SÓCRATES E A SOCIOFILIA
O DESEMPREGO É O EMPREGO NO DESEMPREGO
O rapaz de Porto de Mós é a partir de amanhã o próximo ministro dos Negócios Estrangeiros no governo do Eng. Sócrates (o da informática). A comunicação social portuguesa (inconscientemente europeia) já se está a preparar para fazer a cama a Luís Amado. Um pró-americano declarado. Um homem de confiança do imperialismo. Um homem de conteúdo capaz de se encaixar na forma do bolo que o primeiro-ministro está amassando à mão para o Portugal. O modelo de Sócrates para o país está a compor-se à margem da Europa dos vinte e cinco para depois se poder integrar nele, já sem os vícios que temos. Manter Freitas nos Estrangeiros era ofender os Estados Unidos, mesmo depois da rectificação das bocas pró-Islão do ex-ministro responsável pelas “conversas” com o exterior. Freitas dá uma dignidade (à antiga) às funções que exerce. Ninguém conseguiu ridicularizá-lo, mesmo dizendo baboseiras. Estas passavam a estatuto oficial na sua boca. Não aprendeu a rir à Carmona Rodrigues para agradar a ninguém. Os assuntos eram levados a sério. Freitas não era deste Portugal. Freitas, por exemplo, junto a Durão Barroso parecia um senhor feudal, enquanto este mais parecia um simpático balconista de uma loja de perfumes. A dignidade foi-se na dimensão da nossa representação internacional. Amado veio da Defesa. Quem vai para esta pasta tem de ser uma espécie de moço de recados, mesmo aparentando um ar de Estado como foi o caso de Paulo Portas. Severiano Teixeira é do mesmo estilo. A instituição militar em Portugal ainda está bem assente nos velhos castelos de onde se partiu para aventuras guerreiras acompanhadas de mercenários ingleses e franceses. Os gastos de milhões de contos em armamento para os militares brincarem à guerra do Solnado são prova das birras dos seus possidentes Estados Maiores. Depois, como as crianças, põem os brinquedos no lixo. Desta vez nem os montaram. Os militares exigem e os ministros com o ar de imbecil de sempre fazem-lhes a vontade. Aconteceu com os governos de Guterres/António Vitorino, Durão/Portas, Santana/Portas e agora Sócrates/Amado/Teixeira. A comunicação social destruiu Santana Lopes por que este como figura do “jet set” dava-lhes mais jeito. Não soube explicar por que era Santana Lopes o mais competente político português que se sentou na cadeira de São Bento, nesta terceira república. Nunca foi apanhado em falso nos “dossiers” do Estado. Isto está gravado. Dominava todos os assuntos. Em meia dúzia de dias formou um governo de competentes. Álvaro Barrete, um monstro sagrado de competências, aceitou ser seu ministro da Economia, tendo em quatro meses tomado cinquenta e duas medidas que estão ainda em vigor. O que o matou foi a sua propensão para agradar aos media. Morreu pela boca como os peixes. Caíu porque um dos papeis de um discurso não estava por ordem. Caíu porque um ministro se demitiu por ciumeira. Caíu porque Paulo Portas fez uma careta ao ser indigitado Ministro do Mar para além da Defesa numa cerimónia tipo Estado Novo com as personagens deste novo Estado. Caíu porque dormiu uma sesta que não dormiu. Além de tudo, e isso Portugal dos assexuados não perdoa, tinha namoradas. Quando era secretário de Estado da Cultura de Cavaco Silva (o inculto economista) não ascendeu ao cargo de ministro para não fazer sombra aos medíocres. Além de tudo, o raio do homem é bem falante, elegante e inteligente. E por obrigação culto. Ficou lixado. Quando se falava dele parecia que se tratava de algum energúmeno. Este país se pudesse tê-lo-ia levado à fogueira acusado, como Camilo, ou coisa que o valha. Imaginemos Santana no lugar do sortudo Sócrates. Bom povo: eis a revolução tecnológica. Cada português pode ter uma conta na Internet de graça. Que graça! Meus senhores: o desemprego é o emprego no desemprego. (Esta tem direitos de autor!) Os ministros que o capitalismo despediu não foi ele, fui eu! Eu sou um verdadeiro sociofílico! A direita portuguesa perdeu a oportunidade de se modernizar com Santana o social-democrata da linha de Sá Carneiro, aquele que chegou a distribuir oficialmente terras no Alentejo a quem as trabalhava. Nem o Partido Comunista o fez quando esteve no poder através do ministro de Estado Álvaro Cunhal. Estou a referir-me a actos oficiais. Não estou a falar em ocupação selvagem. Viva Sócrates! Viva a América! Viva Bush! Viva Fernando SIC Rocha!!!
manuelmelobento
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