado. Às máscaras meus irmãos que o ozono está a fazer das suas!, diz-nos o próximo presidente dos EUA o não eleito de seu nome Al Gore.
Nota final. A pobre da Inês de Castro é que teve azar. Dom Afonso IV que não percebia nada de medicina pôs-lhe os intestinos de fora. Para quê? Para salvar Portugal. Os intestinos sempre estiveram intimamente ligados à política e ao amor. No caso de Cuba ao amor do povo. Irão os intestinos salvar o povo cubano? Ainda não sabemos...
manuelmelobento
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Thursday, August 03, 2006

LANÇAMENTO

Amanhã, dia 4 de Agosto de 2006, a Tia Maria do Nordeste lança o seu primeiro DVD na "FLASH MUSIC", situada no Centro Comercial do Solmar (Avenida Marginal, em frente às Portas do Mar), por volta das 20-30h. Para este primeiro lançamento foram seleccionados os momentos mais altos de "Retalhos do BOM DIA". Nele se podem ver as cenas mais divertidas da TIA MARIA DO NORDESTE com o GRANDE E GORDO Jornalista (Tia Maria dixit) Pedro Moura e ainda "TIA MARIA E COMPANHIA com a chegada da TIA MARIA DO NORDESTE, FAMÍLIA E BURRO" à Matriz de Ponta Delgada. O resto ... para ver e rir, claro! Amanhã, sairá, também, uma entrevista com ela neste blogue. Inclui uma nova visão político -pedagógica sobre o humor. Disse-o José Maria Pacheco, com humor, claro!
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Tuesday, August 01, 2006

O BOM CERTIFICADO


O BOM CIDADÃO
Um dia passei de carro pela cidade de Tomar. Estávamos em pleno Verão. Tirei a camisa tal era o calor. Não me livrei, dias depois, de ter uma queixa na PIDE pelo facto. Ficou em nada. A PIDE tinha mais que fazer. Nunca soube quem tinha sido o bufo que me tomara por estrangeiro, porque foi essa a ideia da participação. Como era magro e tinha o cabelo claro e vestia muito mal, facilmente me confundiam. Quando eu falava, mais se confirmava, pois eu nunca me livrei totalmente do sotaque de “micalês de fila”. Era quase intraduzível o meu português, por essa razão eu, às vezes, imitava o lisboeta, com dificuldade, claro! Um colega meu, preocupado com o meu comportamento e bem estar, disse-me para me dirigir por carta ao director do Instituto Geográfico (onde eu na altura trabalhava) a solicitar uma declaração de bom comportamento moral e cívico. Assim o fiz e, dentro do prazo (estávamos no fascismo), lá recebi a declaração. Ainda hoje a guardo, por via das dúvidas. E, também, diga-se em abono da verdade, para mostrar às mães das moças com quem eu suponha namorar. O resultado era óptimo, pois antes de ter aquela declaração, quando iam tirar “informes” sobre mim, havia quem dissesse o pior. Já pagaram todos/as pela língua, mas isso é outra questão. Vem isto a propósito ou a despropósito - como quiserem - da lista tornada pública pelo Ministério das Finanças de pessoas mal comportadas tributariamente. De repente, uma tal Maria M. M. F. Rodrigues devia ao fisco à volta de catorze milhões de euros. Minha Nossa! Quis logo saber quem era... Não, não era, não. Em Portugal tudo pode acontecer desde que meia dúzias de rapazes destruíram o Estado. A caça está aberta. Há caçadores. Não sabemos qual é a caça. Deve ser tudo que mexe. Calculo. O Estado português, o mesmo que obrigava a passar-se certificados de bom comportamento (como o meu) está agora a publicar, por tudo que é merdia, parte do comportamento que é reprovável e que diz respeito aos cidadãos portugueses. Que Estado é este? Minha Nossa! Eu nunca acreditei que tal pudesse acontecer. Pensei que se tratasse de uma hipotética ameaça. Há coisa de uns dez dias recebi de um organismo do Estado um cheque no valor de 14.94 euros que o mesmo me devia há 14 anos. Na altura equivaliam a quase três contos de reis. Com esse dinheiro, não se podia passar uma noite com uma moça de programa, mas uma boa tarde agitada ninguém a tirava. Hoje, sem termos direito a qualquer excitação, só dá para um copo e muito pouca conversa. Como é sabido, os portugueses não se comportam mal apenas com o fisco. São verdadeiros criminosos na estrada. Nada de listas! Alguns levam e dão no cu em recintos públicos. Nada de listas! Muitos chulos que vivem à custa de pobres mulheres. Nada de listas! Mulheres e homens contaminados com o vírus da sida e que tornam as relações sexuais um perigo de morte. Nada de listas! Os custos dos vestidos que o Estado paga às mulheres dos ministros, presidentes (República/Regionais/Assembleia), governadores (BP/Civis), embaixadores, diplomatas – são milhares. Nada de listas! Horas de voo fingindo trabalho oficial e respectivas horas extraordinárias dessa gente. Nada de listas! Relações dos que utilizam os recintos públicos para darem quecas. Nada de listas! Os que batem nas mulheres e maltratam os filhos chegando a matá-los com tanta pancada (existem estatísticas oficiais). Nada de listas! Mulheres “modernas” que agridem os maridos (registos policiais já os há). Nada de listas. Os que não respeitam o Segredo de Justiça e informam os merdia. Nada de listas! Os que utilizam falsos atestados de doença para passarem férias e/ou gozarem de descanso. Nada de listas! Os que devem aos sapateiros, merceeiros,leiteiros, talhantes, stand de automóveis. Nada de listas! Os que receberam subsídios do Estado e/ou União Europeia e os desviaram para o mau caminho. Nada de listas! Os que compraram casa e estão pendurados. Nada de listas! Bem, vou acabar por aqui, senão o padeiro ainda me bate à porta com uma lista negra. Safa! Ai que bom! Nada de listas! Assim que puserem o meu nome em alguma lista, eu mando publicar o certificado do Estado Novo que me considera um cidadão exemplar. Garanto que os levo até à barra dos tribunais ou de São Julião na pior das hipóteses.
PS:
Os amigos, os parentes, as relações sociais dos visados vão ser arrastados para a lama. Hoje, já ninguém liga se tiver uma puta ou um paneleiro na família. Até já mudaram de nome. Antigamente era uma vergonha. Hoje, faz parte da disfuncionalidade ou melhor da nossa realidade. Ai que vergonha, ele vem na lista! Qual lista? A da prostituição? Não, seu palerma! A pior de todas! A do Ministério! Fujamos, que horror! Que baixo nível! Que degradação!
manuelmelobento
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