Monday, February 19, 2007


O PODER CENTRAL ESTAVA DISTRAÍDO
A INDEPÊNDENCIA PODE ESTAR AO LUME

Só pode contestar a legalidade de Alberto João Jardim como Presidente do Governo da Região Autónoma da Madeira quem não contabiliza os votos entrados nas urnas e quem não respeita os resultados dos sufrágios eleitorais que lhe têm sido dados sistematicamente pelo povo madeirense. Desde há muito que A. J. Jardim é hostilizado pelo Poder Central. Pode-se não gostar do estilo com que encara os adversários (eu pessoalmente não admiro o comportamento) mas não se lhe pode acusar de ter dado cabo da Madeira como o fizeram (estão fazendo…) os senhores de Lisboa a Portugal. Os políticos portugueses se não são invejosos por lá perto andam. Era de, pelo menos, aceitar o lado positivo da sua gestão. E porque não copiá-lo, já que todos concordam que a Região Autónoma da Madeira de pobre que era se tornou a segunda mais rica do País? Com mão de ferro? O que está o governo de Sócrates a fazer senão contas à salazarento e valha a verdade com o aplauso de muitos? Não estou a ver na Madeira manifestações populares a serem corridas a bastão da GNR como tem acontecido ultimamente em Portugal com o fecho de Centros Médicos e Maternidades. Na Madeira o que se vê são cenas de apoio quase global a Alberto João, excepção feita à oposição ainda minoritária. Se passou pela cabeça de alguém que AJJ era do tipo pitecantropo deve, neste preciso momento, estar a enfiar o barrete até lá em baixo. AJJ é um actor político e por detrás da máscara que oferece para consumo público e privado encontra-se um ser extremamente acutilante. As manobras que tem encetado para desacreditar a comunicação social - que lhe é adversa - coloca-o, neste preciso momento, no limiar da simpatia. Tivessem tirado as ilações necessárias das suas últimas aparições públicas na televisão do Estado do continente e hão-de concordar comigo que o homem já deu a volta por cima. Cativou, é o termo. Como? Perguntem ao povo anónimo! O que temos, então, entre mãos com a apresentação da sua demissão? Jardim pretendeu “revoltar” o povo madeirense contra a intrusão de medidas que irão prejudicar o progresso visível da Madeira. A (re)aprovação da LFR por Cavaco foi a gota que fez transbordar o cálice da revolta. Jardim demitiu-se mas continua a gerir os destinos do seu povo e a alimentar a “revolta” para tirar proveito político da situação. Qual o objectivo que se segue? Naturalmente o alcançar a independência económica. Esta implicará um corte com a metrópole (em áreas específicas), já que de lá só virá o atrofiamento económico do arquipélago. Para quê manter uma situação que agora começa a dar sinais de regressão? Só um político tolo iria aderir à inversão das conquistas até agora conseguidas! Se AJJ for reeleito – e tudo aponta nessa direcção – as relações entre Portugal e as Regiões Autónomas nunca mais serão as mesmas. Já não estamos em 1931, o velho ditador já morreu, as Forças Armadas não estão disponíveis para jugular a “revolta” madeirense, os madeirenses não pegaram em armas para fazer valer os seus pontos de vista - vivemos em democracia - Portugal é um país europeu de dimensões diminutas, a ilha de Malta com quase as mesmas dimensões da Madeira é independente, o Parlamento Europeu está aberto ao estudo e apreciação das mudanças para a “libertação” pacífica e democrática de determinados povos, a Madeira é quase auto-suficiente, o povo madeirense está organizado politicamente (para além de ter representantes no Parlamento Português e no Parlamento Europeu) – tem parlamento próprio e eleito, forma governo próprio, tem oposição, respeita as regras do jogo democrático, tem uma Igreja que o apoia (reaccionária é certo) e que está sempre do lado do mais forte, o que significa estabilidade para todos o que lhe permite arrecadar (para ela) bastantes proveitos, tem legislação que retira para o que der e vier quando quiser do saco legislativo constitucional português, tem um líder forte que se identifica com a maioria do povo madeirense e que se dá ao luxo de afirmar que executa as escolhas do povo que neste momento tem de optar por uma Autonomia de Revolta ou uma Independência Concertada. Venha Alberto João e escolha! O Poder Central estava distraído. Cavaco não é estadista! E isso ficou provado, pelo menos na óptica do Povo da Região Autónoma da Madeira e do seu Representante que no caso específico é Alberto João Jardim e não o outro…
manuelmelobento

1 Comments:

Blogger Philomela said...

Independência para a Madeira já! E sem retorno!

7:32 PM  

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