Sunday, July 09, 2006

PÍNDARO! DAQUI A POUCO...



AS CARAS DA TRASLADAÇÃO

As pessoas responsáveis que aparecem na pantalha devem pensar um pouco nos que estão no seus lares (o meu é já da terceira idade). Tratando-se da estação de José Eduardo Moniz ou de Pinto Balsemão a coisa muda de figura. É privada! Ambos para venderem um produto qualquer têm de mostrar mamas e mamas e muitos cus. Antigamente eram propriedade de fêmeas, agora são de vários tipos, estilos e posições. Ressalvo aqui a SIC Notícias, porque presta o serviço público que o Estado nos deve e não nos oferece. O trabalho da SIC/N que pessoalmente aprecio, deve-se, de facto, ao contributo cultural incluso na difusão da maioria dos seus programas. A RTP é uma instituição que só tem um dono. Este é o Estado. Quem lá trabalha ou é “funcionário estatal” ou trabalha para este de forma encapotada. O dinheiro que por lá circula é tanto que dá para criar em Portugal uma verdadeira “aristocracia” que dispõe de uma máquina tão poderosa que não há governo que tenha os casulos suficientes (vulgo tomates) para os pôr na ordem. Aliás, os governos precisam da várias RTPs como de pão precisam os pobres, ou os toxicodependentes da droga. As outras estações também precisam dos governos e vice-versa. Formam todos uma bem sintonizada e sincronizada orquestra. O povo português é em certa medida o culpado. Não pede contas e isto deve-se porque também não gosta que lhas peçam. Estamos perante um sistema anódino de fiscalização. O Professor Marcelo não é um intelectual como pode transparecer. É sábio na cátedra! Isso, ninguém o pode negar. Faz umas leituras por alto e muito rápidas. É um homem apenas da reflexão política tendencialmente partidária, muito bem disfarçada na sigla Deus, Pátria e Família. É um homem tido como sério, e isso eu não desminto. É mais ou menos bem nascido (economicamente falando) ganha muito bem pelo trabalho que faz o que acho bem. Foi criada à sua volta uma auréola quase mística. Merece-a! Ser intelectual é ser livre! É não pactuar com ninguém, muito menos com a selvajaria do nepotismo instalado nos media, que eu na minha tontice resolvi denominar de merdia. Se o Professor saíu da TVI por ter sido “Homenzinho”, porque não faz o mesmo na merdia da RTP. Então, o Professor ainda não reflectiu sobre o que fazem os meios de comunicação à cabeça dos desgraçados dos portugueses? Como se consegue criar uma sociedade de conhecimento se agora mais do que nunca as classes sociais estão tão separadas quer em termos de privilégios económicos quer em conhecimento se os nossos crânios estão anestesiados? O senhor tem uma cabeça privilegiada, embora não seja um verdadeiro intelectual como já disse, por que razão nas suas aparições públicas (de serviço público) não começa a dar a volta por cima já que é muito ouvido? Desmonte o que está à sua volta como nos seus bons velhos tempos! Por que não põe no seu lugar essa matilha de cães que anda por aí à solta devorando tudo, até os nossos cérebros? Fale Professor! O Professor já reparou que acabou os seus dias a resumir noticiários aos domingos, tipo homilia estudada à laia de diácono, em resposta às questões que a inesperadamente apagada Flor Pedroso lhe coloca. O Professor e a jornalista pareciam que tinham chegado da trasladação dos ossos de Dom Afonso Henriques. Que caras! O Professor neste momento está vários furos abaixo de José Pacheco Pereira. Eu o que digo é baseado nas dezenas e dezenas de horas em que o ouvi palestrando via têvê. Ouvi-o muito mais vezes do que muitos dos seus alunos de Direito. Sou formado em Marcelo. Muitas vezes saía do lugar onde me encontrava para o ouvir. E, numa semana que falhei, senti que me faltava qualquer coisa. Eu sou coleccionador de tudo que sai do cérebro dos outros. É um passatempo que me sai mais barato do que coleccionar selos ou pinturas. Já agora, Professor, falar-se em Píndaro para justificar o futebol/cultura não caíu lá muito bem. É verdade que os Gregos tinham os seus Grandes Festivais e neles havia toda a espécie de actividades culturais (Tragédias, Comédias, As Panateneias, Sófocles, Procissões das forças vivas, carros de corridas, cavalgada de efebos, Eurípides, etc., que eu já me esqueci do que o padre da Clássica dizia...) mas compará-los culturalmente é um bocado puxado. Talvez com boa vontade se possa comparar as preces dos portugueses dirigidas à Senhora de Fátima para que saíssemos vencedores na bola àquelas que os Gregos faziam quando imploravam a Poséidon... e isso di-lo Píndaro entre outras poesias. Mas, já agora que puxou a Cultura Clássica para o nosso desporto mercenário – o nosso teatro é quando os nossos heróis fingem dores nos relvados - (ao contrário dos gregos que se contentavam com uma coroa de oliveira como prémio) que tal “mudar as instituições para mudar os homens” como aconselhava Isócrates naquele tempo...
manuelmelobento
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