Sunday, March 18, 2007




RT - PAI

A manutenção da única estação televisiva dos Açores custa(va) milhão e tal de contos anuais à Região. Qualquer coisa como sete milhões de euros é quanto o Governo Central vai despender a partir de agora pela sua sucursal nos Açores. Está certo! Se a estação da Ernesto do Canto é pertença do Estado português, por que razão havia a Região de arcar com tamanha despesa? Os cofres da Autonomia ficam a ganhar e o dinheiro sempre serve para outras coisas… Existem programas regionais muito apreciados. O do Pedro Moura é o que traduz melhor e mais permanentemente o viver do ilhéu. Outros tornaram-se também picos de referência. Porém, são amostras de serviço público “limitados” pela esfera da política. César - que há muito faz da inteligência profissão – ao permitir tão grande interferência nos assuntos internos regionais inferiu dos factos actuais uma continuação bastante alongada de Sócrates no poder. Não iria correr riscos se sonhasse que os social-democratas alcançariam uma maioria nas próximas legislativas, daqui a dois anos. É um risco calculado! Trata-se de uma aparente bonificação. Isto é, sabendo-se da importância dos Açores (quem pode negá-lo que não esteja de má vontade) é conveniente preparar os caminhos do Senhor. Se tivéssemos canais de iniciativa açoriana o gesto era de grande solidariedade para connosco. Não é o caso! A televisão é um caso sério no modelar das consciências. E como as democracias levam à liberdade, convém empacotá-la e torná-la delimitada ao pensamento português. Se eu fosse português-centralista faria o mesmo. Mas, caso é, como sou português-descentralista não posso deixar passar tal atentado. É que para além de o ser coopto a ideia com a do nacionalismo açoriano. Quem pensa em termos de futuro não pode deixar de raciocinar assim. Os que contradizem a tese do nacionalismo açoriano com a sua característica idiossincrática caem no erro de se dizerem defensores da autonomia. É coisa para os sociólogos e psicólogos (independentes) analisarem as diferenças. Pode-se perguntar se a autonomia é só para leitura no papel ou se é para seguir os trâmites normais da descentralização. A distância é que mata a não lógica dos que querem impor por cá medidas integristas desajustadas aos tempos modernos. Não se pode governar à distância. Isto foi no século passado! Existe no sul da Península Ibérica um território administrado pelo Reino Unido que dá pelo nome de Gibraltar e que é habitado por espanhóis. Porque as regalias dadas aos habitantes desse rochedo pelos ingleses, os espanhóis (seus habitantes) votaram a favor do “opressor” não admitindo a hipótese de virem a ser governados por Espanha. É tudo uma questão de cacau. Acontece, porém, que não querem deixar de ser espanhóis. Dá para aprender alguma coisa com este caso. Esta falta de assunção da “ideologia” açoriana é uma tristeza de toda a grandeza geométrica. Portugal não pode transformar ilhéus em continentais nem continentais em ilhéus. Nem por feitiçaria. Fá-lo porque há sempre quem troque aspirações legítimas por uma serrilha. E esta toma o nome de Comenda. Comenda aqui, Grande Oficial com Palma acolá e eis que transformam os nossos neurónios em bosta de vaca. É pastar autonomistas do penacho, ilusão dos tempos actuais que são de eleição e democracia.
manuelmelobento


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