Wednesday, April 25, 2007

AS PRÓXIMAS ELEIÇÕES NA MADEIRA SERÃO UM PLEBISCITO ?
DEPOIS DE TER PROVOCADO NOVAS ELEIÇÕES, O QUE GANHARÁ ALBERTO JOÃO JARDIM COM ELAS ? ENTRONIZAÇÃO ?

Monday, April 23, 2007



O CHAPEIRÃO

Há chapéus que dão muito que falar. Numa terra como a nossa, usar chapéu levanta muitas questões. Um dia Mota Amaral, numa das suas muitas visitas oficiais às ilhas, usou um do género panamá/colonial. Logo, a comunicação social fez disso notícia, mas como de costume, não explorou a mensagem implícita no seu comportamento inusitado. A minha leitura do facto - como não podia deixar de ser - foi política. Isto é, o chapéu usado pelo chefe político da altura permitia o uso de uma simbologia um todo nada voltada para as alegorias. Porque Mota Amaral é um homem vocacionado para o misticismo, substítuo o termo alegoria por parábola gestual. O chapéu designado de panamá é feito de uma palmeira oriunda da América do Sul. Quereria Mota Amaral dizer que isto por aqui era uma espécie de República das Bananas, tipo colónia dos Estados Unidos? Ou quereria levar a efeito uma manobra de diversão a fim de passar despercebida a maneira como governava? Ou ainda, estaria Mota Amaral a querer fazer passar uma ideia de turismo, hoje muito em voga? Como perdi esses documentos críticos, não estou à altura de apresentar o meu raciocínio antigo e talvez ancilosado. Felizmente, para exercitar o meu pensamento sobre chapéus, apareceu na pantalha regional (?) o nosso actual chefe político, Carlos César. Usando um chapeirão para o chá das cinco e outro para degustar o queijo de São Jorge, o nosso representante - eleito pelas massas trabalhadoras e não só - pôs-se a discursar de cabeça tapada. Gostei! Mas, não posso deixar de fazer a minha apreciação por aquilo que não foi dito. Esta é uma época de ouro para quem governa a Região. O chefe político passeia-se qual senhor Dom Afonso II (lembrei-me deste monarca por causa do episódio do queijo e da camponesa) pelas terras de Portugal. César é muito querido. Mesmo as Câmaras que não lhe “pertencem” (à excepção da minha – CMPD) estão todas no papo. César, lentamente, faz o cerco a Berta Cabral procurando isolá-la, tal como Dom João de Castela o fez a Lisboa, no século XIV. Só a perspectiva do aparecimento da peste levou o conquistador a fugir… (dizem alguns historiadores mais ou menos nacionalistas). Com a eficaz vigilância aduaneira vai ser muito difícil importar peste para fazer levantar o cerco cesarista à maior Câmara da Região… Será que os castelhanos-socialistas vão entrar em Ponta Delgada pelas Portas do Mar?...
manuelmelobento

Wednesday, April 18, 2007




ESTÁ CHOVENDO LÁ FORA! Entrego-me ao croché.

Todos os anos pela época das chuvas o cenário é o mesmo. Só variam as personagens e as águas. Uma vez é o responsável da Protecção Civil a desculpar-se, outras é o Director Regional da Habitação. Este ano coube ao último justificar-se de camuflado e à chuva perante as inertes câmaras da RTP/A e, não contente com o discernimento, enviou recados aos incivilizados que colocam o lixo produzido em lugares indevidos e que são a causa do desnível das águas que lhes invadem as habitações. Para o ano há mais e cada um depois de prestar-se ao papel que lhe cabe vai para casa. As vítimas são sempre as mesmas e os responsáveis, às vezes, é que variam de fácies. Alguns sectores da Secretaria da Habitação e Obras Públicas metem muita água. Falta de inteligência e incapacidade é o que se retira da actuação de quem devia ter em conta a prevenção. A Direcção Regional da Habitação não está à altura dos acontecimentos. Por isso é que desastres como o das falésias inseguras que pululam por toda a Região se transformam num perigo iminente entra ano sai ano. Onde estão os relatórios da perigosidade de tais zonas? Será que se fizeram-se relatórios? Onde estão as acções atempadamente pedagógicas junto da população incivilizada a fim de as reeducar, uma vez que há muito e por alto já foram alertadas para o seu comportamento?
manuelmelobento

Monday, April 16, 2007


E CÉSAR ESTÁ MUITO BEM ASSIM

Parece que a oposição nos Açores se está a transformar numa espécie de sucursal pasmada da mesma que se encontra sediada no Portugal do continente. É facto que o espaço no qual funciona está muito reduzido. Educação, Segurança Social e Saúde trilham inegavelmente um caminho positivo e visível. À oposição, nestes sectores, só cabe aplaudir. Só não o faz por vergonha. Ninguém lhe tolerará acusações e os sinais de modernidade implementados permitem creditar o seu sucesso. O Director Regional do Trabalho e Qualificação Profissional, o mais apoiado de todos os directores, tem obtido e somado no seu sector êxito em cima de êxito. As Obras Públicas preparam-se para nos fazer abrir a boca de espanto quando começar o novo ciclo das urnas. O Turismo nunca esteve tão em alta como agora. As estatísticas apontam uma subida de visitantes nunca vista. Hotéis vão cobrir todo o terreno. O domínio das tecnologias cresce na medida das exigências do mercado. Os Transportes apesar de praticarem taxas muito altas colocam-nos em quase toda a parte do mundo, permitindo esquecer o nosso profundo isolamento. As peripécias com os nossos emigrantes são uma mancha negra que tem sido muito bem trabalhada a nível da opinião pública. As ligações “perigosas” com a Igreja nos Açores dão a ideia de que só uma Carta tipo Bispo do Porto as poderiam deteriorar. Respira-se o Espírito Santo por todo o lado e o Senhor Santo Cristo prepara-se para colher todas as mornaçosas classes sociais no próximo “Congresso ao Vivo” que se passeará pelas ruas de Ponta Delgada. César e o Bispo a chefiar cada um o seu sector darão a imagem de um Estado Confessional distinto no ritual mas muito identificado nos propósitos: governar em paz os corpos e as almas. Os fundamentalismos de um e outro estão diluídos nesta abastança. São de uma tolerância e bonomia exemplares. Os intelectuais estão acamados e deles só se ouve encómios à situação. A Cultura aí está para gáudio tanto dos mais e dos menos exigentes. Os ecologistas aparecem quando o corte de uma árvore lhes tira a sombra para depois retornarem aos seus pequenos negócios. Enfim, viver nos Açores é o que está a dar. Não sendo ainda imperador é César. E Césares destes todos os querem. Depois do “Século de Bosco” o “Século de César”! Até que está bem…
manuelmelobento

Monday, April 09, 2007



MENTALIDADES

“BOLETIM ECCLESIASTICO DOS AÇORES
Setembro de 1981
… Assim substituindo a providencia paterna pela providencia do Estado os socialistas vão contra a justiça natural e quebram os laços de familia.
… O primeiro principio a pôr em evidencia, é que o homem deve acceitar com paciencia a sua condição: é impossível que na sociedade civil todos sejam elevados ao mesmo nivel. E´, sem duvida, isto o que desejam os socialistas.

Fevereiro de 1904

Organização fundamental da acção popular cristã

I

A sociedade humana, tal como Deus a estabeleceu, é formada de elementos deseguaes, como deseguaes são os membros do corpo humano; tornal-os todos eguaes é impossível; resultaria d´isso a propria destruição da sociedade humana (Encycl. Apostolici muneris).


III

D´isto resulta que, segundo a ordem de Deus, na sociedade ha principes e vassallos, patrões e proletarios, ricos e pobres, sabios e ignorantes, nobres e plebeus, os quaes, todos unidos por um laço commum d´amor, se ajudam mutuamente para alcançar o seu fim ultimo no céo e o seu bem estar material e moral na terra. (Encycl. Apostilici muneris,

XIX

Finalmente, os escriptores catholicos, defendendo a causa dos proletarios e dos pobres, devem abster-se d´uma linguagem que poderia inspirar ao povo aversão pelas classes superiores da sociedade…
(Inst. Cit.)


pp. 380
Outubro de 1904

E´ já um grande crime duvidar da fé, e os livros santos o repellem como se fosse infiel porque quem não é por nós é contra nós…”



Sunday, April 08, 2007



O PORTUGAL DO SÉCULO XIX

In João Lourenço Roque
Subsídios para o Estudo da Criminalidade na Região de Coimbra no século XIX
“O Sagrado e o Profano”
Instituto Histórico e Teoria das Ideias
Faculdade de Letras
Coimbra 1987

“5.2.2
e)
Concelho de Montemor-o-Velho. Crime classificado de insulto: em 16 de Julho de 1854, o pároco da freguesia de Meãs, “sahindo da igreja para sua casa foi insultado na rua por alguns dos seu fregueses d´ambos o(s) sexos sendo até apedrejado pelos rapases”. Na origem do acontecimento esteve o facto de ele haver celebrado a missa mais cedo que habitualmente.”



PORTUGAL BEATO E O SÉCULO DAS LUZES LÁ AO LONGE…

Séc. XVIII

“… ispirito Herético e Libertino, pois a sua amizade, e convivencia não hera senão com Hereges Engleses e Francezes, lendo somente por livros prohibidos…
Poucas vezes ouvia missa…
Hé publico, e notório que comia Carne, em dias prohibidos, e se ria dos que a não querião comer…
Esteve publicamente amancebado com uma mossa que teve em sua casa chamada Margarida, e fazendo gala, ou gloriando-se do seu pecado, pois nos versos que fazia sempre se lembrava da sua Margarida.”
De “O Processo de José Anastácio da Cunha”…

“Deos nosso Senhor guarde vv.ss.
valença 25 de Julho de 1778
a) O Comissário Joze Moreira de Carvalho”

Anastácio da Cunha foi condenado a degredo por um período de quatro anos…