Friday, July 21, 2006

AOS INTELECTUAIS E ALGUNS AMIGOS


AOS INTELECTUAIS E ALGUNS AMIGOS

É verdade (retirando à palavra o que ela tem de filosófico) que as práticas religiosas fazem parte da maioria dos seres humanos. Quando as instruções “pedagógicas” e míticas são incutidas em criança, torna-se muito difícil ao adulto, assim sujeito, torná-las racionais. Muitos evitam discutir assuntos caricatos - tornados matéria de fé por interesses de ordem hegemónica política e outras – porque lhes falta a coragem ou o nervo. Tudo bem, melhor, tudo mal! Se me aparecesse um sujeitinho da minha cidade a dizer que era Filho de Deus num dia, para depois afirmar-se ser tanto Deus como o Pai de quem há pouco se dizia só Filho, de certo que o mandaria lamber sabão. Cristo – que até tinha conhecimentos filosóficos plagiados dos sábios do Oriente, que os tratavam tal qual ele os tratou – para mim não passa de um pregador um pouco enlouquecido ou mesmo até meio parvo, como era aquela cambada de hebreus que inventavam falas com Deus conseguindo levar alguns tansos atrás de si e que o povo chamava de profetas. Um intelectual tem por obrigação analisar, discutir, sintetizar, ajuizar e fazer das suas conclusões motivo de discussão aberta e livre. Carregar mitos tremendos e consubstanciá-los com fanatismos é uma posição um pouco caricata. Aceitar homens normais (ou isso) como sendo deuses que voam para os céus quando encontram qualquer percalço não faz parte do meu estatuto como pensador normal que julgo ser. Se aceitar-se tamanha invenção é ser-se intelectual e normal, então, eu sou anormal e destituído de massa cinzenta. Um homem feito Deus tem de responder pela sua humanidade e isso torna-o debilitado porque os homens conhecem-se uns aos outros minimamente. Creio eu, sem fé, claro!
manuelmelobento
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