Sunday, October 01, 2006


ABORTOADA

O problema do aborto, nos dias de hoje, não é uma questão de moral, de bons sentimentos, de catolicismo e de outras baboseiras adjacentes. O problema do aborto diz respeito às famílias e às mulheres de poucos recursos. Sabe-se que centenas de mulheres morrem às mãos de curiosos que não oferecem cuidados médicos em condições. As que têm dinheiro vão para o estrangeiro e abortam em segurança, pois o apoio clínico lá é eficientíssimo. Os políticos sabem muito bem que é assim. Legislar a favor do aborto é uma coisa, porém aceitar que todas as mulheres o façam é outra. A mulher burguesa, perante o poder económico que detém, está autorizada pela lei a fazê-lo. Para a mulher burguesa existe uma Zona Franca, onde não presta contas senão a si e à sua carteira. A mulher burguesa comete um crime ao abrigo do privilégio de classe e nada lhe acontece. Não é perseguida por nenhuma autoridade porque o seu crime afinal não é crime. A mulher burguesa portuguesa concebe o filho em Portugal e “mata-o” no estrangeiro. Em Portugal matar é no estrangeiro desmanchar. Desmanchar no estrangeiro não é matar em Portugal... Os políticos portugueses – é aquilo que se pode arranjar – preferem “mandar” referendar o aborto? Não, o que eles querem é que se referende se as pobres podem ou não fazê-lo em Portugal! Às classes económicas bem providas de patacas nada lhes diz respeito. Mas votam contra os pobres que se permitem copiá-las. É crime! Dizem os moralistas burgueses. Crime para as outras mulheres, claro! A Igreja e os moralistas condenam o aborto. Estão cheios de razão! Então, não é preciso mão-de-obra? O que aconteceria se os pobres acordassem um dia e se permitissem a si uma planificação familiar ao nível da burguesia? O capital de assalto não permitiria. Onde iriam impingi-lo? Quanto não rende uma boa parideira? Os “abortos vivos” são de facto uma mais-valia. Os pobres quanto mais pobres mais filhos têm. Falar de pobres hoje em dia é um todo nada reaccionário. Deve-se falar de tesos. E estes são os que têm casa, carro e os filhos a estudarem. A casa é do banco enquanto viverem e o carro é às prestações comprado. Os filhos a estudarem, bem... para o desemprego. Na UE não conheço pobre mais pobre que o pobre português. Dele só se espera que procrie e à vontade. É como a vaca . E o que não falta por aí são as folhas de gavela.
manuelmelobento
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