A DIVINA INTENÇÃO DA MALEDICÊNCIA
UMA EXPERIÊNCIA DOS DIABOS: A MALEDICÊNCIA
Quando as pessoas começam a perceber que os quinze minutos de fama que cada um tem apresentam uma factura muito alta, dão-se por arrependidas. Às vezes é tarde demais. Ficam com a vida devassada e apregoada aos quatro cantos. Geralmente o que se segue é a maledicência. Esta é a única “arte” que quando chega, deixa-se ficar para sempre, isto é, até ao fim dos dias dos delatores e dos recipientes. A maledicência assenta arraiais contra os valores que mais prezamos. Aqui já começo a escrever asneiras... Nem todas as sociedades têm os mesmos valores. E essa de alguma psicologia dividir as sociedades em dionisíacas e apolíneas não passa de ingenuidade escondida por falta de uma investigação global, séria e rigorosa. Freud também se pôs a inventar sobre o cérebro sem o conhecer nem por dentro nem por fora e era um cientista . Apesar de tudo abriu caminho a uma espécie de “conhece-te a ti mesmo” que os laboratórios de hoje e muito bem apetrechados vão desvendando com observação e rigor. Nas ditaduras, com a censura que a caracteriza, a comunicação social é muito temperada. É-o na medida em que não deve ser perturbadora. Um regime musculado é por sua índole e modo de estar improgressivo e estático. A maledicência numa ditadura não circula pelos canais oficiais. Utiliza o boato rural e urbano conforme os casos. Pessoas excelentes foram de um dia para o outro pincelados com uma imagem tão pouco baixa que até faz fugir os amigos outrora íntimos e do peito... Todos jogam à defesa. Quando um ponto passa a conto e este a nódoa é preciso ter uma forte formação mental para viver com ele, ou conviver com quem foi a tal sujeito. Com a caminhada imparável para a libertação da mulher a maledicência está com a vida dificultada. Com a libertação e assunção dos homossexuais e dos bissexuais a maledicência fica numa posição ridícula. Levei no cu, e depois? É proibido? (Esta pode ser uma boca de mulher ou de homem). E quem o condenar está sujeito a ser levado a tribunal por discriminação. Também temos os heterossexuais. Que eu não sei bem o que é. Um momento! Um momento! Pois, vou filosofar sobre o assunto. Não sei a razão porque sempre que falo de sexo me dá vontade de rir ou de me vir. Agora estou a rir. Pudera! Se eu não me levo a sério como posso levar um assunto destes até ao fim e com espírito científico? Uf! Bom. Estava a dizer que não sabia o que era um heterossexual. Será que só é heterossexual quando estiver no acto? Não conheço nenhum que esteja sempre a actuar. Nem na Bíblia sagrada tal exemplo é possível lá descobrir. Portanto será heterossexual só quando actua? No resto da vida em que está quieto que nem um ruminante só é hetero por intenção. Logo, há mais tempo em intenção do que experimentação. Então, o sexo, uma vez que é na maior parte do tempo intenção nos heterossexuais (o corpo não aguenta!), é mais um dado quantitativo temporal do que um dado comportamental continuado. Para os outros a regra é a mesma. E agora? O sexo tem muitas variantes. Assim, as orientações sexuais só são uma parte. A intenção outra. Não é de admirar se um dia destes os sexólogos começarem a perguntar: foi-se-lhe o tesão/hetero/bi/homo ou a intenção caro/a paciente? E se a resposta for: uma coisa e outra. Oh, diabo. O senhor/a é divino/a. Não tem sexo. Possui apenas os aparelhos. É como se fosse dono de um carro e não soubesse conduzir. Há imbecis que ainda afirmam que o sexo é um instinto tal como a fome. Eu mato o instinto da fome pelo menos quatro vezes ao dia. Quanto ao sexo como é? No meu diário de há dez anos a esta parte ele meteu um atestado médico. Porra!, e você? Aí onde ninguém o ouve? É ou não é uma intenção? Se ainda é intenção, meu caro, está de parabéns. Senão é maledicência. E esta é capaz de tudo. Fuja dela. Torne-se divino e não fale mal de ninguém nestas áreas, claro!
(Pensamento de SILENO: “Se um dia te deparares com a maledicência no teu caminho, faz como eu: põe o cu de fora. Ela é divina! Não tem cura! E não suporta ver-se ao espelho.”)
manuelmelobento
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