O IMPÉRIO AÇORIANO
Apesar de os textos legais informarem que a Região Autónoma dos Açores é parte integrante do território português regendo-se por leis expressas constitucionalmente, a bagunça ainda não fez assentar o pó das indefinições. Há alturas em que não sabemos se somos independentes politicamente falando ou se andamos por aqui a ver as bandas passarem, para depois seguirmos a que toque melhor a nossa modinha preferida. Segundo dizem, o Governo português fez aprovar uma lei que vai diminuir apoios económicos a que a malta das lapas e das cracas já se estava a acostumar. Dizem que se chama Lei das Finanças Locais ou Regionais. Já não me lembro. Cada dia que passa dá-me cada branca nos nomes. Troco inesperadamente Brasil por Ucrânia que até fico desesperado. Se vamos apertar o laço, que irá acontecer? A esta parte não posso dar continuidade porque estou de branca outra vez. Com o substituto de César, Sérgio Ávila, a negar que vamos sofrer reduções na nossa bela vida; com as aves agourentas do PSD/A a dizerem o contrário, o cidadão açoriano detentor de futuro passaporte electrónico fica atónito. Afinal como é? Será que vamos mesmo ter de trabalhar? Já não nos resta mais nada para fazer senão isso... Como é que vai ser meus senhores? Em quem acreditar? As ilhas continuam separadas geograficamente e nos tempos mais próximos não se prevê que se aproximem uma das outras, isto porque o tempo em que os vulcões criavam terra no meio do mar já deu o que tinha a dar. Daí que as ilhas se juntem em esforços mentais umas aqui outras ali para se preparem na defesa dos seus interesses. Em vez de parecerem um reino com um só chefe elas transformaram-se em peças de um império onde o poder está dividido por chefes tribais que já não juram vassalagem ao imperador apesar de este ainda ser o único elo de ligação e de informação de alguns ilhéus. O ilhéu manhoso só morde na sua rua, pois é nesta que tem as costas quentes. A opinião pública nos Açores desapareceu para se refugiar nas forças partidárias. Ficam aí entrincheirados e toca daí a fazer fogo num só sentido. É uma espécie de batalha de limas que não faz muito mal , mas molha muito. Os meios de comunicação social têm os seus patrões a quem devem muita obediência. O mesmo é dizer: os jornalistas deixam de o ser pois as suas prosas passaram a redacções. E estas têm sempre avaliação. Como é que um jornalista pode criar uma notícia que afecte um cliente de publicidade regional? Não pode! Os jornais são, hoje, prolongamentos de empresas. Já o foram no passado com ou sem censura. Entre a censura da antiga ditadura e a actual forma de seleccionar as notícias, existe uma pequena diferença: a informação que desapareceu só possuía uma verdade; a que já nos habituámos tem duas. Se as somarmos ficamos com três. Quanto mais verdades, mais democracia, mais ilhas, mais tribos, mais sobas, etc. A última foto de César que tive ocasião de olhar bem nem estava desfocada. César ao lado do Congressista Barney Frank, o mesmo que abraçando José de Almeida... cumprimentava Mota Amaral. Outros tempos, outras verdades. É somá-las... talvez se encontre uma quarta...
manuelmelobento
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