Wednesday, July 12, 2006

UI! AI! É A BOLA, MEUS SENHORES!


São 14 horas e 52 minutos. Acordei há pouco. Dei um toque no texto “Que País”. Tinha, como de costume, alguns erros. O que vou escrever, hoje, é de certo modo a continuação daquele, com a agravante de que estou sóbrio... O primeiro-ministro fala de São Bento ao país. Diz ele que o rigor das contas foi de sua iniciativa. Parece um discurso de prestante figura pública. Acaba, neste preciso momento, de chamar estúpida à oposição. Leva palmas. Bem, como conheço o discurso, vamos ao que interessa, A ministra dona Maria Rodrigues deu início à abertura da caça aos professores. Descobriu aquilo que há muito se sabia. Tomou posição. Parte dela é justificável. O ministro da Saúde deu ordem para fechar maternidades e modificar o regime de pagamento de horas extraordinárias aos médicos. Parte das medidas justifica-se. Não se sabe muito bem o que se passa com os outros ministérios, já que são as agências noticiosas feitas com certa política quem escolhe os temas que melhor se adaptem às directrizes dos poderes mais altos. Sabe-se que os gastos com a Defesa são astronómicos e não correspondem às necessidades internas do país. Contensão de despesas e medidas de austeridade. Nada mais falso. Com os dinheiro do Estado Português se pagam, por exemplo, cento e setenta e cinco mil euros (trinta e cinco mil contos) de ordenado mensal ao treinador/seleccionador da equipa A de futebol. Só por ano, o senhor Scolaris leva para casa dois milhões de euros. Fora o que não sabemos. Juntemos a estes milhões outros imensos que servem para pagar aos diversos treinadores, atletas, treinadores-adjuntos. Almoços, jantares especiais, instalações em hotéis de cinco estrelas, vencimentos e horas extraordinários dos funcionários da Federação (seiscentos mais os assalariados), viagens, instalações, água, luz, gás, electricidade. Só o futebol, o seu presidente Madaíl, os custos da publicidade e propaganda, e outras escandalosas mordomias somam milhões de euros que são retirados dos dinheiros do Estado. O “desporto” em Portugal é o espelho daquilo que somos. Pedir isenção de impostos depois de tanto dinheiro ter sido esvaziado em pagamentos diversos e incontroláveis devia ter alertado o Ministério da Educação. Ah!, a ministra dona Maria Rodrigues, que tem o pelouro do desporto está caladinha. Parece que não é nada com ela o facto de haver ordenados à margem das leis que condicionam os limites impostos pelas mesmas. O senhor Scolaris está a trabalhar para o Estado Português e vence como ordenado 35.000 contos mensais. Como é possível os portugueses não saberem nada sobre as contas transparentes desse mudo da bola? Os professores são o bode expiatório das poucas vergonhas! E os outros, como é? O Presidente da República, bom economista, andará tão distraído com a exclusão que se esqueceu de enviar alguns recados sobre este escabroso assunto? E o bem falante primeiro-ministro, terá medo de mandar clarificar os circuitos internos dos dinheiros da bola? E a senhora ministra dona Maria Rodrigues não tem medidas para este pacote de deboche? Só são fortes com os fracos. Ninguém mexe no futebol. Dá perda de votos, além de ser um perigoso e grande polvo. Ui! Ai!(Ditongos crescente e decrescente...) Eram as primeiras sílabas que aprendíamos no livro de Português da minha primeira classe. Teria sido nesse livro que a ministra dona Maria aprendeu a temer? Ui! Ai! E isto é só à volta de uma bola. O que seria se fossem duas? Ai! Ui!
manuelmelobento
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