Thursday, January 18, 2007





A CRESCER

O líder do PSD/A tem vindo ultimamente a mostrar uma faceta inédita como “director executivo” do maior partido da oposição. De uma linha pontualmente focalizada num ponto ou noutro de fraca repercussão nas águas estagnadas desta mornaça socializada, ei-lo a saltar para um combate de características mais ideológicas do que partidárias. Parte para a denúncia daquilo que há muito foi implantado nos Açores: a republicazinha socializada dependente de uma central planificadora, onde a economia obedece a interesses estranhos aos Açores, excepção feita na subárea da Segurança Social, mais propriamente na sustentação indirecta do emprego e do apoio aos mais carenciados. Nestes campos, poder-se-á dizer que o êxito é bastante sensível. De resto, o investimento público e os seus parceiros de (quase) sempre são fautores da ordem aparente que nos vai aparando. São Miguel, a ilha mártir, pois teve de esperar pelo crescimento harmónico de algumas ilhas-do-relaxe-e-do-descanso, aguarda que o equilíbrio também penda para o lado dela. Forçar a nota no combate ideológico vai certamente descobrir a careca à sovietização declarada do território açoriano. É mais fácil, nos dias de hoje, um helicóptero das FAP levar um corvino a uma clínica dentária da Terceira do que uma ambulância, no território europeu de Portugal, ir de uma localidade a outra para tentar salvar a vida de um sinistrado vítima de combóio numa qualquer passagem de nível sem guarda. Não é tão bom! Hoje, com a conversão de Portugal ao capitalismo selvagem (flexisegurança? Uma ova!), o território socializado açoriano aguarda com certa apreensão a mudança no seu processo de vivência. Se esses ventos - que já cheiram a insegurança - se instalarem entre nós com a velocidade com que já rodopiam pela metrópole, as ilhas-do-relaxe-e-do-descanso vão ver de longe a capacidade com que os micaelenses vibram com a economia de mercado e com os seus resultados. É um hábito produzir e trabalhar em São Miguel mais do que em qualquer outra ilha. Até nos chamam de japoneses de tanto fossar. Ora, o dr. Carlos Costa Neves não quererá abreviar a queda da nossa Cortininha de Ferro, pois isso seria fazer um favor ao PS. Deve caber ao socialismo português descalçar a bota, cuja medida nos impôs à custa do silêncio dos colaboracionistas… Existe, também, uma faceta que nos vai permitir realçar muito caladinhos as nossas particularidade e identidade que tanto trabalho deram à “intelligenzia” portuguesa de esquerda para fazer fenecer. Agora o sinal é de ideologia contrária, isto é, vamos ser engolidos na mesma, mas já sem sobressaltos. O novo regime capitalista muda e nós mudamos também. Como sempre fomos uns perfeitos acomodados, imbecis, descerebralizados e oportunistas de raiz, não nos vai ser muito difícil passar as passas do Algarve. Venham elas que a malta (o povo que aplaude tudo que mexe) acomoda-se. Deixe-se estar doutor que o voto pô-lo-á em Santana sem ter necessidade de seguir essa via…
manuelmelobento

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