Monday, August 07, 2006


O ENFEITANÇO PARA O BONECO

De repente, Portugal começou a ler livros de História através dos seus ministros e responsáveis políticos. Que livros? Precisamente aqueles que enaltecem os feitos geográficos, isto é, para além das descobertas ao longo da costa africana e dos saltos no “escuro” Atlântico a maneira como tratou os povos indígenas que foi encontrando nas descobertas. Estas tinham como único objectivo a procura de riquezas. Encontraram-nas em todo o lado e delas usufruíram até que ingleses, holandeses, franceses e outros que tais os correram das terras mais rendosas. Criaram um verdadeiro Império, apesar das vicissitudes. Este Império durou até ao dia 25 de Abril de 1974 que foi quando tudo começou a desmoronar. A riqueza foi substituída pela democracia. Já não é mau! Tudo mudou com esta, menos a mentalidade. No plano internacional os governantes portugueses fazem figura de animadores culturais . E para manterem este papel dão-se ao luxo de permanecerem autistas. Disseram os merdia portugueses que o ministro dos Negócios Estrangeiros enviou uma carta que escrevera (pudera!) “exigindo” que a União Europeia se pronunciasse sobre a guerra no Líbano e que tomasse medidas interventivas. Resultado? Caixote do lixo com ela, para além do gozo que suscitou o facto de o rapaz de Porto de Mós não ter mais nada que fazer do que tornar-se ridículo. Uma outra cabeça pensante e alto dirigente socialista que andou a provocar o líder madeirense na Madeira - e que dá pelo nome de José Lello - veio para os jornais alertar para que Portugal se prepare para outro palco de guerra. Mais concretamente vir a fazer parte de uma Força de Paz para a zona tampão do Médio Oriente. Assim que há uma guerra ou uma escaramuça no cu de Judas levantam-se as vozes dos governantes portugueses e ala que se faz tarde rapazes (e agora raparigas) para os tiros pacificadores. Neste momento, centenas de militares portugueses estão no Kosovo, no Afeganistão, em Timor,etc. Um país com oitenta e nove mil quilómetros quadrados de superfície, com dez milhões de habitantes, que tem uma dívida monstra e em que quase todos os dias surge uma legislação que – tal como no Estado Novo – aperta com a vida dos mais desprotegidos dá-se ao luxo de permitir-se ser salvador do mundo. Nos Açores, mercê de uma política de abertura sem controlo da fronteira – são bem-vindos os que vêm para nos ajudar -, do aumento escandaloso de crimes contra cidadãos, de os índices de insegurança estarem no pico das estatísticas - não há política que nos ajude. A Polícia de Segurança Pública está atada de mãos e pés. Não dá para as encomendas do crime violento. Os habitantes de São Miguel já temem pelas suas vidas. Com o conhecimento oficial desta crise, que faz o Governo Central? Enviou para a Horta e Angra meia centena de agentes. Para São Miguel? Abóboras! É claro que temos um governo local, mas de que serve este em termos de segurança dos cidadãos? O mesmo para que serve o rapaz de Porto de Mós! Para se enfeitar pró boneco e permitir o riso, já que Hermano José está de folga. Quer dizer, há dinheiro e homens para fazermos figura de palhaços da ONU, mas não há dinheiro para pagar agentes de segurança para actuarem no país. Ou será que nós só servimos para Portugal poder sentar-se em mesas de negociações com os grandes à custa da nossa cota de importância nos mares e na hipotética zona estratégica de guerra?
PS:
Tenho um amigo meu que quando me telefona a primeira coisa que diz é: acorda! E isto muito depois do meio-dia. Amigo, em vez de me atazanares todas as madrugadas, experimenta acordar o governo local para este e outros assuntos...
manuelmelobento

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