Tuesday, June 06, 2006

PRESSUPOSTA ANÁLISE TEXTUAL E NÃO SÓ DOS VÁRIOS "6 de JUNHO"


Nas vésperas do “6 de Junho”, alguns textos tomaram forma na imprensa micaelense como artigos de opinião uns, enquanto outros, inseridos em espécie de entrevista, se aproximavam de uma verdadeira organizada opinião. Resumindo, todos eles explícita e/ou implicitamente a tentar fazer a cabeça dos públicos alvo às suas manigâncias políticas. Bem ou mal intencionados? Que julguem os leitores, pois, eu, em vez de querer levar alguém a raciocinar à minha maneira, apenas, quero irritar quem me lê. Se o conseguir dormirei muito mais descansado. Mota Amaral e Carlos César botaram a faladura do costume. Cautelosos. Muito medrosos e a medir as palavras, não vá alguém na Ultraterra Portuguesa levar a mal. O tempo é de contensão e nada como agradar os que nos pesam o pensamento em troca de mordomias. Muito limitados, pois, estes dois pilares da nossa política autonómica. Eles, até, pertencem ao nosso património tribunício. Sabemos como se impuseram frente às massas. Veio, depois, o simpático Aníbal Pires. Nada de novo na sua linguagem. E eu a pensar numa linguagem de luta. Nicles. Avante como quem diz adiante. Piedade Lalanda, colunista regular do A.O. – socióloga com responsabilidades políticas e sociais em instituições regionais do poder - juntamente com João Pacheco de Melo, outro regular colunista açoriano – micro-empresário micaelense - chamaram-me a atenção pela qualidade dos comentários com que nos brindaram. Dois textos muito diferentes nos pressupostos. PL a fechar ideias num texto organizado à luz de uma mistura semiológica de compêndios sócio-políticos. JPM abrindo o tema , realizando um texto aberto para reflexão. Vejamos o que escreve PL. Em termos de conceitos cognatos eis o que dele se pode retirar: “autonomia, direito inerente à liberdade, desenvolvimento, solidariedade, corresponsabilidade, direito à diferença, expressão de identidade, sistema político democrático, capacidade de dizer não, consciência crítica, prioridades, reforço de afirmação perante outro, identidade do povo açoriano”. Escrevia, como é evidente, acerca da autonomia. Depois destes e de outros conceitos decalcados e/ou estudados de textos académicos lá estava o aviso: “a autonomia não se confunde com independência". Claro! Porém, faltou acrescentar na tese de Alain Birou - onde parece ter-se escudado - (“Sociologie et religion” Ed. Ouvrières, Paris) os dois pontos em questão: A autonomia de países independentes e autonomia de nível baixo ou inferior. E esta aponta para os Estados Federados. Foi o que não disse para melhor compreensão do que nos queria transmitir acerca da sua visão de autonomia. De outro modo, a nossa autonomia nada é em qualquer parte do mundo civilizado. Só está na cabeça dos portugueses. O que até agora e em abono da verdade política não é muito recomendável... JPM: “6 de Junho”, “Autonomia dos Açores, “25 de Abril”, pensar ir um pouco mais além, Conselho da Revolução, evoluído, ressaca dos acontecimentos em Ponta Delgada, divisão administrativa adjacente, Ministério da Administração Interna, Cabo Verde, “divórcio de veludo”, Montenegro.” Numa coluna sintética eis que deparamos com algo que se encontra entre os dizeres de Birou, e que este também não refere. Os trabalhos deste sociólogo são da década de cinquenta... Não contemplavam os Montenegros da era moderna. Ou, então, JPM, sem meias medidas, aponta para um conceito mais alargado de identidade. Se isto é possível? Onde para a atingir não é necessário usar-se da ignorância, uma vez que a posteriori a experiência (desculpem a iteração) já nos dera algumas lições. JPM o que quer é (re)pensar a história quando descreve os passos que deram origem a esta situação muito pouco clara. De propósito não distingui, em JPM, dois grupos cognatos. Mas fi-lo por antinomia. Para choque de intenção. O que está na cabeça dos açorianos que reflectem livremente, não obedecendo a grupos de pressão que limitam imenso capacidades que podiam estar ao serviço das verdadeiras missões faz parte do nosso património moderno. Bolas, estamos no século XXI... Análise textual? Faça-a o leitor. Faça a ligação das palavras de cada autor e veja se elas estão ligadas. Veja, também, se consegue delas vislumbrar a ideologia remanescente. É obra...
Manuel Melo Bento
06/06/06

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