OS JORNALISTAS ESTÃO PARA A POLÍTICA
COMO AS MULHERES PARA OS HOMENS
Quando eu brincava a sério com a política olhava para os jornalistas como quem olha para o Bispo na Crisma. Eh, meu querido, dá-me um minuto! E eles não há nada para ninguém! Alguns, até chegaram à pulhice de pincelarem a realidade só pelo prazer de servir o patrãozinho político de quem estavam avençados. Para ser visível, o candidato a político ou político estagiário dos primeiros tempos da democracia portuguesa dependia da interpretação, da boa vontade e da formação moral com que o jornalista resolvia organizar (difundir) o discurso daquele. Salvo se “esses políticos” pertencessem às grandes forças partidárias - que tomaram conta do Estado - afeitas a industriais, grandes financeiros e grandes comerciantes que escaparam “milagrosamente” à depuração apadrinhada pelo Conselho da Revolução. Desde que me conheço racional ou quase que os media pertencem a patrões e os jornalistas feitos seus serventuários. Eu sei que há excepções. Mas estas não são para aqui chamadas que eu hoje não estou na disposição de feitor encomiástico. As democracias fazem apelo à informação generalizada e esta nada é sem jornalistas. Os jornalistas trabalham a informação e os patrões vendem-na a todo o tipo de clientela possível e imaginária. A informação até serve para se fazer chantagem... A informação é como a droga. Existe à balda e cada um tem a sua, isto é, a que mais se adapta às suas apetências. Se a informação è feita por jornalistas por que razão não são os jornalistas os donos dela? Que pergunta reaccionária a minha! São tolos os jornalistas? Nada disso! Até são (a sua maioria) velhacos, cultos, especializados em todas as áreas da actividade humana, são porta-vozes de presidentes, ministérios, autarcas, empresas, instituições e etc. que é demais. Ele há jornalistas até nas telenovelas, isto é, estão na feitura dos textos dramáticos e na crítica dos mesmos após materializados nos vários palcos. Grande parte deles está no desemprego ou está em vias de se empregar e de logo a seguir ir procurar poiso em alguma experiência que será falível se não for apoiada pelas “entidades abstractas”. Se os jornalistas isolarem um desgraçado qualquer (refiro-me mais propriamente a políticos) nem o pitbull de serviço o reconhece nas urnas. Fazem dos seres vivos uma cobaia de laboratório bastando para tanto um lápis. Que grande poder! Para entrar em casa de um suspeito a polícia precisa de uma ordem judicial. Até o Presidente da República se quiser fisgar um adversário tem de recorrer às Forças da Lei. Não estou a falar de Bush obviamente. Muitas vezes a Lei actua por sugestão de um articulado, de um “lead” (mesmo sem corpo), de uma crónica, de uma reportagem, etc. Que grande poder! Se tenho um sabonete para vender utilizo a publicidade e patrões. Mas se um jornalista de investigação resolver acabar com ele é só pegar no lápis. Muitas vezes o lápis não lhe pertence... Se um político em ascensão for apanhado com uma frigideira oferecida por um grupo económico, está feito às baratas, se esqueceu declarar ao fisco a venda de uma casita herdada da família lá se vai refugiar num tacho europeu porque cá até o perseguirão nos urinóis para se certificarem se ele não se engana no desbotoar. Grupos de grandes jornalistas associam-se quase secretamente e são eles que ficam sempre à frente dos grandes cabeçalhos, das grandes reportagens, das grandes mesas redondas, dos grandes programas televisivos (nestes casos até se dão ao desplante de se dizerem não jornalistas – jornalista uma vez jornalista sempre). Os grandes e chorudos ordenados sacados numa altura da vida em que já lhes custa brilhar na escrita são a recompensa pelos serviços prestados à “sociedade”. Imensos jornalistas a dormir e sem ter capacidade de se organizar... Amanhã talvez acabe este texto. As mulheres estão no mesmo pé. A dormir demasiado em tudo que é sítio e a deixar essa cambada (os homens) refastelados nos sofás do prazer, onde já deram o que tinham a dar. Mulheres e jornalistas, seus bananas!
manuelmelobento
PS: utilizo três fotografias para não cansar os leitores!
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