Friday, July 14, 2006

A PAZ SANTA SEMPRE JUNTO À FORÇA


Ao olhar um pouco atrás aquilo a que se designa de História e na parte do domínio dos que detêm o poder verifica-se que a religião está sempre presente. Portugal em 1940 assina uma Concordata com a Santa Sé precisamente quando a ditadura salazarista começa a organizar-se no sentido de colocar os direitos, liberdades e garantias conquistados com o fim da monarquia, no deserto das aspirações democráticas. Em 2004, era então primeiro-ministro o senhor José Barroso (ex-ateu, ex-maoísta), Portugal reformula o texto inicial aplicando-lhe uma forma mais adequada aos condicionalismos da nova era. Em 2004, Portugal agoniza economicamente. Vem aí uma nova democracia. Aquela que comandada pelo capitalismo selvagem determinará o fim do Estado Social. É fastidioso estar a enumerar as medidas que foram tomadas com o objectivo de inverter as chamadas conquistas populares. Qualquer um que se interesse minimamente pelas coisas públicas saberá do que se trata. Parece que a Igreja de Roma não descola das ditaduras nem das democracias burguesas. Quando surge a imposição de medidas drásticas pelos governos seus associados, “Roma” cala-se numa cumplicidade milenária. Foi sempre a sua política. A ideia que tinha da Igreja de Roma, exceptuando os primeiros veiculadores do judaísmo cristão, era de que ela não passava de um Estado sempre em guerra e nos intervalos desta uma casa de deboche. Eu não estou a inventar, estou lendo história. A Igreja de Roma com os seus exércitos ocupou, violou, assaltou, matou,etc. Quanto ao deboche basta-nos regredir umas centenas de anos para percebermos, por exemplo, o que um representante de Cristo, um tal Papa Alexandre VI, fez da Basílica de São Pedro. Transformou-a numa casa de putas. O filho deste Papa, César Bórgia, um assassino confesso, foi um dos maiores carniceiros da Cidade Santa. Aprazia-se a matar os pretendentes da irmã Lucrécia, por sinal um grande coiro. Se não morre o Papa (seu pai) tão cedo ainda a veríamos nalgum altar de um país mediterrânico, que são os mais fáceis de “converter”. Um dia chegou ao Vaticano um gajo porreiro. Roncalli de seu nome. Mal saíu o fumo branco, tomou o nome de João XXIII. Foi das personalidades que na minha juventude mais me marcou. Devia ter substituído o nome de Papa por outro mais digno. Penso ter sido o seu único erro... Depois dele a Igreja de Roma politizou-se nos novos moldes e voltou ao mesmo já sem sujar as mãos directamente. Fausto e viagens para converter. Converter a quê, fica-se sem saber. O Papa passeia-se de branco como uma pomba e sempre com as palavras amor e paz na boca. Por onde ele se passeia fico sempre à espera de encontrar uma pomba, o amor e a paz. Nada! Vai aos países para sacar as avultadas dízimas que raramente são contabilizadas. Parece-se com o príncipe Ali Khan que todos os anos recebe dos seus fiéis o equivalente do seu peso em oiro... O Deus que serve ambos é o mesmo, só o que varia é o notário. Para que serve a Igreja de Roma que está infiltrada por toda a parte? O Mundo está em guerra e daquelas bocas só se houve amor e paz. Só que o dizem tão baixinho que ninguém ouve. Pelo menos nas suas embaixadas não há um indício sequer para obrigarem os governos onde estão representados diplomaticamente a encetarem negociações de paz e retirarem do terreno onde morrem todos os dias mulheres e crianças. Perdão esquecia-me que o Papa tem outras prioridades como sejam o combate ao aborto e o levar a mensagem da dignidade à humanidade revelada por Deus... a todos os homens de boa vontade. Não sabemos onde é que eles estão. Em Roma, não é de certeza. E os homens da paz olham embevecidos a guerra. Naturalmente a Guerra Santa é que os torna santos...
manuelmelobento

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